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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019



27 de Fevereiro 2019




Assembleia Municipal


Um conceituado jornalista da praça conta ter sido abordado na rua por uma cidadã que lhe pediu conselho sobre em quem votar nas regionais: nos que estão ou nos que querem entrar. Perante a atrapalhação do nosso companheiro, a senhora atalhou: "Os que estão já têm a barriga cheia e os que querem entrar têm muita fome..."
Há, entretanto, quem entenda que, uma vez que todos querem o mesmo, então que venham outros novos porque mudar pode não ser tão mau.


O diabo que escolha. Mas o drama não é propriamente a indecisão dos cidadãos baralhados. Em último caso, moeda ao ar e está resolvido. O grande drama é a constatação generalizada daquilo que a classe política pretende afinal da sua actividade: as benesses que os cargos públicos garantem. Nos dias de hoje, como aliás é comummente aceite, ser do PS não quer dizer socialista tal como ser do PSD nada tem a ver com social-democracia. A ideia que emerge das posições dos protagonistas no terreno é que os dois partidos principais andam numa corrida para ganhar o título de 'o mais liberal'. Não há dúvidas nenhumas de que os grupos económicos mandam na classe política. Ganhará o lado que for mais dócil no facilitismo às ideias e aos projectos dos grandes empresários.
Simplifiquemos.
Se os grupos económicos pensam no lucro e se os partidos políticos, sumidas as elites, foram assaltados por militantes que precisam desesperadamente da política para viver, não é de estranhar que os candidatos ao tacho se agridam verbalmente - por enquanto - em recontros como o de ontem na Assembleia Municipal do Funchal. Uma vergonha que só devia passar nos telejornais a partir da meia-noite.
De notar que a troca dos ideais pelo pé-de-meia vai-se tornando transversal no espectro político regional. Ontem, foi curioso ver como Rodrigo Trancoso, do Bloco de Esquerda, se manifestou como um dos mais inflamados defensores das políticas direitistas de Paulo Cafofo em discussão. Ferindo a prática de Louçãs, Miguéis Portas e Joões Semedos, que davam corpo a um partido claramente adversário de regimes policiais e mercantilistas, o deputado municipal funchalense, que deve ter adorado mandar uns tempos nas sessões da AM, justificou ontem o prato de lentilhas que o sistema de catering da autarquia tem fornecido a um par de bloquistas. O que não diria desta conduta Paulo Martins, que passou uma vida de combate, resistindo ao 'canto de sereia' que poderosos lhe dedicaram, para tentar atraí-lo, a troco do que quisesse, a fileiras que ele combatia! Para Paulo Martins, a UDP e o BE que ele chefiou eram instrumentos de luta por uma verdadeira esquerda, e não um projecto acabado de colagem ao poder para satisfazer clientelas.
Em foco, esta terça-feira, estiveram o peregrino projecto de polícia municipal e a legitimidade ou não da Frente Mar, empresa municipal estranha, de objectivo misterioso, contas imperceptíveis e com um curioso mapa de quadros.
O parlamento municipal foi mais uma vez pasto das chamas ateadas por paixões partidárias, que não meramente políticas. Preparemo-nos para o agudizar das refregas já muito em breve. É que em Maio há Europeias e os especialistas entendem que essa primeira corrida funcionará como primárias relativamente às regionais. Embora estejam redondamente enganados.

7 comentários:

Anónimo disse...

Eu antes votava no Bloco de Esquerda, mas depois do que vi, em que Paulo Cafôfo apoiado pelo BE junta-se aos Sousas, vou passar a votar na Raquel Coelho do PTP! Pelo menos sei que vão combater a "máfia no bom sentido"! O Bloco de Esquerda ficou esvaziado politicamente depois que se aliaram ao prof. mentiras! Uma vergonha para aqueles antigos militantes do BE e UDP que combateram o jardinismo!

Anónimo disse...

Força Raquel Coelho. Com o Canha.
Coligação CONTRA A MENTIRA

Anónimo disse...

Quem viu a UDP (perseguida pela PSP na Avenida Zarco em 1978 e em Machico - Ribeira Seca) e agora travestida de BE a exigir Polícia Municipal! Não há dúvidas que a Política é melhor que a Rotunda para encontrar chulos e prostitutas!

Anónimo disse...

Os Bloquistas venderam-se, até a nível nacional já estão alguns a abandonar o barco burgues.

Anónimo disse...

Paulinho o coveiro do bloco

Anónimo disse...

O Trancoso já não faz parte do bloco segundo parecer o atual presidente regional já o afastou, o Rodrigo Trancosa agora é um lambe botas do CAFOFO, ele e a mulher andam a procura de tacho.no PS..

Anónimo disse...

deixe ver se percebi:

A Assembleia Municipal do Funchal votou a favor de uma proposta de recomendaçao á Camara para deixar de ter a Policia Municipal.
E votou outra recomendaçao para que fosse feita uma auditoria independente á Frente Mar Funchal.
Logo apos essas votaçoes o Vive prsidente Miguel Gouveia fez declaraçoes publicas a dizer que a Câmara não estava obrigada a acatar as deliberaçoes da Assembleia Municipal e que não as iria acatar mesmo.
Ou seja a Policia Municipal vai mesmo em frente e a auditoria fica pelo caminho.
já o presidente Câfofo tinha manifestado que assim seria ainda na propria sala da Assembleia com aquele sorriso de desprezo que lhe é carateristico.
Bem pode continuar com esse risinho ridiculo (alguem deve lhe ter digo que fica-lhe sexy), e dirigi-lho para um tal Sergio assalariado do Frente Mar e deputado municipal do PS, pela vergonhosa intervençao que fez na Assembleia. É que bem podia o CÂfofo evitar essa falta de educaçao do Sergio dizendo-lhe em particular que esses recomendaçoes iriam cair em saco roto porque não as ia acatar e assim o Sergio nem levantava o cu da cadeira.
ESSA MALDADE AO SERGIO NÃO HAVIA NECESSIDADE.QUANTO A CAFOFO SABEMOS COMO É DEMOCRATA.