Bagunça Rumo a 2019

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Estamos bem entregues

Guerra na Picheleira

Cabo de Freguesia

Primeiro Sargento

Se as incongruências e inaptidões políticas na Central do Império não respingassem inevitavelmente para cá, era deixá-los a brincar aos tachos nos bairros alfacinhas e boa sorte. O problema é que aqui também estamos a pagar os desmandos dos gatunos nova vaga. 

Outrora, os bandidos assaltavam o banco de fora para dentro. Agora assaltam de dentro para fora. Só que estes de agora fazem-nos pagar aos milhões, e diariamente, deixando os antigos assaltantes nuns míseros pilha-galinhas que faziam uma operação e desapareciam por muitos anos, quando conseguiam, já que geralmente a polícia lhes deitava a mão antes de saborearem meia dúzia de contecos. 

Nos tempos de antanho, o salteador de estrada avisava 'bolsa ou vida', levava 'o seu' e a vítima, se tomasse cuidado, talvez não sofresse mais golpes do género, era questão de não voltar a percorrer caminhos escusos tarde da noite. Pois hoje o Zé Pagante não precisa de sair de casa para ficar com a mísera conta limpa: os novos assaltantes, que actuam fazendo base nos partidos políticos e na administração pública que ocupam selvaticamente, tratam de nos pôr a pão e água que nem sabemos por onde se escapam os parcos euros que tanto custam a ganhar.

Esperar que a Justiça proteja o cidadão é ideia para fazer humor negro. Com ministros da Justiça como o nosso Primeiro Sargento foi e com primeiros-ministros como o mesmo Primeiro Sargento e o malandreco do Sócrates, isto vai bem, vai.

A esses, junta-se agora aquela prenda com pronúncia do Norte que me dá umas ideias ao homem que em tempos viajou do Boliqueime à Figueira para rodar o carro. Este é Rui Rio, que vimos este fim-de-semana no centro da nova Bagunça laranja que se junta ao comboio Rumo a 2019. Com experiência de Cabo de Freguesia, ele também botou palavra no congresso a respeito de projectos, debitando uma série de lapalissadas de fazer adormecer - incluindo reformas na Justiça. Justiça portuguesa! Dos resultados disso fazem parte agora interrogatórios a juízes e tudo - que arguidos especiais!

Quanto à Bagunça política, os continentais têm menos 'galo' do que nós. Eles apanham uma dose; nós aqui na Tabanca, duas.

Guerra na Tabanca

Neo-colonialista, líder
da Candidatura Lisboeta
às Angústias

Retardatário

Foi com todo o à-vontade que o nosso Primeiro Costa tomou de assalto as rédeas ao Partido PSeudo Socialista-Madeira. Foi questão de pegar no traquejo ganho com a imunda jogada para empurrar Tozé Seguro do Rato para a rua, usurpando-lhe o direito de ir a eleições legislativas, e já está. Agora, foi repetir a receita na Madeira, mandar Carlos Pereira passear, e pronto, lá temos o Primeiro Sargento na disputa regional de 2019. Repetir aqui a táctica de tomar o poder sem ganhar eleições, também será do mais elementar para ele, como se sabe. Tudo em nome do Mapa Cor-de-Rosa em toda a Lusitânia, que é o mesmo que dizer mais 8 anos de poleiro bem pagos para o Costa e sua milhenta clientela, lá e cá.

Para chegar às Angústias, Costa mandou Iglésias agarrar as rédeas do movimento anti-PSD vencedor em 2013. Rosto para a fotografia, estava encontrado - a Cremalheira. O processo não foi muito complicado e está hoje em marcha. Nosso Primeiro Costa, para fazer ganhar a Candidatura Continental instalada na Câmara e na Praça Amarela - falando cinicamente de PSoas e agitando a bandeira de um PSeudo socialismo que afinal é de direita -, deu ordens para a constituição da equipa com gente de confiança. Assim: para se fazer fotografar e encher panfletos até 2019 é o Cremalheira; quem vai escolher rumos estratégicos e PSoas nos estados gerais para a tacharia que interessa, é o n.º 1 da Câmara do Funchal, vulgo adjunto do presidente fictício; o secretário-geral, que terá na mão a máquina dos PSoas, é um actual vereador às ordens de Cafôfo, este por sua vez às ordens de Iglésias, e este por sua vez às ordens da Sargenta Catarina Mendes e do Primeiro Costa. Líder do grupo parlamentar será o inventor do Cremalheira de 2013 (que à época nos levou também o voto, mea culpa). Para tratar dos temas a marrar pelos quadros do PSeudo PS, em nome da doutrina do Sargento lisboeta, ergue-se uma autarca mais cafofista do que o inventor do Cremalheira e mais cafofista ainda do que o próprio Cafôfo. Os componentes dos órgãos do partido nem se fala - se bem que haja ali uns elementos hoje no projecto de assalto ao poder, vistos como uns pobres vilões para utilizar e deitar fora, que baterão com a porta mais cedo do que os ratos do Rato e os PSeudo socialistas da Praça Amarela pensam.

Noutra carruagem da Bagunça Rumo a 2019, viajam os aluados social-democratas nova vaga. Depois da barracada inicial, que lhes levou uns dois anos a diagnosticar, lá foram buscar Pedro Calado para deitar o olho ao vagão. A páginas tantas, percebeu-se o seguinte cenário naquele desgoverno: figuravam na cúpula do elenco um vice-Presidente e um Presidente-vice. Nem mais. O vice que afinal era Presidente e o Presidente a fazer de jarrão, em visitas a velhinhas e a veredas e a 'inaugurar' novos sites escolares.

Tinha de haver pingarelho no interior do PSD e eis que os dois dignitários da cúpula voltaram aos seus lugares. Sempre ao retardador, como aconteceu agora no caso dos ataques do Primeiro Sargento às contas da Madeira - um Sargentão qual Salazar ou qual Cavaco das noites negras.

A carruagem laranja travou um pouco na caminhada da Bagunça rumo ao abismo. Quando tudo parecia encaminhado para a inevitabilidade do desastre, Miguel Albuquerque beneficiou dos dias de nojo que os PSoas decretaram para si próprios depois do congresso, em vez da esperada vaga de euforia. Miguel beneficiou também das últimas sondagens: o eleitorado tabanqueiro ainda não está muito virado para experimentar geringonças de sabor PSeudo-socialista, bloquista e comunista; e Miguel, noutra sondagem, viu desmontado o mito de que a sua popularidade entre os laranjas da Tabanca se tinha transferido para os rivais e velhos delfins; o chefe das Angústias parece também ter sensibilizado os correligionários nacionais para tentarem passar uma rasteira ao Sargentão do Rato quando ele decidir avançar em força para o Funchal.  

Digamos que as coisas voltaram a um certo equilíbrio entre os dois blocos eleitorais da bipolarização regional. 

Será interessante verificar se Albuquerque passará a levantar-se mais cedo para trabalhar e não apenas para o footing, porque governar - ou mesmo desgovernar - ao retardador é um perigo muito grande.