RUI BARRETO EM CÂMARA DE LOBOS
Um regime específico para incentivar a agricultura nos poios, como forma de preservar o nosso território e reconhecer os agricultores como os "jardineiros da paisagem madeirense", foi uma das ideias enaltecidas pelo líder do CDS-PP, Rui Barreto, no final da conferência "Ouvir a Madeira, um problema, uma solução", desta vez dedicada ao ambiente com enfoque na "Paisagem: recuperar, proteger e valorizar".
A iniciativa contou com um painel de especialistas: arquitecto Rui Campos Matos, membro do Observatório da Paisagem, autor de vários livros e participante activo em programas de rádio e televisão, Jorge Ganança Pereira, dirigente da Ordem dos Arquitectos da Madeira, Ilídio Sousa, presidente da Associação Insular de Geografia. A moderação esteve a cargo de Isabel Costa, engenheira geógrafa.
Rui Barreto explicou o objectivo do tema da conferência: "Vivemos numa Ilha com características que são únicas no mundo e no espaço da Macaronésia, com uma orografia luxuriante, espectacular", disse, para aludir à escolha de Câmara de Lobos: "Estamos num concelho que, na realidade, alimenta os madeirenses, mas a Madeira tem um atributo absolutamente único, que é a agricultura em poios."
O líder do CDS lembrou que se trata de uma agricultura feita em ambientes difíceis. "Nós achamos que este tipo de agricultura não só deve ser valorizado com deverá ter um estatuto específico, no contexto da UE, para que de facto possa beneficiar de ajudas", sugeriu Rui Barreto, para acrescentar: "Podemos produzir produtos de enormíssima qualidade, produtos biológicos, produtos regionais para o nosso consumo interno, valorizando os agricultores e a economia regional. Os agricultores na Madeira são os jardineiros da nossa paisagem, fazem um trabalho absolutamente extraordinário e por isso esta agricultura não poderá ser debatida como se fosse uma agricultura de latifundiários ou de grandes extensões", sublinhou.
No entender do dirigente regional, "é preciso desenvolver esforço junto da UE para apoiar a agricultura em poios e desta maneira defender e preservar a paisagem madeirense", sublinhou, para dizer que a conferência "lembrou a importância da agricultura nos poios, mas também as questões relacionadas com o ordenamento".
Neste âmbito, Rui Barreto falou do trabalho realizado pelo CDS e deu exemplos: o Observatório da Paisagem, iniciativa aprovada na Assembleia Regional, o diploma sobre as casas de génese ilegal, o regime específico para que na contratação pública as cantinas públicas privilegiem os produtos regionais.
O líder do CDS diz que "sai sempre mais barato planear atempadamente do que depois corrigir os erros", e não se furtou a uma farpa ao Governo Regional: "Estamos há 20 anos à espera da revisão do POTRAM, não temos o programa de ordenamento da orla costeira, e temos planos que são para corrigir erros feitos no passado", criticou.
Rui Campos Matos anunciou a realização de uma importante conferência no mês de março na Madeira, com especialistas das ilhas Canárias e da Região que vão debater, precisamente,a questão dos poios. Rui Barreto aproveitou o anúncio para dizer que será importante começarmos a pensar na candidatura dos poios a Património da Humanidade.
CDS
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