Cartaz para hoje: eleições à solta

 

Os emplastros continuam lá

Os homens da Câmara do Funchal começaram acima da Ponte do Torreão. Cartazes de propaganda, fora com eles!


Estes cartazes já lá não estão.

Custava a perceber. Ontem não havia ilegalidade, era aquilo dos 500 metros e isso, ainda por cima continuamos em campanha e havia que poupar, mantendo os mesmo cartazes.

Os homens já iam no mini-viaduto à frente da Rua das Dificuldades, a desmontar propaganda.

Sim. Cartazes para a rua!
Mas... Então ontem não fazia mal nenhum, agora até às 8h40 também não, porque deitar fora então os cartazes agora? - continuava a macacar.





O povo já exercia tranquilamente o dever cívico. 
De facto, segundo a lei, as paredes exteriores da Câmara podiam estar cheias de cartazes dos partidos e candidatos porque estão fora da visão do eleitor quando este entra na assembleia de voto. É ou não é?
Para quê tirar cartazes que estão a centenas de metros?! - mea culpa.

- PAROU! ALTO!

O homem saíra do meio carro da câmara, estacionado atabalhoadamente na 5 de Outubro, na doca de autocarros ao lado do Tribunal.

O motorista do camião, em cuja carroçaria companheiros seus carregavam os cartazes já retirados da Ponte do Bom Jesus, ficou de olhar inexpressivo.

E o recém-chegado, claramente encarregado da brigada.

- Já não é para retirar! Não é para tirar!

Um dos homens apercebeu-se da contra-ordem, olhou para o cartaz do PSD a descansar no gradeamento da Ponte, com Albuquerque de cabeça para baixo, e desabafou.

- Já não volto a pôr este lá!

Ninguém percebeu por que antes era para retirar os cartazes. E ninguém entendeu por que agora já não era para os retirar. 

A brigada já não mexeu nos cartazes no lado sul da Ponte.

Os trabalhadores, compreensivelmente agastados com as ordens e contra-ordens, como se alguém estivesse a brincar com o trabalho deles, perguntaram ao chefe se era para encostar estes cartazes aos outros lá em cima...

E o camião municipal seguiu à sua vida, com a missão interrompida. Metade dos cartazes andou, a outra metade ficou. Os cartazes são todos iguais, mas, como diz o outro, uns são mais legais do que os outros.

Mais a sul, nos dois pontões à ilharga do Bazar do Povo, ficaram quase todos de pé. Estão a ver bem?

Todos, como quem diz. Havia algum por terra. Conceição Pereira desce a 31 de Janeiro, pensativa: por mais que a UDP se esforçasse e o Bloco denuncie, 'eles' vão continuar com as finanças das pessoas de cabeça para baixo.

O Dr. Cabral Fernandes, veterano dos valentes, votou cedo, por obrigação. Não esconde o pessimismo perante o futuro que nos aguarda, tanta é a incompetência e a vacuidade das cabeças em prova. Por isso, na mesa de voto foi trabalhar, que a vida está má para todos. 

Pessimismo face a tantos zeros em cena! De facto, digo eu, comparar "isto" com a classe política do tempo do Dr. Cabral Fernandes, então líder do CDS, e dos seus adversários coevos, é o mesmo que igualar a noite ao dia.

Há testemunhas disto que digo. O próprio irrepetível que fez campanha com o PS no bolso confessa, apesar de rapaz novo, o orgulho nos inigualáveis de outrora.

É preciso aprender com a velha sabedoria. Por exemplo, que câmara pode derrubar este cartaz montado com tanta chico-espertice?

Bem, também não é ficar a ver o comboio passar, a sorrir e a rir sem dar ao pedal. É perigoso.

Veja-se o que acontece a quem fica no 'quentinho', a tocar piano com leite e bolachinhas! A pancada não deve ser para já, mas o susto continuará certamente atormentando o Laranjal.

Não deve ser para já porque a última sondagem, uma que não precisou de ser mafiada porque não era para ser publicada, a última muito séria dá maioria mais ou menos à vontade ao centro-direita regional. Isto se o CDS alinhar por esta secção política em vez de dar um passo para a 'direita pura e dura' do Costa-Cafofo-Partido "Socialista"- Bloco de "Esquerda". Ou seja, se o CDS fizer jus ao Centro, este cartaz de Cafofo (na imagem) não ficará muito tempo à vista como o do 'Cine Piolho' que esteve durante meio ano um pouco mais acima, na 31 de Janeiro, depois de uma vitória municipal (partilhada). Quando muito, ouviremos os adeptos gritar, dentro de poucas semanas: "nós só queremos o Cafofo presidente da comissão parlamentar de Saúde" ou "nós só queremos Cafofo presidente do conselho directivo da Escola do Campanário".

Mas atenção!... 

...Atenção que isto de sondagens não vale para apostarmos um tusto. A verdadeira sondagem é a que decorre nesta altura. Um de dois males terá de ganhar. E nesse domínio, logo às sete da tarde a música pode ser outra. 

...O que para mim, que as ouço todas desafinadas, é igual ao litro. 

Qualquer resultado dará um conselho de alpercatas. Não esquenta nem arrefenta. 

Para ser sincero, logo à noite já estarei com a cabeça mais no Estádio do Sporting de Braga do que nas sedes dos partidos.