MADEIRA PRIDE PRECISA DE APOIO
COMUNICADO
Há três anos, um conjunto de associações promotoras dos Direitos Humanos, na Madeira e no Porto Santo, uniram-se para quebrar um ciclo histórico e cultural de preconceito, com estereótipos enraizados e discriminação social, política e institucional.
Desta forma, a 7 de outubo de 2017, a comunidade lésbica, gay, bissexual, trans e intersexo saiu do armário e, nas ruas do Funchal, mais de 300 pessoas ecoaram as suas vozes contra a homofobia, bifobia e transfobia na 1.ª Marcha do Orgulho LGBTI+ da Madeira, reivindicando os seus direitos e escancarando a sociedade ainda conservadora na Região Autónoma da Madeira. E, pela primeira vez, celebrou-se o Orgulho num espaço público, no Arraial Madeira Pride.
Em dois anos de Orgulho LGBTI+ nas ruas da cidade do Funchal, conquistámos muitos sonhos, desde a união de associações que trabalham Direitos Humanos, a fim de se incluírem também os direitos LGBTI+; a vinda de projetos científicos nas áreas da sexualidade e género à região, sendo uma oportunidade para o debate e para a reflexão sobre as vidas LGBTI+; o impulsionamento da criação de núcleos regionais da Opus Gay e da AMPLOS - Associação de Mães e Pais pela Liberdade de Orientação Sexual e Identidade de Género; a valorização de artistas LGBTI+ e apoiantes, regionais e nacionais, assim como da arte do transformismo, através do Arraial e do Drag for Pay, este último um evento de angariação de fundos com espetáculos de transformismo; a aprovação de um voto de saudação à Comissão Organizadora do Madeira Pride na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira; a abertura de portas para o segmento LGBTI+ no turismo e no comércio.
No fundo, mais de 300 pessoas foram encorajadas a sair à rua, na 1.ª Marcha do Orgulho LGBTI+ da Madeira, e mais de 500 pessoas na 2.ª Marcha, fazendo com que se abrisse caminho a uma sociedade mais segura e inclusiva, num meio onde o coming out possa ser mais fácil.
De facto, tudo isto foi possível devido às sinergias criadas, mas não teria acontecido sem a Câmara Municipal do Funchal que, desde o primeiro momento, apoiou o evento a nível logístico e financeiro.
No entanto, as dificuldades são bem reais, sendo que, em 2017, o financiamento foi disponibilizado já bem perto da data do evento, o que atrasou o pagamento a fornecedores e pôs em causa a realização do Arraial, tendo sido necessário a ajuda das associações e pessoas integrantes na Comissão Organizadora do Madeira Pride, que tiveram que avançar com o seu próprio dinheiro para assegurar a realização do Arraial. Já em 2018, apesar dos esforços para angariar fundos através de eventos e de venda de merchandising, houve um prejuízo nas contas do Madeira Pride, sendo este assegurado pelas pessoas da Comissão Organizadora-
Este ano, já foi realizado um evento de angariação de fundos, porém estes não asseguram a realização da terceira edição do Madeira Pride. Como forma de destacar a importância do movimento, foi formado um bloco insular na Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa, marco histórico, muito elogiado e que tirou as ilhas do armário, mas com recursos financeiros dos próprios voluntários do Madeira Pride. E, repare-se, devido ao preconceito e ao medo, o Madeira Pride ainda não é um evento apelativo para as marcas e empresas madeirenses patrocinarem.
Apesar das dificuldades, o Madeira Pride passou a ser um momento de referência para as pessoas LGBTI+ mas também para todas aquelas que acreditam numa sociedade madeirense e portossantense inclusiva e igual em direitos. Queremos que o Madeira Pride continue a ir de encontro às necessidades e reivindicações da comunidade local e que seja uma oportunidade para quebrar os preconceitos e estereótipos e, sobretudo, a invisibilidade, o isolamento e a insularidade. Queremos um evento cada vez maior, melhor e mais representativo da nossa comunidade local e do Orgulho LGBTI+ a um nível nacional e internacional. O Madeira Pride é a oportunidade para quebrar as insularidades, de criar pontes associativas e ativistas entre a região e o continente e de aproximar as comunidades LGBTI+ insulares e continentais.
Por outro lado, queremos ver reconhecido valor económico no Madeira Pride, que impulsiona o comércio local e pretende também chamar as marcas e empresas para a sua responsabilidade social, que numa região insular, é ainda mais crucial que estas se expressem contra a homofobia, bifobia e transfobia, e abracem a inclusão.
Por isso, a Comissão Organizadora do Madeira Pride, dá aos madeirenses e portossantenses a oportunidade de se envolverem e apoiarem a comunidade LGBTI+ local, através de uma doação, para que este espaço seguro, de reivindicação e celebração, que é o Madeira Pride, continue a acontecer e a trazer mais pessoas com Orgulho para as ruas.
O Madeira Pride quer que se juntem a nós nesta celebração e, connosco, fazer acontecer a edição deste ano do Madeira Pride. Cada gesto faz diferença, qualquer valor é importante e uma grande ajuda para a Madeira a recuperar os anos perdidos e a pôr a região na vanguarda dos direitos LGBTI!
O apoio pode ser feito através de bit.ly/madeirapridefund
10 comentários:
Era só o que faltava subsidiar estes meninos. Realmente uma prioridade da região, face á povreza, falta de estruturas de saúde, lares, etc.
Haja juizo.
Façam as suas festas, mas nao peçam aos contribuintes para vos financiar...
Não deixa de ser engraçado!
Fazer festejos com o dinheiro dos outros...
E não tem nada a ver com o tipo de associação. Digo o mesmo para todas! Quem quer festejar que pague a festa!
Façam o arraial à vontade, têm todo o direito. Agora, apoios financeiros? Para quê? Atenção, também acho injustificados os apoios públicos a mais de metade de todas as outras iniciativas iniciativas festivas que acontecem na Madeira. Os festivaleiros e arraialeiros que se divirtam mas que paguem a fatura.
Meu Deus tanto rancor nestes comentários. Ninguém obriga ninguém a contribuir, é um mero apelo a uma causa que por sinal ajuda tanta gente a ter coragem e orgulho a se assumir como é. Tomara haver essa indignação com o gasto estapafúrdio de dinheiros públicos. Sejam felizes sem ser à custa de infelicidade de outros.
Apelo a uma causa? So teem que assumir o que gostam e mais nada e siga vivam felizes, tambem gostava de festa com o dinheiro dos outros.
Pois acho muito bem, quem acha que a sua sexualidade é motivo de "orgulho" deve financiar as festanças do seu bolso e largar o do contribuinte da mão. Assim todos contentes...
O orgulho quer dizer orgulho em ser forte e corajoso e não se deixar quebrar perante homofobia disfarçada por exemplo de preocupações com o “dinheiro dos contribuintes “.
Enfim.
23:27
Tenho orgulho na minha heterosexualidade, não quer dizer que vá andar meio nú na rua com trajes a roçar o patológico para que todos vejam o quanto orgulhoso sou! E isto,amiga, não é ser homofóbico! Quero lá saber a orientação sexual de cada um,agora não me imponham a sua forma de estar como não imponho a minha a ninguém!!!
Era só o que faltava.
O dinheiro dos contribuintes não é para andar a ser gasto em marchas de orgulho de certas opções sexuais.
Não faltava mais nada.
entre dar a estes alegres e ir ao Caniçal comer umas lapas , escolho ir ao caniçal
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