1 de Fevereiro 2019

Ciência política é isto!

A gente vai andando e aprendendo. A classe política da Madeira nunca foi 'essas coisas' desde o 25 de Abril e sobretudo a partir de 2000 para cá, em comparação com as que pontuaram em fases muito mais difíceis da História do Arquipélago. Mas nos últimos tempos, e com o pedido de desculpas ao PAN, é 'cada tiro cada melro'.

Ao fim da tarde desta quinta-feira, nas 'capelinhas' do Funchal por onde andei com os amigos, os comerciantes do Funchal agitavam o DN do dia, ainda incrédulos com a notícia da última página. "Mas o que é que aqueles gajos querem?!", foi o desabafo do serão.

A notícia, como o Leitor já percebeu, é a 'boa nova' de que a câmara do Prof. Mentiras conta arrecadar uma receita de 1,2 milhões com a fiscalização da bofiazinha municipal que aí vem. A 'psico' do jornal em questão tratou o caso do lado da receita, para desagravar as teorias do Prof. Mentiras. E assim justificar a criação de 50 esbirros com fama já formada de zaragateiros e pistoleiros.

Fernão de Ornelas, presidente da Câmara em part-time, no tempo da guerra e sem dinheiro abriu espaços na cidade para os funchalenses e os visitantes circularem à vontade, e num tempo em que havia uma frota de meia dúzia de carros. Estes tipos eleitos para o município actual (mea culpa), para milhares de automóveis em movimento a cada minuto, estreitam ruas e fecham outras. Quando o mundo progride nos espíritos e derruba muros, estes daqui imitam o Trump levantando paredes para 'chatear' quem lhes paga os tachos. Para os representantes do poder castelhano 'obcecado' - termo do sargento complexado -, o regime ideal para vigorar cá nas ilhas é o repressivo, policial. Que é para o sua excelência Mentiras passar revista às tropas diante das câmaras de tv e das digitais. O peneirento e o séquito de capangas castelhanos. Para mostrar que o homem também tem montes de autoridade. A PSP, a GNR, a Polícia Marítima, a ARAE, a Florestal, qual quê! 

Para não falar do diploma de incompetência que se passa aos quadros da fiscalização municipal. Que paciência têm esses profissionais!

Na capital, mandará o Mentiras, com os seus esbirros prontos a esganar os comerciantes já de si asfixiados com impostos e tantas mariquices inventadas pelos ditos-cujos serventuários dos castelhanos de segunda. 

Imagine-se o que serão estes cavalheiros se um dia se apanham com a chave do wc principal da Tabanca!

Esta vereação só chateia. Irrita a pele dos joelhos do cidadão que se defronta momento a momento com buracos por todo o lado, semáforos descoordenados a deter o escravo, sinal sim, sinal sim, engarrafamentos de fazer praguejar um santo, estacionamentos loucos, derrames de água nas adufas que se eternizam, serviços burocráticos de enlouquecer o contribuinte, prática de amolar quem precisa de resolver situações particulares, resolução de problemas de cará-cacá despachando os desgraçados para os julgados de paz - e o raio que os parta a todos os que nos andam a gozar há seis anos.

E vem agora essa maralha de alucinados e obcecados recuperar a época dos esbirros que tratavam os problemas dos cidadãos ao chicote. Agora, século XXI! Dizem os fulanos que é tudo 'Pelas PSoas'! E o jornal da boa nova comenta, da sua lavra, ou seja, sem estar a citar nenhum dos operacionais da LPM, que estas coisas surgem aos nossos olhos "na linha da transparência com que o executivo tem pautado a sua acção". 

Nem mais!

E atenção que também há coisas de polícias municipais em Albufeira, Leiria, Portimão e em algumas outras cidades que também entrarão nos eixos quanto a feiras e mercados fixos e ocasionais. Que é que estão a pensar?

"Transparência"! "Transparência" naqueles aldrabões que mudam de opinião de manhã para a tarde, desde que seja para armar ao importante e criar tachos à custa de lixar o contribuinte! 

O que se há-de ler!

Para se fazerem notar, os criadores de esbirros municipais para o Funchal continuam na onda 'se não há problema, arranja-se'. Pois conseguiram arranjar mais um para cima das 'arcas'. Os comerciantes não estão propriamente eufóricos com a novidade de que afinal serão eles próprios a pagar aos seus carrascos e que ainda por cima a câmara castelhana faz gala disso nas páginas da sua imprensa.

Perdido por perdido, seria bom que a acção dos novos esbirros ocorresse com efeitos retroactivos. Dadas as dificuldades dos tribunais, às tantas conseguiam incriminar a sério os verdadeiros culpados das 13 mortes e dos 50 feridos no arraial do Monte.

Voltando à vaca fria, ciência política é com os crânios a quem estamos entregues. E ainda aqui vamos. Grande futuro!