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terça-feira, 26 de fevereiro de 2019




26 de Fevereiro 2019



Ensinamentos açorianos
já estão a surtir efeito


Chefe Cafofo entra esta manhã para uma reunião da Assembleia Municipal, que se prevê acalorada, com ideias de continuar a materializar os ensinamentos recolhidos na espaventosa excursão aos Açores. A oposição reaccionária do município pretende inviabilizar hoje o grande projecto de polícia municipal, pelo que o público seguirá com curiosidade as modernas técnicas açorianas para dar a volta a cabeças retrógradas. 

Segundo nos garantem do interior do consulado cubano, Cafofo sairá sempre vencedor da contenda: se a polícia municipal passar, tem desfile garantido no Largo do Colégio com o sempre vistoso número de passar revista às forças em parada; se houver chumbo em cima do projecto, o presidente até se sentirá aliviado: não precisa de ser ele mais uma vez a dar o dito por não dito numa decisão sua, porque na realidade está arrependido de se ter metido em tal empreitada, e terá todos os motivos para, à menor crítica sobre o regabofe das esplanadas e sobre as actividades dos carteiristas, sacudir a água do capote: não fui eu que chumbei a polícia do Pina!

É justo reconhecer que o curso intensivo dos excursionistas em terras de Cabral teve efeitos imediatos e palpáveis. Cafofo, mesmo retido nos Açores por um anti-ciclone suspeito, debitou ordens à distância durante o combate ao incêndio na antiga Insular de Moinhos. Todos pudemos verificar um conjunto de medidas revolucionárias que sinceramente desconhecíamos terem sido aplicadas já nas nove ilhas.
Surpreendendo os próprios bombeiros, o vereador dos incêndios, que costuma seguir os sinistros pela TV, fechado em casa, compareceu no local para transmitir as ordens açorianizadas do chefe. Desde logo, determinando a demarcação de um perímetro de segurança em torno das labaredas, técnica fracturante que levou algum tempo a explicar aos chefes dos soldados da paz. Com um pormenor importante: os civis não podiam penetrar no espaço delimitado pelo perímetro.
Outras medidas inovadoras com sotaque açoriano foram colocadas no terreno ao correr do incêndio, como aquela de os homens de serviço, também para surpresa dos curiosos, desatarem a lançar jactos de água directamente para as labaredas. Entrevistado pela TV, o dito vereador Picareta revelou ter dado ordens para que fossem evacuados os prédios à mão do fogo, o que só aparentemente é prática trivial: o rapaz determinou às brigadas da desocupação, e aqui reside a novidade, que fizessem a busca duas vezes - duas vezes casa a casa! -, porque os mais idosos esquecem-se da ordem que receberam e vão ficando na zona perigosa até serem levados mesmo.
Colocando em prática uma política revolucionariamente integrada, Sofia Canha recebeu ordens para simultaneamente proceder a uma acção preventiva de debate ao nível de cuidados informais, na junta de S. Martinho, a escassos quilómetros do sinistro, enquanto o pelouro municipal da especialidade mantinha sob controlo as obras do governo regional na cota 500, susceptíveis de atrapalhar a mobilidade municipal. Aqui, não obstante, governo e câmara já têm treino a funcionar cada qual para si, como ilhas.
Sempre em directo, o vereador ausente dos fogos desta vez conservou-se no local, para mais um auto-elogio de meia hora, relevando a perfomance da condução do combate que moveu ao sinistro da Insular: o balanço foi o melhor possível, já que ainda restaram as paredes exteriores do icónico edifício (em risco de desabar a qualquer momento).
Praticando uma rotatividade de comando certamente apreendida e aprendida no arquipélago vizinho, foi o próprio Cafofo, entretanto regressado, a dirigir o rescaldo do incêndio, assegurando-se de que os bombeiros estavam atentos não fosse uma brasa mal intencionada provocar um reacendimento. O fardamento dos municipais esteve impecável. E o seu trabalho decorreu bem como sempre, apesar dos atrapalhos ali à volta armados em conhecedores da matéria.
A escassos metros da zona de rescaldo, Cafofo acusou o Avelino da AFA, proprietário do prédio ardido, de parecer surdo, já que recebeu meia dúzia de avisos sobre a perigosidade da ex-Insular, onde nascerá um hotel, e fez ouvidos de mercador. Pelo que se a câmara chegar ao 15.º aviso, o sr. Avelino vai ouvir das boas e é capaz de pagar uma multa, como acontece ao munícipe vulgar logo à primeira falha.
Mais: o cavalheiro da Calheta ficou obrigado a se apresentar de 24 em 24 horas na câmara com um relatório a dizer tim-tim por tim-tim como é que param as modas no Largo do Pelourinho e arredores. Acabou-se a bagunça - eis outra medida revolucionária com inspiração açoriana.
Segundo parece, Avelino deu tanta importância à exigência de relatórios como deu aos avisos. Tanta importância como a câmara deu às súplicas que os moradores entregaram em tempos, por escrito, no consulado cubano.
O importante é que alguma coisa nascerá dos escombros da Insular, nem que seja daqui a 10 anos, o que vem desmentir os detractores do Profe Mentiras segundo os quais a história da reabilitação citadina seria mais uma promessa para inglês publicar.

Não sabemos se a bagunça em marcha rumo a Setembro usará dos conhecimentos que bebeu nas ilhas açorianas para vencer as eleições e sobretudo para tomar conta do leme da já desconjuntada nau tabanqueira. Assalta-nos uma preocupação, falando sério. Se o PS for para o governo, das duas, uma: Cafofo sobe para as Angústias e deixa Miguel Gouveia na câmara, garantindo saúde política e executiva na Praça do Município, muito melhor do que na louca actualidade, mas criando um governo que será um desgoverno por falta da âncora que até à data vai valendo ao Profe; ou Cafofo joga pelo seguro, levando consigo Miguel, mais sensato, perspicaz e inteligente, conseguindo por essa via segurar o barco nas tempestades que se insinuam no firmamento, porém deixando a câmara municipal entregue à perigosa e imprevisível ala B do Trapiche de S. João de Deus, do que advirão consequências inimagináveis para a cidade e os cidadãos.
A menos que o já auto-proclamado presidente interino, qual Guaidó, tenha visto nos Açores moita de onde surjam novos coelhos, para juntar ao rebotalho que Sargento Costa tenciona mandar de Cuba para o governo regional, a fim de despachar dezenas de boys actualmente no desemprego político.  
Vamos então à reunião municipal de hoje, para o dia começar bem.

5 comentários:

Anónimo disse...

E nao houve nenhum jornalista qque pedisse os relatórios da AFA?
Que grande palhaçada senhor xafofo. É só show sem consequência...

Anónimo disse...

Há presidentes que quando abrem a boca só sai caca...

Anónimo disse...

Picareta e Fofo duas anormalidades que vivem do riso fácil e das bacoradas qeu as pessoas gostam de ouvir, quanto ao resto... tudo continua vazio apesar de viajarem aos Açores.

Anónimo disse...

Dizem que o arroz de lapas se converteu às cracas e que o Cafofo já não dispensa um bifinho de vaca açoriano. O Iglesias agora só se adocica com umas queijadas se Vila Franca. Afinal esta gente aproveitou bem o seu périplo pelos Açores.

Anónimo disse...

ó das 06.38 Ainda bem que por lá tem coisas boas também quero lá ir este verão. Por cá apenas carne importada no espeto e poncha martelada em que ainda vamos visitar de seguida o Hospital.