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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019





18 de Fevereiro 2019





Política da Madeira precisa 
de um efeito Bruno Lage



O fim-de-semana desportivo permitiu aos madeirenses respirarem de alívio graças às providenciais vitórias do Marítimo e do Nacional. Vade retro, Segunda Liga! E há um bónus: um jogo na TV logo à noite para podermos ver a nova e desempoeirada equipa vermelha do também novo e desassombrado Bruno Lage. 
O actual treinador do Benfica pegou num bando de maluquinhos à deriva, procedeu ao exorcismo de vícios e manhas, fez tábua rasa de estratégias e tácticas cheias de mofo e apresentou em campo uma equipa de cabeça fresca, criativa, coesa e agressiva na busca dos golos.

O jovem técnico ainda não está satisfeito, nem alguma vez estará. Ainda agora, espantou a Europa do futebol mandando como titulares para dentro do inferno do Galatasaray em Istambul 6 miúdos da escola do Seixal. Foi o que se viu.
Faço votos para que Bruno Lage não ceda jamais à pressão dos empresários, para que inclua este no 'onze' e desconvoque aquele ou que assine contrato em Itália e não em Espanha.

Claro está que Lage não ganhará sempre, há-de perder muitos jogos e até pode não chegar ao título nesta temporada, porque Sérgio Conceição também não brinca em serviço e convém contar com os adversários. Mas só a sanidade mental que nos oferece com aquele futebol independente, endiabrado e sem espartilhos é um bálsamo para os momentos desportivos de benfiquistas e não apenas.
Com o fim-de-semana a correr muito bem, tive de estragar um pouco a disposição interior ao pensar no bom que seria se nos calhasse na sorte um Bruno Lage político interessado em revolucionar o cenário regional. Que fizesse uma limpeza de balneário a sério, rejuvenescesse o plantel, escolhesse os melhores para fazer a Madeira andar para a frente, enfim, que dispensasse os serviços de reservistas em gozo da reforma, alguns já muito perto da Atalaia, que motivasse os novos valores para que não mudassem de ares à procura de um futuro qualquer, que erradicasse o discurso velho que já não se aguenta.
Há precisamente meia dúzia de anos, sonhámos com uma reviravolta na vida madeirense, em estilo, com mobilização geral pelo bem comum, pela determinação inteligente de objectivos, pela renovação de ideias. Foi na altura em que apareceu Paulo Cafofo, à frente de arruadas galvanizadoras e arrepiantes que prenunciavam a conquista da capital insular a um poder cansado. Seria o primeiro passo para uma real mudança. Mas não se passou do primeiro passo. O sonho durou pouco. O triunfador deixou-se deslumbrar. Preencheu lugares condicionado por clientelas emergentes do nada, sem prudência nem critério certo. Trocou elementos competentes por carreiristas sem futuro. Julgou que liderar um executivo é apresentar boa imagem. Não conseguiu ter mão no balneário. Acomodou-se a dependências externas. Criou vulnerabilidades a si próprio. Em dois tempos, estava nas mãos dos empresários, que não dormem. E foi o descalabro. Em Setembro, pode ganhar as eleições. Mas os jogos serão feios, sem espectacularidade, aos repelões e mais do mesmo. 

Que da juventude desta terra surja urgentemente um Bruno Lage em versão política, dotado de personalidade forte, competência e liderança nata. Para que não sejam os empresários a mandar na constituição da equipa e nas estratégias. Um Bruno Lage da política imune a empresários.

13 comentários:

Anónimo disse...

Senhor Calisto, não há muitos que saibam como o Governo Regional realmente funciona e das leis que deveria cumprir. Para saber disso, é preciso estar lá dentro ou estar sempre a consultar processos.

Anónimo disse...

Já agora poderia o comentador das 07.21 partilhar tamanha sapiência connosco, comuns mortais?

Anónimo disse...

A analogia está bem vista. No entanto não basta ser jovem, ou ter careca arejada. E até há reservistas que podem.ajudar, sem.liderar, desde que sejam descomprometidos com poderes instalados, que não se armem em Únicos Importantes, arrogantes e com receitas gastas e mofas. Você, Sr Calisto é um reservista e mostra competência e dá baile nos Diários.
O que importa é competência e coragem para Renovar.

Anónimo disse...

Ó das 09.18
Percebo o ponto de vista, a experiência é um posto, mas concordo com o Calisto.
É preciso gente desempoeirada, sem vícios nem dependências políticas. Porque, como temos visto nas "equipas" regionais, o banco de suplentes tem uma média de idades elevada, já não assimilam novas tácticas.
De que serve mudar o guarda-redes se o central está cansado, já não tem velocidade, e só consegue defender lá atrás estilo catenaccio?
E ter um 10 todo viçoso, quando os avançados correm tanto como mulas de carga?
Por isso é preciso mudar. De treinador e de jogadores.
Infelizmente sabemos que isso nunca acontecerá, porque a aparecer uns João Félix nas "equipas" regionais, logo adquiriam modelos de jogo de velhos jogadores.
Sabemos que assim é. Para mal dos nossos pecados.

Anónimo disse...

Infelizmente, a política na Madeira é facilmente corruptível pelos interesses económicos, pela incompetência e pelas amizades que o promoveram a política numa primeira fase. Quem lançou o Paulo Cafôfo, mais cedo ou mais tarde, irá sempre cobrar a tarefa e é isso que temos assistido. No Governo Regional é a mesma coisa, ainda agora vimos o Rui Coelho a ser promovido a adjunto só para poder andar no terreno a trabalhar para o PSD. Uma promiscuidade que vemos em todo o lado, com o PSD obviamente a ter mais margem de manobra.

O Paulo Cafôfo na CMF segue a mesma política. O Miguel Gouveia seguirá igualmente a mesma política, caso contrário dificilmente podem progredir e ambicionar mais poder, mais destaque político. O Miguel Albuquerque para promover a união tem que distribuir empregos no Governo Regional, tem que promover bons negócios aos grupos económicos, a política é apenas o sítio onde muitos comem, sob a capa de estarem a trabalhar em prol do povo. Puro engano.

Continuaremos a promover a incompetência, desde que isso garanta crescimento e ambição política. É o pensar em si em prol da sua sustentabilidade. Só uma coisa está mal, é a política estar reservado para "predestinados". Tivesse eu igualmente um bom emprego político e este comentário não faria. Todos os que estão na política pensam assim, um meio para atingir um fim próprio.

Acorda, povo.

Anónimo disse...

Comentador das 9:21.
A sapiência é ganha pela experiência, tal como disse.
Um sapiente corrupto de nada nos serve.
Se quer mesmo saber, sugiro que num assunto de seu interesse faça uma sugestão ou reclamação ao GR ou câmara municipal. E depois vá analisando as respostas e comparando com a lei.

Anónimo disse...

Entre a teoria e a prática existe uma grande distância, pelo que os conhecimentos eruditos não são facilmente transpostos à prática adequadamente, sendo o erro o resultado mais provável .

Anónimo disse...

Comentador 18 de fevereiro de 2019 às 10:05

..."porque a aparecer uns João Félix nas "equipas" regionais, logo adquiriam modelos de jogo de velhos jogadores."

quantos "João Félix" já não apareceram nas "equipas" regionais nos 40 e tal anos de autonomia?...num ápice são "corridos" ou "postos na prateleira" pelos "velhos jogadores"!

Anónimo disse...

E o Albuquerque já nem escreve no Diário.
O Calado é chamado para tudo ou intervém em tudo . Pelo menos no turismo gay ( fora das suas competências) ele apareceu a apadrinhar o hotel

Anónimo disse...

Concordo anónimo das 14:31. Exercer tarefas com competência e ter virtude nesta Região é meio-caminho para o insucesso. Se aliar-se a isso: importar-se com os seus conterrâneos, o caminho para a desgraça pública será completo.

Anónimo disse...

Ó das 14.31, esses não são uns João Félix.
São mais uns daqueles que chegam e querem logo ter lugar a titular, sem treinar o suficiente.
Não servem para refrescar a equipa.

Anónimo disse...

ó das 15:42, essa é nova: não é corrupto do laranjal, logo não treinou o suficiente!

Anónimo disse...

Ó das 07.48,
Não percebeste o alcance do que escrevi.
Nada tem a ver com laranjal, roseiral, prados verdejantes o outros afins, em particular.
Tem a ver com todos.
Basta ver que jogadores e treinadores cansados existem em todas as "equipas" regionais. Partidárias, sindicais, associativas, clubisticas, etc.
É uma questão cultural.