Não é com propaganda ideológica 

que se reduz o desemprego

O desemprego é um problema social e coletivo e não apenas um problema individual, de quem se encontra sem trabalho. Os problemas sociais devem ter uma resposta coletiva e o governo são quem tem essa incumbência que lhe é delegada pelo voto do Povo.

Temos visto o Governo Regional a nos entreter com declarações que ofendem a dignidade das pessoas desempregadas, como se a responsabilidade dessa situação fosse essencialmente individual, como se as pessoas não quisessem trabalhar. 

Vemos com preocupação iniciativas que não são mais que sessões de inculcação ideológica, para as quais são convocados os desempregados sob ameaça de lhes ser cortado o pagamento dos subsídios e deixarem de estar inscritos no centro de emprego. A última decorreu no centro de congressos da Madeira, com a presença da sra secretária da Inclusão, onde foi impingido a centenas de desempregados baboseiras sobre como se devem vestir e apresentar em entrevistas de emprego, atitudes a adotar e formas de melhor redigir um currículo. Não que seja irrelevante adquirir estas competências, mas a eficácia da formação será muito reduzida em sessão com tão grande audiência e com níveis de competências muito diversas.

Mas as melhorias da competências individuais dos desempregados ou a mudança de atitudes não fazem criar empregos, com certeza que melhora a aptidão de cada um para disputar as ofertas que existem, masnão resolve o problema social do desemprego. Esse apenas com medidas concretas que promovam a criação de empregos se resolve. Ou com investimentos públicos com criação direta de empregos. Com ações de progaganda ideológica não se reduz o desemprego.

Estas ações são inúteis, são apenas propaganda e constituem uma falta de respeito pelos desempregados, por ser obrigatória a sus apresença e em nada contribuem para combater o desemprego – são um desperdício de meios públicos.

BE