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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019




8 de Fevereiro 2019




Duas delícias para entreter pategos



1. Miguel Albuquerque dá a entender que nós, madeirenses, não somos pategos. Mas deixa que nos tratem como se fôssemos. Miguel Albuquerque reagiu com bom discurso. Fez boa leitura à dádiva do Avô Cantigas de Belém, a escolha da Tabanca para o arraial do dia de Portugal em 2020. O inquilino das Angústias disse que se os festejos deste ano fossem cá, conforme proposto pela Madeira, não haveria confusão nenhuma entre o arraial verde-encarnado e as eleições regionais. Salientou também, muito bem, que eleições este ano também as há no plano nacional. Mas o sr. Albuquerque resignou-se e regozijou-se com a vinda da festa em 2020.
Por que não quer o sr. Presidente de Lisboa que o 10 de Junho se faça nestas bandas em 2019?

Porque ele, o sr. Marcelo, leva como boa uma decisão parece que antiga - quem será que teve a brilhante ideia? - de não fazer dias de Portugal nas Ilhas em ano de eleições regionais. Porque esta carga de analfabetos, entendem os tipos de lá, se deixa levar pela emoção e depois é capaz de não saber votar a modo. 
Pergunta-se: no território castelhano ocidental esse problema não se põe? Não digo os espertalhões dos alfacinhas, que esses lá nadam em sapiência e agricultura; mas os eleitores da província não cedem às manobras eleitorais subjacentes, pelos vistos, ao arraial comemorativo da raça e do Camões? Será que os alentejanos, com as comemorações deste ano em Portalegre, não vão mudar a agulha do voto e abandonar de vez os comunas do Jerónimo? Claro que não. O povo superior afinal é em Castela 2.
Este nosso complexo de inferioridade é tramado.
O sr. Albuquerque, em meu entender, leu bem a situação, mas permite que mais uma vez nos apliquem o rótulo de "pategos", ao regozijar-se com a perpetuação da nossa menoridade aos olhos cubanos. Nunca mais aprendemos a distinguir uma festa de uma eleição - eis a moral da história que fica. 
Para meu gosto, o que a Madeira devia ter respondido era: oh Cantigas, vai à fava mais as tuas festas; se quiseres vir aqui em 2020 trata de toda a logística porque estaremos de férias nessa altura; e depois  de Cabo Verde, onde mais uma vez vais este ano, podes ir lançar fogo de artifício verde e encarnado em Cabinda, que ainda deve haver por lá algum luso-descendente.
O espaventoso colega da Cristina Ferreira mantém-nos agarrado ao rótulo de analfabetos. E para Albuquerque, tudo como dantes, quartel-general em Abrantes.

2. O jornal do AFA traz hoje a notícia de que vêm aí os bispos portugueses em peso para a comezaina comemorativa da entrada em funções do novo titular das 4 Fontes. Uma nutrida maralha onde não faltam o patriarca, o núncio, o sacristão da igreja de Celeirós do Douro e a sra. Piedade, beata mais antiga do Sabugueiro. O festim é já no dia 17 e a Madeira não dorme com ansiedade perante o ditoso acontecimento.
Muito bem. O sr. Brás vem aterrar aí como novo bispo. E depois? O que é que acontece de trepidante nas Ilhas? 
Atendendo ao que se viu nestes 40 anos, daquele palácio das 4 Fontes o que sai sempre é 'mais do mesmo'. Ou, para insistir nos chavões compagináveis com a monotonia do processo, é um eterno 'cada vez mais na mesma'.
O Francisco ao menos foi sincero. Chegou cá logo a seguir ao 25 de Abril disposto à traulitada e avisou que esse tempo de PREC era de fazer política contra o avanço comunista. Transformou o JM num arauto da pancadaria, incentivando diariamente os bombistas e os caceteiros rurais a despachar os progressistas que atentavam contra a hóstia. Notícias sobre o terço e a confissão, dizia ele, para essas havia o Sino de Santa Maria Maior.
Francisco ao menos foi claro na sua governação ultramontana. Que incluiu até uma suspensão 'a divinis', do padre Martins. E foi ele quem implantou o PPD como única formação partidária que não implicava a excomunhão do militante e do eleitor.
Depois veio Teodoro, com promessas de reunificação da sociedade e da família católica. Pior a emenda do que o soneto. O mandato - uma eternidade - não foi menos político-partidário do que o do pescador do bacalhau, Francisco Santana. Pelo contrário, aquilo foi um regabofe de promiscuidade na Tabanca. Igrejas a nascer na Região como cogumelos e votos a pender cada vez mais para a Rua dos Netos. Sem esquecer o caso do padre Frederico, esse a correr mal ao Teodoro, já que aproveitaram o assassinato de um jovem no Caniçal para fazer a vida negra ao infeliz e perseguido pedófilo brasileiro. A ponto de o bispo comparar as maldades feitas ao seu amigo com a paixão de Jesus Cristo.
Em todo o caso, Teodoro saiu quando chegou ao seu tempo e ficou no bem bom, com casa, mesa e carro da igreja para governar a sua vida. Também não faltava mais, depois da riqueza que tirou aos pobres incultos para meter na incalculável conta da diocese.
Saiu e deixou pendente o que prometera resolver, o caso do padre Martins. Mas confortado com a bênção de Deus e com os agradecimentos do rebanho laranja (rebanho no sentido religioso, oh mal-dizentes que nunca entrastes no redil da salvação).
Veio Carrilho e então foram 12 anos de vida regalada naquelas 4 Fontes. O reinado 'sopinhas de leite' permitiu ao homem engordar e encontrar o caminho para o paraíso da reforma. Os descalabros do tempo que acaba agora dia 17 meteram várias tragédias com mortes e estragos, mas o cavalheiro sempre a elogiar a incompetência dos poderes públicos que não tratavam de prevenir convenientemente essas tragédias e a elas reagiam com incompetência. Algumas dessas tragédias com a igreja no centro das culpas.
Que fazia o Carrilho em circunstâncias tais? Metia-se na Sé a debitar mais uma das suas prédicas gaguejadas, sem dizer nada que se percebesse a não ser que quem devia valer às vítimas eram os fiéis, à luz do seu espírito de caridade. O homem não se chegava à frente com uma ajuda da riquíssima diocese nem se dignava empurrar a responsabilidade para as instituições com deveres na matéria - pedia era aos miseráveis que ainda ficassem mais miseráveis. 
Quem não se lembra daqueles comícios na Catedral e no Monte, depois de enxurradas, incêndios e outros desastres naturais?
Quanto à anedótica suspensão 'a divinis', siga o baile. Não vale a pena falar em colagem ao poder político-partidário, para não chover no molhado.
De modo que não devemos dizer que o senhor já devia ter ido; não devia era ter vindo.
O homem também não descurou a sua vida futura. Depois da 'trabalheira' destes 12 anos, agora é apartamento 5 estrelas e com tudo pago. Mas também não se ia pôr o homem na bicha da sopa do Cardoso.

Depois destes brilhantes consulados, as seitas exploradoras das mentes fracas entraram na Madeira às escâncaras e estão refasteladas por toda a parte que é um primor. Reinos de deus de pronúncia à Bolsonaro a cada esquina. Claro, não era de esperar outra coisa, com o bonito trabalho nas 4 Fontes. 
Natural é que no plano social não esperemos nada de novo do senhor que se segue, Nuno Brás. Os quadros da Igreja insular que pensam pela sua cabeça têm uma esperançazinha. Mas muito ténue. Oxalá que não, mas parece mesmo vir aí um futuro para esquecer. 
Que as nossas piedosas beatas rezem por nós, pecadores.

6 comentários:

Anónimo disse...

Mas qual a necessidade de entrar em guerra com o Presidente da República?? Não faz sentido nenhum.

Anónimo disse...

Venha quem vier, a mim não me aquece nem arrefece. Não tenho por hábito dar troco a quem fala com amigos do céu.

Anónimo disse...

Uma delicia chamado juca do dragoal, que dá uma entrevista do JM, em que faz um choradinho porque ninguém quer assumir a presidência do sporting do dragoal.
Vamos por partes, o fulano diz que não há dinheiro para as despesas dos atletas à Madeira.
o fulano diz que dormem no RG3 militar.
Primeiro que tudo deveria ser feita uma Auditoria aos apoios recebidos do GR. Saber onde foram gastos os milhares de euros recebidos do erário público.
Depois de sabermos se há desvios desse dinheiro, então sim, realizar Eleições, se é que aparece alguém para pegar nesse barco já naufragado, chamado sporting do dragoal.
Isto de se dizer que tem as finanças e a segurança social em dia não basta, tem de se dizer porque não ficam em residenciais ou hoteis.

Anónimo disse...

Miguel Albuquerque esteve bem em defender os nossos interesses.

Anónimo disse...

Fiquei surpreendido por haver interesse em que Marcelo venha cá. Se fosse o Professor Cantigas acharia normal o interesse.

Anónimo disse...

tem-se de entrar com guerra também com Marcelo

nada faz para ajudar a Madeira , prometeu ir ao Porto Santo mais em vez disso escolheu tirar fotos com criminosos da Jamaica

com gente desta que prefere criminosos em vez de PortoSantenses só uma coisa a fazer guerra mesmo sendo do mesmo partido a Madeira e o Porto Santo estão 1º