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Um burro a falar
de cidades
inteligentes
Qualquer porcaria que organizem lá fora extensível ao Funchal, para virem cá sugar os dinheiros que a câmara cafôfa cobra aos patos dos contribuintes, é motivo para Profe Mentiras arrotar postas de pescada querendo convencer os cidadãos burros de que a "escolha do Funchal" é o reconhecimento do grande trabalho que ele, 'Xerife dos Mossos', tem desenvolvido com ajuda da sua equipa.
Burros ou inteligentes - depende do ponto de vista. No caso, trata-se do "reconhecimento" de que o Funchal está entre as 'cidades inteligentes'. Quais são as outras? Está tudo na notícia do JM: Portalegre, Albufeira, Ponta Delgada, Seixal e Viseu. A nossa inteligência chega para ver isto? Ou vamos concluir daqui que Coimbra, Lisboa, Porto, Braga, Faro, Bragança e por aí adiante são tudo uma carga de burros? Sim, estamos a falar de tecnologias e assim.
Temos, pois, um Funchal tão inteligente que o seu regedor Cafôfo, mesmo antes das actividades que vão aferir esse QI da cidade, dentro de dias, já retira as suas conclusões: em matéria de caco na cabecinha, teremos uma nota lá para cima.
Ele diz que somos os maiores na modernização administrativa, participação, inovação e sustentabilidade. Ora eu, que como cidadão contribuinte também tenho o direito de me sentir e dizer inteligente, finjo, para não passar por burro, que vejo sem lupa os nossos progressos todos na modernização administrativa, na participação, na inovação e na sustentabilidade, embora não saiba onde é que estão eles, os progressos. Nem sequer na tão cantada loja do munícipe.
Temo pela hora em que apareça o tal a desmascarar que o rei vai nu, porque aí passaremos todos a ser burros - e ao quadrado.
Acontece a todos e eu próprio também tive a minha hora de burro, no último domingo de Setembro de 2013. Mas pergunto: será que somos uma cidade inteligente cheia de cidadãos burros? O povo desta capital, que é a terceira cidade do País desde há séculos, mesmo quando ainda não havia "compromissos estratégicos" e fotografias do Cafôfo - saberá o povo se esse 'smart cities tour' é qualquer coisa de comer? Não, essa smart cities não é de comer. Esse expediente é que come os cidadãos, atrás da capa da Altice, CTT, fundação AIP e ANMP, mais a cobertura do Expresso. Claro, o jornal que branqueia a m... que o mano Primeiro Costa despeja todos os dias não podia actuar de outra maneira.
Estas designações e títulos de inteligentes fazem-me lembrar as organizações internacionais que chulam os inteligentes dos jornais vomitando anualmente awards por todos os lados - prémio de melhor 1.ª página para este, melhor design regional para aquele, melhor página 17 para o outro, melhor cruzinha na necrologia para este, melhor rodapé para aqueloutro. Há prémios para todos os gostos, de maneira a que cada pagador inteligente possa puxar à 1.ª página o seu título como o mais importante prémio do ano, no mundo e arredores.
Assim são os prémios e as distinções atribuídas 'desinteressadamente' a câmaras e departamentos governamentais por intermédio de empresas especializadas que nos levam couro e cabelo.
Nesta saga do smart cities, há conferências marcadas para cá, com abordagem de temas pseudo-modernos e pseudo-inteligentes que daqui a 15 dias passam ao esquecimento como tantos outros de que ninguém se lembra hoje.
Ninguém, vamos indo. O Profe Mentiras tem o descaramento de lembrar que o ano passado a cidade organizou o Smart Funchal, com um "cartaz de luxo". Pois. E daí? Eu não vejo que desde então o Funchal se tenha tornado nessa nova cidade cheia de modernização. Devo ser burro. Até porque aquele purgante de magnésio da câmara municipal ameaça que para o ano haverá mais.
Talvez um dia eu ganhe um pouco de inteligência e me converta à moda. Primeiro preciso de saltar os incómodos que esta porcaria de câmara mete no caminho diário dos cidadãos. Não vejo inteligência no pandemónio destas ruas cujas crateras despejam água como no Niagara sempre que cai uma chuva mais nutrida. Não vejo inteligência no receio generalizado de andar pelas ruas ladeadas por renques de árvores quando sopra vento rijo, desconfiado com a bandalheira da câmara em matéria de prevenção. Como posso dar largas à inteligência ao conduzir por essas ruas danificadas por várias alturas de asfalto, tipo estalagmites, com espetos e buraqueiras tantas que fugir de uma é cair noutra - coitadas das suspensões dos carros. Já conheço muitos dos buracos, mas às vezes o carro da fila do lado não me permite fugir deles. E que lampejo de inteligência existe no espectáculo das ruas-fantasma que os tipos disseram que iam reanimar, para depois reconhecerem que os primeiros quatro anos afinal eram para arrumar a casa e hoje lembram que não se pode fazer em 6 anos o que não se fez em 40! Será inteligente fingir que não reparamos nas milhentas casas em ruínas que o fulano da cremalheira, em outdoors idealizados pela LPM, prometeu reabilitar Pelas PSoas?
Pode o smart cities transmitir-nos uma inteligência que nos ajude a engolir sem vomitar as romarias de novos boys, incluindo os que começaram por Lisboa?
Voltando à vaca fria. Antes de os espertos da smart cities cá chegarem, o Cafôfo já fala do reconhecimento concedido ao seu trabalho. Então depois de verem esta cidade-maravilha, é de rebentar a escala.
PS 1 - Agora a sério, Paulo, que tens recebido o ordenadinho e as ajudas de custos, tudo direitinho: aponta aqui à rapaziada uma única coisa que tenhas feito pela cidade em 5 anos. Ah, pois é. Então, pelo menos não nos chames mais burros do que somos. E já agora, vai passear, mais as tuas smart cities todas.
PS 2 - O burro do título que encima esta peça sou eu, como é mais do que óbvio.
10 comentários:
Não teria dito melhor!
...é melhor um piso todo esburacado...com crateras do que um piso bom e DE REPENTE ESPETAREM UMA LOMBA !!...de longe MELHOR circular na rua do Bom Jesus com altos e baixos que NÃO obrigam a PARAGEM REPENTINA OBRIGATÓRIA como LOMBA rua 31 Janeiro ... com PASSADEIRA colocada SEM LÓGICA...com semáforo verde à frente SEM LÓGICA...SÓ DE BURROS!!. SMART CITY?...DONKEY CITY!!
Está excelente!!
Quer dizer, a ANMP anda pelo país todo a organizar conferências relacionadas com a temática, que na verdade não devem ser mais do que uma maneira da MEO tentar vender os seus produtos às autarquias, e só por terem escolhido realizar no Funchal, já faz da mesma uma SMART City? Só por essa assumpção já se vê o quão smart é o executivo funchalense. A chamada smartness saloia
É a cidade inteligente, era a cidade verde que afinal não foi, tudo tangas para o Prof. Mentiras fingir que faz alguma coisa, e ajudado pelo DN lá vai enganando a viloada.
No tempo do outro também era o povo superior. Viu-se no que deu...
Para alguns Leitores distraídos: os comentários ao problema das seringas, tubos de análises e tv-cabo que estão faltando no hospital devem ser encaminhados para os artigos certos, que os há em profusão aqui. No caso deste artigo dos burros, o assunto é o inteligente Cafôfo armado aos cágados com elogios a si próprio absolutamente ridículos. É isto que se deve comentar neste post e não a história da carochinha.
E isto para não falar dos slogans propagandísticos, que esses devem ser encaminhados, não para o Fénix, mas para os suplementos que nós pagamos, e são tantos. Já agora, a contra-informação também não é aqui, senhores espertalhões das agências. Utilizem o espaço que pagam com o nosso dinheiro.
Excelente, meu caro Calisto. Quando V. Exa. pega na pena é outra loiça.
Lindo! Adorei! O gabarolas que nunca fez nada, sempre a culpar os outros da sua inércia e desinteligência.
Já perguntei várias vezes neste espaço, encarecidamente, aos amigos cafofianos P'las PSoas, que me indiquem uma realização do Prof. Mentiras desde que é presidente da Câmara.
Até agora ninguém respondeu. Não se lembram de nenhuma, pois não ?
O QUE É QUE TENS FEITO?
Cafofo in DN
Nesse artigo de opiniao semanal que sabemos conta historias da avozinha e desbobinar de cassete tipo CDU, foi procurar satisfazer a minha curiosidade e finalmente saber o que tem feito Cafofo.
Com os diabos não é que afinal não disse nada.
Ah percebi agora, é uma pergunta para responder na proxima escritura, este foi para criar suspence.
É uma tirada tipo comercial criando expetativas e depois curiosos os leitores ficam anciosos pela proxima escritura.
Muito bem pensado caro Cafofo
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