28 de Fevereiro 2019

Escolha de recurso do PS-M para as Europeias foi indicada a Lisboa in extremis

Sara Cerdas avança no lugar

do nome que não pôde aceitar

A demora do PS-M na comunicação do nome a candidatar às eleições europeias de Maio tem uma justificação que para já não deverá ser assumida publicamente pelos socialistas. O caso é que Emanuel Câmara e também Paulo Cafofo, que acompanhou o processo por dentro apesar de nem ser militante, esperaram até às últimas horas -segunda e terça-feira - pela resposta da pessoa que pretendiam ver representar a Madeira nas andanças de Estrasburgo, Bruxelas e Ultraperiferias durante os próximos 5 anos. 

A resposta que receberam, em cima do termo do prazo, foi 'não'.

A pessoa convidada para a lista não rejeitou o desafio por falta de entusiasmo quanto a integrar o projecto socialista europeu. Tratou-se apenas de uma questão profissional. Se decidisse avançar, o quadro em questão colocaria em risco a sua própria carreira profissional no futuro, dado que a entidade patronal acabou por não concordar com uma ausência de 5 anos, muito menos 10. 

Liliana Rodrigues não é recandidata, o primeiro nome desejado para a substituir não pôde aceitar e houve necessidade de fazer avançar outra escolha, a jovem médica Sara Cerdas. 
A espera pela resposta da primeira aposta levou a que só ontem, quarta-feira, o nome final fosse indicado ao PS-Lisboa. Era o prazo limite, já que António Costa precisa de anunciar hoje a lista completa.

Estes são os factos.

Quanto ao processo que decorreu até estas últimas incidências, recorde-se que a informação de um colaborador do Fénix avançava no passado dia 12 que Liliana Rodrigues estava fora dos planos do PS para continuar na Europa e que desta vez seria uma médica quem ocuparia o lugar que cabe ao PS-M na lista nacional do partido. Nessa altura, Emanuel e Cafofo aguardavam a resposta da pessoa preferida. Que responderia 'não'. Assim, das duas uma: ou a escolha da médica é uma (pouco provável) coincidência com a informação do nosso colaborador há duas semanas - que falou em médica quando havia outra aposta - ou na realidade Sara Cerdas já fazia parte dos planos nessa altura para integrar a lista em caso de indisponibilidade da primeira escolha, como veio a acontecer.  

Quanto às reacções intempestivas e grosseiras que saíram a público a colocar em causa notícias verdadeiras aqui avançadas sobre este processo, sobretudo porque caiu mal nos meios socialistas e não apenas a novidade do afastamento de Liliana Rodrigues - que nem foi prévia e oficialmente prevenida da sua não-recandidatura - os Leitores, querendo, retiram as suas conclusões. 

A resolução da indicação de nome para a lista socialista está consumada. 

A história do processo, não.