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domingo, 17 de fevereiro de 2019





17 de Fevereiro 2019



A 'roleta russa' matou mais uma vez



Morar, trabalhar ou circular em locais debaixo das escarpas: o perigo é permanente como o jogo da roleta russa com pistola, em que não se sabe quando é que a bala entra na câmara para matar o jogador. Ao longo da História da Ilha são inúmeros os desastres provocados pelas pedras que se desprendem do alto quando menos se espera. A cada episódio letal, a vida das indefesas vítimas vai-se. A vida dos algozes continua. Não há culpados. Os responsáveis/irresponsáveis saem impunes e até aproveitam as câmaras da tv para dar largas às doentias 'peneiras'. A história repetiu-se ontem na Calheta. Infelizmente para uma trabalhadora que despontava para a vida.
Fizeram-se túneis que isolaram muitas das zonas sob ameaça. Fecharam-se troços perigosos como na Ribeira Brava, Ponta do Sol e no Norte. Montaram geringonças pelas arribas para evitar a queda de pedregulhos, incluindo na Calheta, onde ontem perdeu a vida, por causa de mais uma derrocada, uma jovem de 22 anos. Cuja única culpa foi estar a trabalhar num sítio que há muito deviam ter isolado e protegido eficazmente.
As defesas são montadas nas encostas íngremes para a fotografia e para o efeito eleitoral? E o que fica por fazer? De quem é a responsabilidade?
Segurar as zonas suspeitas e bloquear os sítios debaixo dos perigos são tarefas prioritárias. Deviam ser. Para evitar a perda de vidas. Para se dispensar o realojamento de famílias que vivem sob o perigo, como aconteceu ontem.
Mas ninguém espere medidas severas da Justiça que obriguem futuramente a uma prevenção apurada. A câmara da Calheta sacudirá a água do capote e o governo regional acusará os críticos de se aproveitarem da tragédia alheia para fins eleitoralistas. 
Caso seja preciso esmiuçar as causas de mais esta desgraça, os potenciais culpados são capazes de seguir a moda da amnésia e ficar em silêncio diante do MP, com uma única explicação: não sei, não vi, não estava lá, não me lembro, sou extraterrestre. Prática do Mentiras do Funchal, enquanto um tal Picareta  vereador do pelouro, quando há borrasca grossa, se tranca em casa a chorar em vez de tratar da coordenação das 'tropas' municipais que enfrentam os perigos no terreno. Para a qual coordenação, de resto, não se encontra habilitado, daí aceitar-se, no caso, uma piedosa inimputabilidade.
A populaça está bem entregue.
No caso da Calheta,  começou bem cedo a saga 'não fui eu, foi aquele menino'. O dono do restaurante sobre o qual desabou a tragédia queixa-se estridentemente de abandono por parte da câmara e do governo. O secretário dos Equipamentos Amílcar Gonçalves descarta responsabilidades alegando que o executivo já tentou intervir na zona perigosa mas que o próprio proprietário a isso se opôs. Incrível! Em situações deste jaez em que existe manifesto perigo público, que poderes tem um cidadão qualquer para impedir a prevenção que as autoridades decidam materializar?! 
O facto é que os potenciais culpados ficam invariavelmente livres de qualquer acusação nos processos e a vida continua. A vida deles, não a das vítimas. A vida dessas esfuma-se varrida pela incúria da cambada que assaltou as cadeiras do poder sem competências mínimas. Irresponsavelmente. Em Agosto teremos mais arraial. O vinho escorrerá pelas gargantas sem engulhos. E em Setembro a festa continua, porque os 13 do Monte já não atormentam ninguém. Tal como a jovem de 22 anos a quem roubaram a vida ontem na marginal da Calheta.

26 comentários:

Anónimo disse...

Segurar as zonas suspeitas de derrocada não devia ser prioritário. Prioritário devia ser evacuar todas as zonas que apresentam risco. Na Calheta fizeram restaurantes, hotéis, supermercados, estradas e até uma marina em zona de risco de derrocada! Depois gastam milhões do nosso dinheiro para lá ir segurar aquilo, como se fosse possível segurar a encosta toda. Acho que na Calheta vai continuar a haver derrocadas e as proteções podem até agravar o problema ao transmitirem uma falta segurança, levando mais pessoas a encostarem a cabeça na pistola da roleta russa. Quem mandou construir ali?

Anónimo disse...

O Calisto não se estará a esquecer da culpa do povo bruto? Aquele povo que está disposto a votar massivamente em quem reabrir a perigosíssima marginal da Ribeira Brava...

Anónimo disse...

Caro Calisto,

é muito complicado resolver situações como esta, pois a nossa sociedade não está preparada nem quer tratar destes problemas, custariam muitos votos e causaria muita contestação, pelo contrario betão e obras dão votos e contentamento à população.

Quando o betão e obras muitas vezes não resolvem os problemas, apenas adiam ou camuflam, porque a natureza é indomável e mais cedo ou mais tarde reclama o que é seu.

Muitas vezes vemos políticos a apoiar a pretensão de pessoas que querem que o governo/Câmara proteja as suas propriedades em zonas que jamais deveriam ser permitidas construções. Será que vale a pena o risco? Não seria mais seguro e até económico canalizar os esforços e recursos para apoiar essas pessoas a encontrar outros locais mais seguros? Terrenos e casas abandonadas não faltam nesta terra.

Não raras vezes sou gozado por amigos e familiares por me recusar a entrar em estabelecimentos debaixo de escarpas ou dentro de cursos de água, ou até evitar circular em troços que a meu ver não oferecem garantias mínimas de segurança.

Sei que o destino é implacável e que um dia chegará a minha vez, e até posso vir a cair numa dessas ratoeiras que abundam por toda a ilha, mas pelo menos enquanto tiver possibilidade e alternativa evitarei.

Infelizmente temos uma vitima a lamentar e uma família destroçada pela perda de uma filha. Isso é que é terrível e irremediável. Muita força!!!


Anónimo disse...

Concordo com o anónimo das 10:26.

Andar a consolidar as escarpas na Calheta pode dar uma sensação de falsa segurança e assim expor muito mais gente ao perigo das derrocadas.

Anónimo disse...

Os governantes nunca teem culpa, entao o restaurante pagava impostos, estava licenciado, e teem culpa de chover pedras ? a zona marginal da Calheta, vai fazer mais vitimas e so uma questao de tempo infelizmente.

Anónimo disse...

não fossem estas tragédias e muita gentinha não teria a desejada oportunidade de aparecer frente às câmaras de televisão envergando coletes amarelos/laranja bem como a desejada oportunidade de sabermos quem são os "chefes" disto e daquilo. Com um "ar" (fingido) de dor atingidos pela tragédia vão "disparando" as mais estapafúrdias justificações pela tragédia … mesmo gaguejando e com "pontapés na gramática" de "bradar os céus"!

Anónimo disse...

...a escarpa é consolidada por um empreiteiro … um ex-quadro do empreiteiro é nomeado governante … o empreiteiro patrocina corredores de ralis. Alguém já viu isto?...não é preciso ir ao Burkina Faso … Venezuela ...

Anónimo disse...

O caladinho está a preparar o seu futuro!! Na privada só deu bota!!

Anónimo disse...

Estas zonas parece que se tornaram mais instáveis e com derrocadas mais frquentes depois da construção dos túneis. Será?

Anónimo disse...

Os tubarões são como o eucalipto. Onde estão secam tudo à volta
Alguém duvida que se o Governo e a Câmara considerassem esta zona de risco e consolidassem a falésia o restaurante e as casas manter-se-iam ali eternamente.Isso interessaria ao vizinho?
Os 7 milhões não dariam para consolidar mais 50 ou 80 m à frente?
Isso não convinha ao empresário do regime
Acontecendo uma desgraça o restaurante está fechado e as pessoas desaparecerão dali a custo zero para quem desejava o despejo
Não havendo nada à volta os clientes dos hotéis forçosamente terão de almoçar e jantar onde estão hospedados.
Tudo cai num único mealheiro.
Deus é grande....Todos cairão num buraco ou as cinzas ainda poluirão o reino dos peixes
Os fariseus também morrem e quem herdará tamanha fortuna?
Um dia saberão...
O certo é que o apareceu logo um gagueja, com guarda costas ao lado e bem nutrido, a defender o Governo e a câmara.

Anónimo disse...

Aquela escarpa não tem sustentação possível, mesmo que façam uns esporões e projectem betão. Mesmo que coloquem redes.
Porque com as chuvas existirá infiltração de água, o que vai criando zonas de fractura. Depois com o calor, essas fracturas abrem e dão-se desprendimentos. É um fenómeno muito comum na Madeira.
A única hipótese é a aquisição dos terrenos sobranceiros para fazer um desbaste significativo e resolver o problema de uma vez. Enquanto isso não fôr feito, situações como esta serão sempre possíveis.

Anónimo disse...

Todos os comentadores falam de obras de sustentação, desbaste, e mais não sei o quê das escarpas da Madeira. Mas será que ninguém vê que o mais barato e simples é impedir a construção nas zonas de risco e deixá-las seguir o seu curso natural?

Anónimo disse...


Namesma situação encontra-se a marginal de São Vicente e agora ainda querem entrar pelo mar adentro.O primeiro aviso já foi dado quando caiu pedras junto da padaria nova.Ainda por cima a camara deixa encostar as construções à rocha,como na padaria velha.

Anónimo disse...

Ó das 23.56,
Perfeitamente acordo. A prevenção do risco é o melhor remédio.
Mas, depois do mal estar feito, é preciso ver quais as melhores soluções para um problema existente.
E a orografia da Mdeira não facilita.

Anónimo disse...

E não aprendem mesmo. Vejam a recente autorização na Ribeira Brava para um predio de apartamentos pela escarpa acima e , mesmo nas fundações já veio tudo abaixo. Cambada de incompetentes que autorizam obras em locais indevidos.

Anónimo disse...

Há Zonas na Madeira que são autênticas Ratoeiras.
E de quem será a Culpa?
Nem mais, os autores que deixaram construir as mesmas Ratoeiras, e, quem construiu, que sabe muito bem que ali há risco iminente.

Anónimo disse...

Ó das 09.50,
Seria interessante saber quem, e como foi licenciado aquele restaurante na Calheta, que qualquer pessoa com bom senso percebe que nunca lá deveria ter sido construído.
Basta olhar para a escarpa.

Anónimo disse...

O Estado falhou novamente na missão de proteger os cidadãos.

Anónimo disse...

O governo quis expropriar essa zona para resolver o problema das derrocadas o dono fez barulho e não aceito, não se fez cai uma pedra morre uma infeliz que estava a trabalhar , ontem um familiar do dono diz que quer voltar a viver debaixo da encosta instável

Isto para mim é cortar o mal pela raiz , expropriar dar o dinheiro ao dono do restaurante e ele que faça com o dinheiro o que quiser

depois resolver o problema da escarpa e retirar qualquer vestígio que houve um restaurante naquela zona e não deixar construir mais nada ali

Anónimo disse...

a uns anos atrás a lebre do Norte fez muito alaraido porque tinha limpado uma estrada que tinha sido fechada devido a queda de pedras , semanas depois passei com uns familiares por essa estrada e como previa a estrada estava cheia de pedras um perigo

Anónimo disse...

O GR porque não expropriou o restaurante? A CMC empurra a responsabilidade com a barriga mas tem culpas no cartório!! Ambas as entidades têm responsabilidade no caso!! O MP que investigue! A culpa não pode morrer solteira! A ver vamos. ....

Anónimo disse...

A obra nunca deveria ter sido licenciada.
Se o governo expropriasse tudo o que está construído em zonas de risco, a dívida da Madeira aumentaria em quantas vezes?

Anónimo disse...

Mas quem disse que o restaurante estava licenciado? O próprio Hotel Calheta Beach não está licenciado, quanto mais o restaurante.

Anónimo disse...

A construção não foi licenciada, ou o negócio da restauração é que não está licenciado?

Anónimo disse...

A Ilha da Madeira assenta em montanhas, dado a vez ás escarpas, são as centenas neste rochedo colossal que é a nossa ilha. Poderá o homem continuar na arrogância que conseguirá travar todas as quedas de pedras? E quantas não provocaram tragédias devido a intervenção das autoridades municipais e governamentais?
Haja o bom senso, porque a natureza é muito maior do que nós, seres mortais. É possível prevenir, mas é impossível travar uma guerra contra as escarpas.

Anónimo disse...

agora vai tudo abaixo e avenida fica mais bonita