CONTAS E ALARIDOS

João Barreto

Vai grande o alarido, na Assembleia Regional e em diversos outros areópagos, à conta das declarações de António Costa sobre a dívida da Madeira e a respetiva repercussão nas contas nacionais. Encarniçadamente, discutem-se protestos e apoios, de tudo resultando com maior evidência ter sido novamente desenterrada, após prolongada ausência por evidente lesão, a velha bandeira dos inimigos da Autonomia (se bem que assaz esfarrapada e ostentando nódoas perenes na sequência da grande humilhação da assinatura do PAEF às mãos do inflexível Passos Coelho).

Esgrimidos, a altas vozes e gritaria q.b., os argumentos das fações em presença, permanece a dúvida: a dívida da Região Autónoma da Madeira aumentou? Em caso afirmativo, como e porquê?

Nem o senhor primeiro-ministro na assembleia da república, nem o senhor presidente do governo regional, nenhuma das intervenções que se lhes sucederam, nenhuma conferência de imprensa, nenhum comunicado oficial foi capaz de explicar, em português corrente ao alcance do comum dos cidadãos contribuintes, este ponto crucial: os madeirenses devem mais? Como e porquê?

Muito barulho e pouco esclarecimento. Os cidadãos contribuintes, da Madeira em particular mas também de todo o país (incluindo os sonsos açorianos), merecem melhor resposta dos governantes nacionais e regionais e, sobretudo, dos seus representantes nos parlamentos da Nação e da Região.

Enquanto não a derem, merecem todos - dos apaniguados da Renovação aos discípulos do novo Messias, passando pelos juntinhos, amuados, esperançados e recalcitrantes-  o epíteto da minha vizinha Mariquinhas: “carga de trapalhões!”