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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019




6 de Fevereiro




Barco sem arrais




Por detrás do sorriso sardónico de António Costa, reprime-se um temperamento nada macio que já esteve mais longe de explodir.
Os acontecimentos destes três anos, sobretudo os mais recentes, revelam no sujeito um feitio do tipo zaragateiro, sempre a provocar faísca para armar pingarelho na tasca, distanciando-se logo a estudar como tirar partido da situação.

Porém, com as confusões que o Sargento vem provocando na Madeira para dar largas às suas obsessões, com essas podemos nós. Ele já pôs Carlos Pereira e Bernardo Trindade à pancadaria, estragou as relações do JPP com o PS, desbaratou a convivência institucional entre Angústias e Consulado Municipal Cubano, mandou a secretária-geral Ana Catarina ferroar os camaradas insulares para que não esmoreçam na guerra cega, destacou a ministra Ana Vitorino para manter o ferry em chamas, salvo seja. Mas estas movimentações na Tabanca não passam de escaramuças divertidas em comparação com o clima bélico na terra dos castelhanos ocidentais.

No surto grevista geral que agita o país, e depois das lutas polícias contra polícias e tropas contra tropas (comandos, Tancos), ainda ontem rebentou a guerra médicos-enfermeiros em público, dentro da grande guerra que é a Saúde continental, como se sabe. Para suavizar a situação, o governo corta estrondosamente relações com ordens profissionais. Costa chama 'selvagem' à luta dos enfermeiros. A ministra da Saúde Marta Temido ameaça ordenar requisição civil para tornear a paralisação. Os doentes desesperam. Os enfermeiros insistem na luta. O governo fica tonto.
Lindo.

Numa situação nacional em que o cidadão foge a passar perto dos bancos para evitar ser assaltado, não faltam nos tribunais e cadeias réus e condenados, camaradas do Sargento, com as contas bancárias transformadas em ouro durante governações súcias. Atenção, não meter os nomes de Mário Soares e de Guterres neste pântano infeccioso.
Aqueles ministros do reino têm causado conflitos ininterruptamente, de lés a lés. Um dos últimos foi o Matos, do Ambiente, a desencadear uma guerra sem quartel no sector do automóvel, com a história de os carros a gasóleo não valerem um cruzado daqui a 4 anos.
Atalhando caminho, veja-se o barril de pólvora de pavio curto depois das lutas racistas que abalaram o bairro da Jamaica, entre negros e a polícia. Até o Sargento Costa fez de vítima em S. Bento, invocando a cor morena da sua pela para incendiar mais a fogueira racista. O ambiente xenófobo alastrou a outras regiões, incluindo a baixa de Lisboa, com distribuição de paulada a torto e a direito. E eis que, quando o país começava a respirar um pouco melhor, aparece outro zaragateiro nato, rufia de pacotilha bem conhecido dos tempos do jornalismo e da política partidária, a despejar um enorme bidão de gasolina para reactivar o incêndio. Como a coisa estava a arrefecer, Marcelo - claro, Marcelo - meteu-se no seu carro próprio, com dois ou três seguranças, e zarpou rumo à Jamaica, onde fez 'n' selfies abraçado aos indivíduos que andaram à bulha dias antes com a polícia. O Presidente da República abraçou, sorriu, fotografou-se com rapazes detentores de um cadastro de assustar, incluindo o famigerado Coxi, que molhou a sopa nos polícias que se viram à rasca na primeira zaragata... Obviamente que esta provocação do belenense pôs em pé-de-guerra os polícias do país, que se sentiram desautorizados e acusaram o Chefe do Estado de indirectamente dar razão aos marginais e a eles, polícias, recusar um mero encontro.
Mas, não satisfeito ainda com o sarrabulho que armou, Avô Cantigas chama os jornalistas depois de ter ouvido os lamentos dos polícias e faz uma estranha conversa para a TV, a falar de brancos, de negros, de ciganos, uma arengada que insinuava não estarem as forças de segurança cientes do papel que lhes compete. Isto ontem. Com um cinismo de mexer com os bofes, Marcelo deixou escapar um sorrisinho ao propor que se evite a xenofobia e o radicalismo, porque somos todos os portugueses. Pois, portugueses são todos, mas para isso não é necessário andarem à traulitada todos os dias.
Certamente, Marcelo correu para o sofá ansioso por ver as sequelas das suas declarações incendiárias. Sentado por pouco tempo, que o homem tem bicho de pêssego. Se não telefona à Cristina, mete-se a passear de camião ou a girar à volta do Papa a estragar os programas do Vaticano.
Lisboa está em brasa. E o país. Não é para menos. Marcelo e Costa parecem ter saudades do que se viu há semanas: autocarros e caixotes de lixo incendiados, telejornais com infindáveis reportagens de faca e alguidar, despiques rácicos, enfim.   
Estávamos a recuperar um pouco destas 'proezas' do governo Costa, que tem sido bem secundado pelo intriguista Marcelo, quando nos chegou a notícia da bomba mais perigosa: os loucos do desgoverno alfacinha 'armaram aos cucos' e enviaram um Falcon 50 da Força Aérea para a Venezuela, com 8 elementos do Grupo de Operações Especiais da PSP carregados de malas com armas, munições, capacetes e coletes à prova de bala. Ora, com o clima de guerra civil que se vive no país de outro alucinado, Nicolás Maduro, aquilo seria aterrar, pegar tranquilamente no material de guerra e ocupar a posição certa para o que desse e viesse, sob pretexto de proteger a Embaixada lusa em Caracas. Missão muito fácil, era.
Claro que a tropa bolivariana recambiou para Lisboa os operacionais portugueses, enviados como carne para canhão por Costa, Cravinho e Santos Silva. E muita sorte tiveram os nossos rapazes de os chavistas fanáticos não simularem um filme de cobóis para eliminarem os 'visitantes', atribuindo-lhes uma qualquer tentativa de ataque aos militares venezuelanos.

A quem estamos entregues! Os zaragateiros Costa e Marcelo já conseguiram pôr o nosso país à bulha, internamente, e agora querem ajudar à festa na América Latina!
O país tinha forçosamente de chegar a este ponto de desgoverno. António Costa, depois de empurrar Seguro para longe do Rato, deu o golpe no espertalhão do Passos Coelho e avançou para o governo sem sequer ter um programa normal. Não tinha programa? Vendo bem, tinha: em vez de construir, toca a desconstruir o que o anterior ergueu. E a ideia formalmente foi boa, porque os portugueses, cansados da Troika, receberam uns cêntimos das reversões. Tinham sido roubados. O problema é agora, porque havia que compensar as receitas desbaratadas. Sem projecto, Portugal encalhou. A história do pântano repete-se. Simplesmente, desta vez é para andar tudo à bulha uns com os outros. Um barco sem arrais.
Peço pois aos camaradas PSoas das Ilhas que vejam bem a que se arriscam se insistirem em trazer o modelo trauliteiro do Sargentão para a Madeira. Aproveitem o dia de hoje, em que se celebra o 86.º aniversário da Revolução da Farinha, para se lembrarem da forma bruta como reagimos à chegada de uns arrogantes do outro lado. Tenham atenção aos efeitos do tradicional endireita-gibas. Com esse lambe-beiças, ninguém faz muita farinha por estes lados.

16 comentários:

Anónimo disse...

Mas quem tem culpa não é o António Costa, nem o Marcelo! Quem tem culpa desta bagunça é quem vota neles!

Anónimo disse...

Não voto Costa, nem Marcelo nunca mais, dois zaragateiros que têm estimulado o caos, o aumento da dívida e desgoverno do País.

Anónimo disse...

Caro Calisto,
É sempre um prazer ler as suas divertidas crónicas, cheias de fino humor.
Humor que falta na nossa terra, em que de tudo se faz guerra, quais alecrins e manjeronas, na disputa de qualquer voto, daqueles que ainda não se bandearam para o partido da abstenção.
Guerra extensiva às redes sociais, com insultos e posições acéfalas.
Falta humor aos madeirenses, como aos conterrâneos continentais.
Dizem que os bem dispostos levam a vida melhor.

Anónimo disse...

Esse SEAL está a constituir-se como um grupo mafioso. Nada tem a ver com um sindicato.
Tem feito manobras intimidatórias e de perseguição a elementos de outros sindicatos, e a trabalhadores para que se filiem no SEAL.
Querem controlar os portos nacionais para "venderem" serviços aos armadores e transitários, e para controlarem parte das exportações.
São um grupo estilo máfia americana dos portos.

Anónimo disse...

Uma delícia de artigo.

Anónimo disse...

Senhor Calistre, bem pensado e escrito este Costa descarado e insensível, obcecado pela confusão para tentar reinar. Ontem na SIC foi uma entrevista por um jornalista que se acha financeiro e economista e um Costa a fugir sem dizer NADA
Mas a propósito de barco, já viu que o nosso porto nem lugar teve para um iate de 100 metros

Anónimo disse...

Por engano inseri neste post um comentário às 09.25, quando o pretendia fazer noutro post, esse sim alusivo à questão do porto do Caniçal.
As minhas desculpas.

Anónimo disse...

Como é que há tanto jornalista a escrever e opinar todos os dias e não é capaz de fazer uma analise que contenha qualquer coisinha do que aqui é dito.
Bravo Calisto, bem haja!

Anónimo disse...

Disse-me um passarinho que o nosso Prof. Mentiras terá negociado com o seu amigo Costa um lugarzinho de secretário de estado, caso dê com os burros na água em setembro nas regionais.
Costa é amigo do seu amigo, e até de alguns inimigos que sejam preciso afastar. Neste último caso estava o camarada Pereirinha, mas aqueles burocratas mais os chatos da geringonça não o acharam especialista em energia, e, não deixaram a coisa passar. No primeiro caso está o camarada Bernardo, sempre especialista em qualquer coisa, mas que sobre a TAP nada sabe, como o próprio confessou.
Qual será a especialidade do camarada independente? Mas também o que é que isso interessa!
Será verdade, ou uma fake new?

Anónimo disse...

Calisto se fosse noutro lado este texto já teria sido o suficiente para o afastar

LPM engole que custa menos

Anónimo disse...

Enquanto isto, o PS expulsa um militante decente para manter um indecente...

Anónimo disse...

Das 17.49,
Tudo normal neste actual PS-M.

Anónimo disse...

Simplesmente perfeito. Calisto mas sempre que o PS pega no poder é após o PSD tentar remediar a situação com muito esforço e dedicação, basta fazer uma análise após o Guterres ter deixado o poder e ver o que é que aconteceu.
Tinha muito que escrever, mas, não o sei fazer como você, mas, para quem acompanha a politica do nosso país e estando dentro do assunto sabe do que falo. Claro que o PSD também fez muita porcaria, mas, sempre que foi poder foi para tentar resolver os problemas deixados pelo PS.

Anónimo disse...

Os gajos do PS que são meia duzia de gatos pingados ainda se dão ao luxo de expulsar um militante esclarecido. Só falta a estes tipos zurrar...

Anónimo disse...

Se o PS Lisboa soubesse o que se passou mesmo, não iria expulsar o Prof. Mas ficou-se pela cartinha do picareta...

Anónimo disse...

Hoje se descobriu que estamos a 1 ano a frente de Lisboa enquanto aqui vamos comemorar os 600 anos da Madeira este ano , o máximo representante dos selfies em Portugal vai comemorar a data 1 ano depois

e a desculpa besta é que a eleições

e no continente não a eleições também

parafraseando o Rei Juan Carlos de Espanha , porque no te calas