RUI BARRETO entusiasma Machico

Os últimos dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que o salário médio na Madeira é o mais baixo do país, com 796 euros, 807 euros nos Açores e 911 euros no continente. O líder do CDS-PP Madeira foi desenterrar estes número para suportar uma das declarações políticas que dirigiu à população de Machico, durante um jantar com mais de 200 militantes e simpatizantes: "Não é admissível que a autonomia, ao fim de 45 anos, tenha  servido para recuar e não para avançar", declarou. "Discordo do governo quando diz que a economia está a crescer há 71 meses, mas então pergunto: porque razão a economia cresce há tantos meses e a taxa de risco de pobreza é de 27%? É porque há falhas na distribuição da riqueza que têm de ser corrigidas e por isso comprometo-me a devolver rendimento à classe média porque foi quem mais impostos pagou durante a crise."

Rui Barreto não se cansa de explicar às pessoas que o CDS concorre a estas eleições com ambições bem claras e definidas: "O CDS vai sozinho a votos. Um voto no CDS é o garante do fim das maiorias absolutas. Temos equipa, ideias e um projecto. O nosso programa é o nosso guião. Um voto no CDS é um voto seguro, um voto útil e um voto em nome das pessoas."

De acordo com o líder da oposição regional e candidato a presidente do Governo, há perigos nestas eleições que as populações têm de conhecer. "Há uma agenda oculta em Portugal e também na Madeira das esquerdas radicais, com a mãozinha do Partido Socialista, para transformar socialmente a Região e o País, mas não se deixem enganar", alertou. "Uma actriz, que é líder nacional, Catarina Martins, quer que se termine em Portugal e na Madeira com os contratos do ensino particular e cooperativo, pondo em causa apoios a escolas como o Colégio de Santa Teresinha, a APEL e os Salesianos, mas também quer o fim do apoio do Estado às misericórdias, que fazem um trabalho meritório. Querem ainda que uma família que tenha um filho e decida ter dois, e para isso compre um apartamento maior, passe a pagar mais valias."

Rui Barreto considera que está em marcha um ataque às famílias. "Quem vota nesta gente, tem de saber o que é que andam a defender", avisou, para lançar um apelo: "Já me conhecem e sabem do que sou capaz. Votei contra dois orçamentos de Estado quando fui deputado à Assembleia da República (e o CDS era governo), represento-me a mim próprio, aos meus princípios e convicções. O CDS é a mudança segura, competente e responsável."

Num olhar pelo concelho de Machico, Rui Barreto lembrou que já foi dos mais "relevantes" a seguir ao Funchal em termos turísticos, acusou PSD e PS, que têm alternado o poder na Câmara Municipal, e o Governo Regional, da mesma cor há 40 anos, de terem "revelado incapacidade para puxar por este concelho", em particular num sector relevante como o turismo.

Na saúde, o candidato considerou que não poderá haver "uma saúde para ricos e outra para pobres", garantiu que se o CDS vier a ter influência no próximo governo, "ninguém irá esperar mais de seis meses" por uma cirurgia urgente porque se o sector público não for capaz de dar resposta, o doente dever ser encaminhado para o setor privado. 

Recordou o regime específico da iniciativa do CDS para que as escolas, creches, hospitais e lares dêem prioridade aos produtos regionais na confecção de refeições, e numa terra onde as pescas são vitais, disse que faltam investimentos nesta área, em particular no entrepostos frigorífico, e comprometeu-se a dar melhores condições aos pescadores. "Estas pessoas têm de ter a certeza daquilo que está a ser feito em relação aos descontos para a segurança social", frisou. "Tem de haver mais transparência no pescado que é entregue na lota e naquilo que tem a ver com os seus rendimentos."

Rui Barreto percorreu as freguesias do concelho de Machico sempre acompanhado dos candidatos à Assembleia Legislativa da Madeira e de dirigentes locais do CDS. Almoçou com pescadores do Caniçal e à noite, em Machico, num convívio com mais de 200 militantes e simpatizantes, pediu para acabar com maiorias absolutas de um só partido.

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