Bagunça Rumo a 2019

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Desagradável ingerência

Nada tem de burro o nosso Primeiro (sargento). Ele é esperto. Senhor daquela esperteza de caserna que o levou ao golpe anti-Seguro e a tornar-se chefe de governo tendo perdido as eleições nacionais. O que deveria valer congresso extra no PS e rua com ele, não fora a tal esperteza de se juntar ao resto da "esquerda", também ela repleta de outros espertalhões que tais.

Pois agora, precisando de um mapa cor-de-rosa de Viana a Vila Real de Santo António e de Ponta Delgada ao Funchal, para se eternizar no poleiro, ei-lo a experimentar matreiramente o terreno cá da Tabanca a ver se consegue assentar as patas sem imergir nalgum pântano traiçoeiro. A encenação é a mesma que fizeram outras múmias que vaguearam nas salas sombrias onde a D. Maria ajudava Salazar a calçar as botas. Isso no tempo da Ditadura que os espertalhões dos ministérios lisboetas nos impingiram, fascismo que por aqui bem tentámos derrubar, como em 1931 e 1936. Do 25 de Abril para cá, a encenação é a mesma, pois: berrar em Lisboa contra a Madeira para revoltar o País inteiro contra nós. 

Não estou a dizer que quando enfrentam de lá para cá o governo da Região estão a ofender todos os Madeirenses. Se alguém manda bojardas daqui para lá que se aguente, não venha fugir ao contra-ataque de lá para cá gritando aqui del rei que estão a atacar a Madeira. Estão a atacar quem berrou para lá.

Isso é uma coisa.

Outra coisa é os cubanos instalados na capital, por anedótico complexo de superioridade e por ambições eleiçoeiras, chamarem-nos chulos para convencer os continentais desprevenidos de que nos estão a dar alguma coisa. Essa esperteza já lhes saiu mal e parece que querem voltar à festa.

Chulos foram os instalados em Lisboa ao longo dos séculos, que chularam e chuparam o ouro da nossa Alfândega e das nossas exportações para fazerem portos e abrirem redes de estradas pelo rectângulo inteiro, quando aqui na Madeira o desembarque dos turistas era feito ao colo dos braçais e nos caminhos escabrosos só se conseguia transportar um doente numa rede, quando se conseguia. E não valia a pena suplicar que nos mandassem de volta uma pequena percentagem do que mandávamos para o erário deles - como se pode ver nos diários do Parlamento, a começar pelo tempo da monarquia.

O Primeiro Sargento de Lisboa já começou há muito a ensaiar meter patas cá na Tabanca. Isso não lhe trará nada de bom, nem a ele nem aos comissários que mandou para cá nem aos agachados que lhe fazem a corte deste lado. Pelo contrário. É melhor deixar cada qual fazer o seu papel, autonomamente. Deixe lá o pessoal resolver as coisas regionalmente, não brinque com hospitais e com a Saúde, veja mas é se paga aquilo a que a Madeira tem direito (não queremos nem mais um cêntimo furado dessa porcaria), baixe os juros para os níveis justos e não venha assanhar quem está quieto. 

Ganhe quem ganhar 2019, que sejam os Madeirenses a escolher à vontade, sem a vergonhosa chantagem e as pressões congeminadas nesse Ministério reles. Não é por nada, é que mesmo um sargentão desse calibre, que já nos faz lembrar os tempos sinistros do salazarismo e do cavaquismo, pode em vez de uma "desagradável surpresa" apanhar uma desagradável lição. 

Não é ameaça, é promessa - promessa de não-político.