Powered By Blogger

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019




5 de Fevereiro 2019




Albuquerque também 
aproveita actos oficiais
para fazer campanha eleitoral


O farisaísmo sempre me causou pruridos principalmente quando a hipocrisia dos mais poderosos humilha e expõe publicamente os mais fracos para que eles, os bem instalados, alcancem os seus fins.

É o caso do fariseu que resolve oferecer à instituição de beneficência uma ambulância a cair aos bocados, convocando câmaras de tv e fotógrafos a fim de que a sua 'generosidade' seja devidamente propagandeada. 

É o caso dos governantes e autarcas que entregam ao desalojado a porcaria de um T0, aliás pago por todos nós, e faz questão de ficar numa foto com o desgraçado do 'contemplado', que não tem outro remédio que não submeter-se ao rebaixamento. Tendo a pessoa necessitada muitas vezes de falar para a televisão a dizer quão grande é a sua 'alegria' pela esmola recebida e, já se sabe, com agradecimento anexo ao 'benfeitor' que lhe entregou a chave.
...Como se não fosse obrigação do insensível engravatado cumprir a política social. Como se o dinheiro público fosse dele.
Estando em causa os votos que dão tacho, o importante é apresentar obra; que se danem o orgulho e a dignidade daqueles que atravessam maus momentos, porque a casa desapareceu no incêndio ou numa enxurrada.

Há fases dos mandatos políticos em que a doença eleiçoeira se agrava. Os da câmara do Funchal aprenderam o estratagema depressa. Agora, entregam a chave de uma casa e é um chinfrim na imprensa do costume que faz impressão. Por sua vez, a presidência do governo aproveita o procedimento rotineiro de entregar 100 euros a cada agricultor para montar uma cerimónia solene a que só faltam foguetes e fanfarra. Que paciência por parte dos 'felizes contemplados'!


Essas atitudes que um regedor dos velhos tempos recusaria tomar entroncam com outra rotina do tempo que atravessamos.
O PSD-M tem atacado, com toda a razão, a chantagem que os socialistas fazem, a coberto do Sargentão, ao prometer saúde, ferry e bacalhau a pataco se o eleitorado resolver mudar a cor do poder na Madeira. Porque o governante lisboeta é o primeiro a utilizar a sua posição oficial para fazer campanha eleitoral na Tabanca, em obediência à sua famosa obsessão. Assim como a câmara funchalense, e bem, tem sido acusada pelo mesmo PSD-M de utilizar meios públicos nas suas actividades partidárias.
Pergunto: falando de sessões 'solenes' para a entrega de cheques, pela mão de Albuquerque, que se chama a isso? 
Vejamos: ontem mesmo, lá foi o presidente das Angústias novamente entregar apoios do IDE. Com a presença do presidente da ACIF e tudo. Não se trata de um direito dos abrangidos? Um dia destes os executivos resolvem fazer uma cerimónia todos os meses, no pagamento dos salários à função. 
Pode o executivo atalhar a questão dizendo que faz a cerimónia para entregar apoios do IDE porque sim. Afinal, por que não?
Seja. Que se façam esses encontros saloios para o nosso Blue vender o seu peixinho sobre a grandiosidade da governação. Que no seu bem arengado discurso, o sr. presidente jure a pés juntos que a Madeira, graças à recuperação imparável de há não sei quantos anos a esta parte, é a Região com mais crescimento económico ao nível do Planeta e arredores. Que o grau de confiança e estabilidade nas ilhotas quase bate no tecto e que daqui a uns tempos não haverá quem não tenha o seu Mercedes, piscina e um cruzeiro anual pelo mundo. Deixem-nos sonhar. Este discurso não fica mal a um governo empenhado em moralizar as hostes adoentadas e desempregadas.
Mas quando Miguel Albuquerque arranca para o sprint final da sua prédica, decretando que não se deve alimentar "falsas conversas", aí começamos a ouvir os acordes míticos do Galáxia e a voz do meu amigo xavelhinha Vasco a dizer que quer ver as bandeiras cor de laranja vigorosamente agitadas no ar. Porque, diz Blue chief, "isto não vai com exercícios faz-de-conta". Nem vai com alterações ao que existe, por causa das "repercussões negativas" na vida regional. Em timbre de voz alarmista, como fez ontem, o orador desfecha uma apoteose final com um slogan que se populariza: "Isto não vai com conversa nem com fotografias no facebook."
O que isto não parece é conversa de um presidente de governo. É mais farpa de um candidato ao rival. 
É evidentemente um aproveitamento de meios oficiais e de uma cerimónia oficial para dizer quem é que põe a Madeira em marcha. 
Conversa fiada de um candidato às eleições.    

17 comentários:

Anónimo disse...

É uma facto Calisto.
Todos se aproveitam dos cargos que ocupam para, especialmente em tempos eleitorais, fazerem propaganda política com simples actos de administração da coisa pública. E os que não têm poleiro, denunciam como forma de terem visibilidade. Porque se lá estivessem, fariam igual. É o que nos mostra a prática.
Se ao cidadão sai um prémio tipo lotaria ou euromilhões, pode o mesmo ficar incógnito.
Se lhe sai uma casa social, ou se recebe uma verba a que se candidatou para um investimento, tem que aparecer publicamente.
É uma clara violação da liberdade individual da pessoa e da sua privacidade.
Seria interessante um candidato a fundos ou a uma casa, não comparecer à cerimónia pública.

Eu, O Santo disse...

O Governo Regional obriga os cidadãos a beijar as mãos dos políticos para receberem certos apoios. No entanto, em outras situações esconde as benesses dadas.
Conto uma história.
A SREI tem concursos públicos em que os trabalhos são indiscriminados. O que é posto à concorrência são os custos unitarios de cada trabalho (que são desconhecidos quando o programa de concurso é elaborado).
Exemplo.A Direcção Regional de Estradas: quando é necessário limpar uma estrada (devido a queda de inertes ou árvores), a DRE contacta o vencedor do concurso e manda executar os trabalhos, estando já os custos unitários já definidos no programa de concurso. A razão deste tipo de procedimentos é que um qualquer procedimento concursal demora no mínimo dos mínimos 2 ou 3 dias… e não se pode ter uma estrada fechada durante 2 ou 3 dias, à espera que o procedimento siga seus trâmites.

A DRESC fez o mesmo para a limpeza das ribeiras: são os concursos de de “Limpeza e Regularização Natural de Linhas de Água nas Ilhas da Madeira e do Porto Santo - Zona Hidrográfica” 1 a 6 (todas)” que já vão na segunda edição. A primeira questão, é que neste período não houve nenhum aluvião... então em que foi gasto o dinheiro?
Mais ainda a Lei 54/2005 e 58/2005 impóem que em quase todos os casos os custos de limpeza sejam da responsabilidade/pagos pelo dono do prédio.
Foi pedido acesso aos procedimentos concursais concluidos.
A SREI declarou:
“atendendo à vastidão de documentos administrativos que integram todo o procedimento constante do Vosso requerimento, cujo expurgo e adaptação da matéria reservada envolverá um esforço desproporcionado, (…) solicita-se que melhor precise o seu pedido, no quadro do qual se voltará apreciar a Vossa pretensão”.

1- Vastidão de documentos administrativos.
Então, foi pedido o acesso a seis processos de concurso (que devem ter o contrato incluído) e os mapas de trabalhos executados. Pela resposta da SREI estes documentos estão dispersos. O quê? Então, a necessidade de execução dos trabalhos, os pareceres técnicos que os acompanham, a identificação que cabe ao GR executar esses trabalhos, os mapas de trabalhos, e provas da sua execução estão dispersos?
Isto quer dizer que não há controlo nenhum sobre estas obras/trabalhos.
Quem é que pode garantir que aparece uma conta para pagar sem justificação nenhuma? (ou mesmo trabalhos inexistentes, mas que em termos de papeis são perfeitos)?
Neste caso, o que é que impede um dirigente corrupto de colocar os funcionários e equipamentos da Direção de Serviços a fazer os trabalhos, e depois, mediante uma comissão do empreiteiro, mandar a conta para pagamento pelo GR? Nada!!!

2- Expurgo da matéria reservada
Então, foi pedido acesso a um concurso público e os mapas de trabalhos desses concursos, e existe matéria reservada?
Os funcionários do GR são públicos, a empresa é privada mas está a trabalhar para o Estado, logo, no máximo só existe uma eventual matéria a expurgar sobre a posse do prédio: ou é público ou é privado. Se é público não há nada a expurgar, se é privado ou existe uma autorização do proprietário ou uma posse administrativa. Nenhum desses documentos é privado.
Pior, se o prédio é privado então, por lei, cabe ao seu proprietário executar esses trabalhos.
O que me leva a questionar: então o GR anda a fazer trabalhos que beneficiam privados e que por lei a responsabilidade desses trabalhos é desses privados, e quer esconder o nome desses cidadãos? Porquê?

Anónimo disse...

Então, há um bacano que declara que os apoios dados a privados com o dinheiro dos contribuintes devem ser desconhecidos pela população. Deve ser dos poucos que julga que não há corrupção, e que nenhum funcionário púbico ou politico atribuirá dinheiro dos contribuintes a si mesmo ou aos seus. Caso os apoios do GR sejam desconhecido da população, quem saberá dessas ilicitudes?
Não me admirava que o bacano defendesse tambem que o nome dos funcionários públicos e contratados para os gabinetes das Secretarias Regionais fosse também desconhecido pela população.

A regra deve ser: "Ninguém é obrigado a receber dinheiro do Estado. Ninguém é obrigado a trabalhar para o Estado. Ao aceitar o contrato submete-se às leis da transparência e publicidade das entidades públicas"... assim como às suas benesses.

Anónimo disse...

A prevenção da corrupção faz-se com a transparência e publicação dos procedimentos administrativos.

Anónimo disse...

Segundo consta até estavam a entregar panfletos do partido aos produtores de banana a quem entregavam cheques de 100 euros que era dinheiro deles próprios visto não pagarem a banana a um preço justo para depois aparecerem a fazer esta propaganda de marketing politico e palhaçada gratuita. Este PSD está em agonia e em fim de vida.

Anónimo disse...

Escrevi no sábado e repito:

A humilhação para receber fundos da União Europeia o Governo Regional continua a obrigar Empresas e Povo a se vergar de mão estendida, como se de uma tença misericordiosa se tratasse.
A canga e a vénia sempre presentes porque a escravatura na Madeira ainda não foi abolida...
Não me revejo nesta forma rasteira de exercer o poder! E quem é digno não se sujeita a estas sabujices.
“Antes viver uma hora de pé do que a vida inteira de joelhos.” - Emílio Zapata

Anónimo disse...

Falta aqui um comentário que respeita a falácia do whataboutism....

Anónimo disse...

Então o Chefe do Quebra Costas não fazia igual?
agora ainda mais o Albuquerque tem de cumprir com a estratégia dos 40 anos.

Anónimo disse...

Se não estou em erro, essas cerimónias do IDE acabam por decorrer da exigência da UE em publicitar os fundos comunitários. Problema é Albuquerque ir lá se meter fazer política

Anónimo disse...

Oh Camarada Calisto. Burro seria o Amigo Albuquerque se não aproveitasse estas ocasiões para fazer Campanha.

Anónimo disse...

O Santo/Câncio , explica aí porque é que a tua candidatura à Ordem do Engenheiros foi rejeitada por irregularidades insanáveis.
És um irregular insanável?

Anónimo disse...

Essas cerimónias são um autentico escândalo nos tempos de hoje mais parecendo caes esfomeados em que apenas o seu amo lhe dá comer se dirigirem-se a palma da mão.

Anónimo disse...

Anónimo das 14:33. Tu é que és uma anormalidade insanável por mentecaptice.

Anónimo disse...

Publicitar o apoio dado que eu saiba significa publicar em Jornais e na internet os apoios dados e quem os recebeu. Não sei de onde apareceu a necessidade de fazer uma cerimónia a entregar diplomas de apoios.

Também nunca vi cerimónia dessas publicada em Jornais, TV ou internet lá no Continente.

Anónimo disse...

Então Câncio,
Que raio de resposta é essa às 12.35?
E sempre consegues explicar por foi a tua candidatura à Ordem recusada liminarmente por irregularidades insanáveis?
E eu é que não regulo bem dos pirolitos!
Esqueceste-te de assinar o comentário com o insanável " O Santo ".

LG disse...

E de lamentar que houve uma visita à uma certo serviço e a sra. Directora proibido os funcionários de estarem no almoço com o Sr. Presidente medo que alguém abrisse a boca

Anónimo disse...

Ó das 14.10, e tu não foste lá fazer as tuas queixinhas?
Só tens coragem de as fazer nos blogues.
Típico.