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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019




22 de Fevereiro 2019



Açores 
a cores



Assim é impossível. Como se não chegassem as limitações próprias do escriba, os políticos que lidam mal com a verdade e a coerência complicam sadicamente a função de rabiscar um simples artigo.
As voltas que dei para tentar abordar a enigmática visita de Cafofo e Câmara aos Açores! A minha última tentativa foi uma pesquisa pela imprensa daquela Região, para saber o que os nossos caçadores de ideias alheias andam a fazer por lá. Não encontrei nada. Se acaso os jornais açorianos falam dos ilustres visitantes, à excepção do 'tesoura e cola' de uma peça da Lusa, no lançamento da excursão, então é que comecei já a ficar com a vista empenada. 


Resultado: preciso de me guiar pelo que dizem o DN, que dispõe de um enviado-especial a seguir os passos dos altos dignitários madeirenses, e a oficial RTP, que tem de fazer pela vida.
É que nem consegui arranjar maneira de pegar no tema. Primeiro, a visita era oficial. O que estranhei. Em que qualidade 'oficial' são os cavalheiros recebidos  nos Açores por um parlamento e por um governo? As notícias iniciais falavam de uma visita do presidente do PS-M e do candidato a presidente do governo madeirense. Diligências partidárias. E falava-se em visita 'oficial'!
Podiam deslocar-se enquanto autarcas, aí sim oficialmente, mas nesse caso deviam contentar-se com umas trocas de galhardetes e souvenirs na câmara de Ponta Delgada e na junta de freguesia de Rabo de Peixe.
Depois de reparos cá na Tabanca, percebeu-se que os cronistas da escrita e da tv deixaram cair o 'oficial'.

Mau! Então a que título estão em terras açorianas os viajantes frequentes?
Eis que acabamos de saber mais uma versão da misteriosa via-sacra pelas ilhas irmãs: o Cafofo está "no pleno gozo de férias". Sim? Sim. Perante as críticas da oposição municipal do Funchal ao permanente estado de ausência do presidente, o chefe de gabinete Iglésias manifestou-se com os dois argumentos da praxe - que as críticas são 'baixa política' e que o antecessor Albuquerque também faltou um porradão de vezes -, argumentos da praxe esses a que Iglésias acrescentou o tal coelho tirado da cartola: o Cafofo está "no pleno gozo de férias".

Fiz as minhas contas e encontrei mais umas singularidades nas circunstâncias da visita. Um político de férias viaja para os Açores acompanhado por um presidente de partido, fala para a televisão oficial apesar de estar de férias, merece a honra de ser acompanhado pelo enviado-especial de um jornal madeirense centenário, apesar de estar na peluda, é recebido pelo governo regional e pela presidente do parlamento, apesar de ter ido a ares, e percorre hospitais e leitarias a dizer que os Açorianos vivem nuns 'Açores a cores' (é um slogan que ofereço ao turismo dos nossos irmãos) em comparação com o atraso de vida que eles, os dois embaixadores itinerantes, têm de aturar na sua terra.

Insisto: quem é que as instituições oficiais dos Açores estão a receber nos seus salões? Representantes oficiais da Madeira? Candidatos ao futuro governo de uma Região alheia em viagem partidária? Autarcas que deveriam contactar interlocutores ao seu nível? Meros plagiadores de ideias? Carrascos inveterados da imagem da sua própria terra?
Vá agora uma pessoa conseguir escrever meia dúzia de linhas coerentes sobre um assunto destes! 
Não querendo enfileirar com o miserabilismo da política: se se trata de férias, quem está a pagar a dolorosa? O PS não será, porque está sem um chavo, tanto na Praça Amarela como no Rato. Quem o garante sou eu.

Neste clima já rotineiro de mentiras, afirmações, desmentidos e incoerências, avanços e recuos, deduz-se que o grande projecto dos viajantes para o futuro da Madeira que querem governar é seguir as ordens de Lisboa e copiar a superioridade açoriana. Os dois candidatos vão ao ponto de querer trazer estilos turísticos dos Açores, necessariamente 'maçaricos' na matéria, para uma Região com dois séculos e meio de experiência no sector. Entre outros segmentos onde vêem os Açores como exemplo a imitar, ambos os experts do PS não reparam, por exemplo, nas suspensões de cirurgias no Hospital de Ponta Delgada (HDES), que mantêm a população alarmada.

Todos os Madeirenses têm amigos nos Açores, todos os Açorianos têm amigos na Madeira. Sem que seja necessário beliscar minimamente a identidade de cada arquipélago. Cada um é como cada qual. Já lá foi o tempo das 'guerras futebolísticas' do Marítimo nas eliminatórias para encontrar o Campeão das Ilhas e o representante insular à Taça de Portugal. Grandes jornadas nos campos do Lusitânia, Santa Clara, Micaelense, Angústias, Sporting da Horta. Hoje em dia, mesmo com equipas dos dois lados na I Divisão, nós puxamos pelas vitórias do Santa Clara e os Açorianos pelas do Marítimo e do Nacional.
Depois, fazemos turismo aos Açores e comemos o cozido no vulcão com sobremesa de ananás. E os nossos irmãos fazem turismo cá, vão à espetada e regressam a casa com umas pencas de banana. E é tudo. As famosas cimeiras insulares não deram nada. É cada um com a sua. 
Apesar desta realidade, os nossos dois viajantes, amigos do peito das PSoas familiares e amigas, acham que é preciso aprender com os vizinhos. Pois seja. Mas pergunta-se: e que vão os vizinhos em troca aprender com os amigos das PSoas? Quanto a projectos ou reformas de fundo, de verdade que ninguém ouve nada aos candidatos a poder nas Angústias. Mas os Açorianos podem começar por acompanhar as preocupações actuais dos mesmos PSoas, como as soluções para a problemática dos moinhos, a distribuição de dinheiros para evitar demissões nas bandas de música e a questão das lojas tradicionais. 

Já agora, e pegando na observação de um comentador do Fénix feita esta manhã, os Açorianos também podem beber sabedoria no lado do governo regional da Tabanca madeirense: por exemplo aos níveis da defesa intransigente dos cordofones tradicionais e seus descendentes ukelele e cavaquinho brasileiro; tipo de contratos com as casas do povo; apoios às troupes de carnaval. Eis as preocupações do plenário de ontem do governo das Angústias. Se o Vasco Cordeiro quiser, mando-lhe a relação das momentosas deliberações. 

Para não ficar a ideia de que os viajantes Cafofo e Emanuel acharam útil tudo o que viram nos Açores, afianço que não perderam tempo a estudar as técnicas de Carlos César e seus sucessores empregues na política de boys e girls. Nisso já são graduados.

10 comentários:

Anónimo disse...

O Cortejo dos Trapalhões já começou nesta viagem da dupla vencedora,... até perder as eleições.

Anónimo disse...

O Cafofo é um caso de estudo: no meio desta trapalhadas deste desgoverno PSD, bastaria comportar-se como dez na campanha das autárquicas de 2013, que a Quinta Vigia era certa.
Mas não, inventa viagens, recusa-se a ir à ALRAM para o inquérito da tragédia do Monte e deixa a CMF nas mãos de outros para fazer campanha. Raios, até parece que não quer ganhar.
Das duas uma, ou a abstenção atinge valores recordes ou CDS e JPP tem votações históricas.

Anónimo disse...

O Mentiras foi mais o Tolo de Norte aos Açores, beber da sapiência socialista em governação regional.
Não foram ao Hospital do Divino Espírito Santo, onde para obter resposta sobre a data de uma operação oncológica, uma doente pôs a questão no livro de reclamações, obrigatório e de resposta obrigatória.
E é esta açoreana imaginação apurada que o Prof. Mentiras quer trazer para a desgraçada saúde madeirense. Vou para o serviço do Rafael ou para a Quadrantes? Ponha no livro se quiser resposta.
Mas também não foram de visita à brilhante empresa de capitais públicos, SATA. Poderiam aí beber ensinamentos para, quem sabe, resolver de uma vez por todas com aquela desgraça das Sociedades de Desenvolvimento.
Mas, o DN não nos informou se os excursionistas foram à Gorreana, a caminho do Nordeste. Aí poderiam ter-se deleitado com chá, coisa praticamente desconhecida do pseudo líder dos PS'oas, mas que ao edil funchalense apuraria o gosto, nem que fosse em companheiros de viagem.
E fica por saber quem pagou a excursão.
Foram em representação das autarquias respectivas, foram em representação dos PS'oas, foram de férias?
Convém uma resposta rápida, nem que seja para a má língua acalmar, e os contribuintes saberem se andam a pagar visitas de candidatos partidários.

Anónimo disse...

bom texto como sempre mais diga-me se não a dinheiro no ps de cá nem de lá ? quem paga a conta a LPM

caridade de militantes com bolsos cheios?

Anónimo disse...

Mais uma mentira do prof. mentiras! Mas quem é que acredita nesta criatura de Deus? Desde que começou a mentir sobre o projecto do Lazareto, bem desmascarado pelo Luís Calisto, penso que já vai em mais de cem mentiras! Penso que até Setembro ainda se vai conseguir contar mais umas cem! Por este andar ainda entra no Guiness, como o mais mentiroso do planeta!

Anónimo disse...

O discurso desprovido de soluções dos PSoas é gritante é preocupante. Por isso Nao nos admiremos porque os governos a esquerda estão em falência como moscas pela Europa fora, e os partidos nacionalistas pipocam.
Em Portugal, com o governo a esquerda, está tudo a caminhar novamente para mais uma vinda da troika, para colocar ordem nesta trapalhada.
O meu voto não volta a ser na esquerda.

Anónimo disse...

Então PS'oas e LPM, para quando o esclarecimento sobre em que condição viajaram os excursionistas, e quem pagou a conta?

Anónimo disse...

É mais fácil fugir e chegay ao fim do mês e receber o ordenado chorudo sem fazer nenhum...

Anónimo disse...

Ah, sim!?

E porque é que os funchalenses derem a maioria absuluta ao cafofe nas últimas elheições?

Anónimo disse...

A palavra chegay está boa