Powered By Blogger

segunda-feira, 30 de setembro de 2019


Resistance is futile” – As eleições

“Resistance is futile” é a tentativa de impressão na alma dos cidadãos que  “Não vale a pena resistir”; “Não há alternativa à submissão”; “Eu quero, posso e mando”; “faças o que fizeres, tenhas o Mérito que tenhas, associes-te a quem te associares, a minha Vontade prevalecerá”. “Resistance is futile” é o que os Dominadores incutem nos Escravos.
Sobre esta técnica na vida normal do cidadão falei noutro sítio.

Agora falo em termos de eleições.


O partido que detém o poder tem vantagem à partida pois: 1) tem mais recursos financeiros; 2) tem acesso aos conhecimentos (técnicos e governativos) da Administração Pública; 3) tem indivíduos que por ele combatem (para manter seus tachos); 4) tem a aura da Autoridade (lembro que durante mais de 20 anos somos educados para respeitar a Autoridade); 5) tem a aura da Competência (pois detém os cargos); 6) tem a aura da Vitória (já ganhou pelo menos uma vez); 7) tem o poder de beneficiar ou prejudicar o cidadão anónimo.
Se os descontentes não votarem é óbvio que o partido que detém o poder aumenta a sua vantagem eleitoral, por isso é imperativo para a Oposição que os cidadãos votem.
No rescaldo destas eleições constata-se que muitos eleitores vão deixar de votar, promovendo “resistance is futile”.

Na minha vida pessoal constatei que, regra geral, os abstencionistas invocam duas razões para não votarem: 1) os políticos são todos iguais; 2) vão ganhar os mesmos de sempre.

Quanto aos políticos serem todos iguais, Cafofo fez o favor (ao PSD-M) de elogiar Alberto João Jardim, pelo que muitos eleitores da oposição consideraram que se Cafofo fosse Presidente do Governo Regional iria agir como AJJ, e consequentemente mostraram seu protesto pelo atual estado de coisas votando noutros partidos (soma dos votos nos partidos que não elegeram qualquer deputado: 11891) ou anulando seu voto (3234 votos nulos ou em branco). Como se pode ver, mais que o suficiente para o PS ganhar.
Depois das eleições, Barreto fez o favor (outra vez ao PSD-M) de negociar uma coligação com Albuquerque. Logo, muitos eleitores pensam: “tudo o que o CDS declarou sobre o PSD: ou é mentira ou o CDS faria igual”. Seja como for, a conclusão do eleitor é: “os políticos são todos iguais”.

Quanto a ganhar os mesmos de sempre, tudo indica que o CDS vai manter e promover essa situação (i.e., a perpetuação do poder do PSD-M), danificando por muitos anos a vida dos verdadeiros democratas na Região.
Cafofo também ajudou a incutir este mito ao permitir que a sua imagem fosse associada aos DDT. 

Outra constatação destas eleições é que o número de votos no PSD-M manteve-se nos 56 mil (continuo a não acreditar nestes resultados). Portanto, para a Oposição ganhar a Presidência do Governo Regional precisa de uma votação massiva… mas agora com o provável aumento da abstenção será mais difícil.
E para dificultar ainda mais as coisas é improvável que: 1) a população considere que um dos líderes da oposição tem capacidade de ganhar as eleições ao PSD-M; 2) exista um amplo apoio da Sociedade Civil com vista à remoção do PSD-M do poder.
Que eu me lembre, estas foram as únicas regionais em que estas duas situações ocorreram.

Entretanto, nos próximos quatro anos, os eleitores com ânimo, força e ambição para criar um futuro mais agradável continuarão a sair da Região. Logo, ainda menos votos para a Oposição.
Os seus substitutos tendencialmente apoiarão a Autoridade instituída (leia-se PSD), seja por desconhecimento da realidade regional seja por mera característica humana. Logo, mais votos para o PSD. Os substitutos que não se adaptarem à realidade laranja, por falta de amor à região e de laços que os prendam, tenderão a repetir o que já fizeram: emigrar.

Conclusão
A Sociedade Civil (i.e., anónimos) conseguiu criar condições para que remover o PSD-M da liderança do Governo Regional. 
Infelizmente, parece que isso não vai acontecer por falta de visão dos líderes dos partidos da Oposição, e a perpetuação do PSD-M no poder vai ficar mais facilitada.
O Futuro afigura-se negro para a Oposição. O êxito desta depende de uma crise económico-financeira de proporções épicas ou de Maquiavel em carne e osso assumir a liderança da Oposição. 

Se eu tiver razão, a abstenção destas eleições para a Assembleia da República andará na ordem dos 60%.

Eu, O Santo

P.S.- A única exceção à regra que explicitei é eleições regionais antecipadas nos próximos 4 a 6 meses. Aí o resultado é duvidoso, e depende muito das circunstâncias e líderes de um lado e outro.

2 comentários:

Anónimo disse...

Concordo é trágico! Paulo Cafofo e o partido socialista da Madeira tiveram todos os meios possíveis e imaginários ao seu dispor (um colosso) e apenas conseguiram retirar a maioria a este PSD-Madeira.
Não concordo, de que terá que haver uma crise de proporções épicas, mas uma mudança de mentalidade radical dentro do partido socialista Madeirense. Cometeram-se imensos erros!
A estratégia montada era má e continua má! Os 19 deputados eleitos pelo PS-M resulta única e exclusivamente do cansaço, das pessoas, pelo PSDMadeira(caiu-lhes no colo). O Paulo Cafofo candidato/presidente de facto, além de estar sempre a voltar atrás na sua palavra (cumprir mandato na CMF até ao fim / não ocupar o lugar de parlamentar se perdesse) não estava preparado. Convenceu-se de que o sorriso bastaria. Impreparado envergonhou os militantes nos debates e nas propostas estapafúrdias que apresentava (compra de hospital, economia azul, etc..) As escolhas, notoriamente, erradas de candidatos. A falta de auscultação das conselhias. O desprezo pelos lideres de conselho da Ribeira Brava e Câmara de Lobos. A Ausência permanente na Câmara Municipal do Funchal, a frente mar o Monte( o monte pela atitude que teve ao abandonar o local sem prestar declarações).
O PSMadeira enforcou-se com a própria corda que levou consigo!
O drama, a tragédia foi transformar a derrota numa vitoria e "voilá" o PSMadeira vai estagnar nos próximos 4 anos (esta é a sua crise "economia" de proporções épicas)! Já está tudo decidido: o candidato daqui a 4 anos é.....Paulo Cafofo, imagine-se! É anedótico. O slogan esse, deverá ser............Mudança (e com o fundo preto, perfeito!).
Queixam-se de que? Já não há é paciência para esta pertença mudança.

Anónimo disse...

Câncio,
Não tens nada que faças?