DEPOIS DE DOMINGO

Ricardo Meneses Freitas

Está quase! Os dados estão lançados, as campanhas urdidas e as canetas afinadas. Resta saber se dia 23 será o primeiro dia da Primavera Madeirense ou o primeiro dia do mais do mesmo. Assim, os madeirenses irão escolher entre:

- Os que confundem o Governo Regional, as empresas públicas e os institutos públicos com o partido da governação.

- Os que promovem a meritocracia e a independência profissional dos técnicos e os que encarrilam tudo e todos na lógica da lealdade canina ao partido.

- Os que olham para Portugal como um País e os que promovem o isolacionismo institucional da RAM. Entre os que olham para o Parlamento da República como um órgão eleito cuja heterogeneidade implica capacidade de diálogo e os que resumem tudo aos cubanos. (Alguém já se perguntou o porquê do PSD de Rui Rio não ter sentido as dores do Governo Regional quando negociou vários acordos com o PS de António Costa nesta última legislatura?)

- Os que olham para o desenvolvimento da Madeira com primazia e os que olham para o desenvolvimento da Madeira em função dos protagonistas que importa satisfazer para manter a lógica de poder.

- Os que usam a arrogância e prepotência no exercício do poder e os que respeitam as forças da sociedade civil e o diálogo como gerador das melhores soluções.

- Os que se julgam elites intocáveis, príncipes e princesas do Reino a quem a Madeira deve tudo, e os que cresceram no meio do Povo e se fizeram gente sem erodir as papilas gustativas nas botas dos caciques.

- Os que têm novas ideias para a Madeira e os que só vêm betão à frente.

- Os que olham para a política como se de um clube de futebol se tratasse e os que olham para a política como uma oportunidade de progresso para todo o povo madeirense.

- Os carreiristas políticos e os que têm trabalho a apresentar fora da política (excluindo as portas giratórias).

- Os que denigrem os adversários políticos promovendo o medo e os que resistem às agressões sem descer o nível.

Não haja dúvidas, esta é a eleição que coloca em confronto o complexo de poder do PSD, extensível a pelo menos um partido bengala, e as restantes forças partidárias que pretendem uma mudança significativa na vivência política na RAM. Mais do que eleger x ou y, esta eleição irá definir se continuamos no mesmo ou se tentamos outra coisa. Só por isto, todos os partidos que querem o PSD fora da Governação devem se unir, enxotar as questiúnculas pessoais e colocar o ênfase na importância deste momento. Como se diz nos Barreiros, tá na hora!