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segunda-feira, 20 de maio de 2019





20 de Maio 2019


Estátua para Cafofo


O Dr. Fernão de Ornelas revelou alguma falta de visão de futuro, ao abrir ruas em vez de as fechar


O busto de Fernão de Ornelas só faria sentido para comemorar a abertura da rua, não o encerramento


A população ainda não deu o devido valor ao que é o encerramento de uma rua. Domingo de manhã, 10 horas.


Num domingo tranquilo e cheio de sol chegou aí o cabeça-de-lista do PS às europeias a falar de um "vento forte próprio da Madeira" que está a "arrebatar a mudança nesta Região". Mudança ou não à parte, porque não há bruxos, era bom que alguém informasse o sr. Pedro Marques, aquele pendura que o Sargento se viu obrigado a exilar para Estrasburgo e Bruxelas antes que lhe desacreditasse mais o governo - seria útil que alguém lhe explicasse que o 'vento forte' não é próprio da Madeira, no sentido de "característico" evidentemente subjacente à patacoada. Vento forte é excepção na Madeira. Se fosse como o anedótico político diz, então só haveria avião para a Madeira excepcionalmente, e o dito-cujo teria menos hipóteses de cá vir dizer tamanhas imbecilidades.

Para reforçar o comício marcado para ontem no Tecnopolo, veio também o nosso Primeiro. Mas já todos lhe conhecemos a mensagem destas eleições: para votar bem na Europa, o eleitor não se pode esquecer dos passes sociais a pataco nas grandes cidades do país (que o interior paga) nem dos feriados que o governo geringonceiro devolveu à vadiagem. 
Ao nível regional, a mensagem europeia do Sargento continua a ser a eleição de Cafofo como presidente do executivo em Setembro.
Objectivos europeus claros, os de Costa. 
No meio destes discursos, a candidata Sara Cerdas não tem que se sentir ultrapassada, porque é tudo em honra do seu ídolo.

Que ponta final de semana para Cafofo! Ter sido ele a receber Costa no aeroporto, e não o líder do PS-M, nem sequer foi a sua tarefa mais sonante. 
O homem fez explodir mais uma edição do 'Fica na Cidade' - ou simplesmente 'Fica', como ele costuma dizer para evidenciar a familiaridade e popularidade do projecto. 
Viu-se no sábado à noite. O Funchal foi um sucesso com o programa daquele 'BenFica na Cidade'. Um estrondo na Baixa, com alguns excessos à mistura. Multidão de adeptos do programa municipal.
Sem esquecer que o povo também aderiu generosamente ao número 'Fica com o Anselmo'. 

BenFica na Cidade: um sucesso municipal no Funchal, sábado à noite.


Duas notas a propósito.
Nestes primeiros dias de 'Fica', o comércio não dá vencimento a despachar clientela. Ruas apinhadas, praças abarrotando e empregados petrificados nas esplanadas, siderados com tanto movimento.
Segunda nota: confirma-se o que o Almocreve das Petas prometeu. Estão contratados alguns artistas madeirenses para o 'Fica'. Os ressabiados diziam que actuariam apenas as dezenas e dezenas de vedetas consagradas no music-hall nacional, mas na realidade temos representação local. Sem querer exagerar, os contratados com sotaque aviloado são capazes de chegar a meia-dúzia. Louvamos o esforço de Cafofo e suas agências de espectáculos na decisão de permitir a intrusão de vilões nos espectáculos enigmaticamente anunciados pelo Mentiras como de 'música urbana'. 
Não sei se os números de circo que animaram a inauguração do encerramento da Fernão de Ornelas foram desempenhados por artistas contratados lá fora ou não, o que aliás não interessa para o caso. Até porque neste programa 'urbano' a fanfarra de serviço era garantidamente ilhoa. Viu-se pelo hino da sociedade que a dita dedicou a Cafofo, em plena inauguração da rua encerrada.

Passei pela Fernão de Ornelas domingo de manhã. Esperei, esperei, mas eram 10 horas e não se via vivalma a aproveitar o fecho da rua para acampar, jogar à bola (como há pouco tempo se viu), brincar aos 'escondarelos' ou à 'apilhagem' nem sequer a marginalidade a fazer a 'vermelhinha' na caixa de sapatos. 
Um deserto árido como a cabeça dos edis. Só vi os empregados das casas comerciais que resolveram abrir portas para as moscas. E meia dúzia de crónicos clientes das esplanadas de serviço. Espero que a iluminação led nos novos bancos de pedra atraia povo e que os funchalenses, quando não tiverem carga no telemóvel, se recordem de que na Fernão de Ornelas há entradas USB para o eleitorado usar.
Ao pé do busto do Dr. Fernão de Ornelas, ali descerrado a propósito do encerramento daquela que foi a rua funchalense mais comercial, concorrida, carismática, popular e decisiva para a fluidez do trânsito, Cafofo disse durante a cerimónia que o antigo presidente homenageado tem sido uma inspiração para os seus mandatos - dele, Cafofo.  
A declaração do mestre-escola deixou-me pasmado. 
O Dr. Fernão de Ornelas trabalhava na banca e passava diariamente umas horinhas na Câmara, poucas mas intensas e competentes. 
Contava com meia-dúzia de vereadores também em part-time que se reuniam, de meia tarde em diante, à quinta-feira. 
Tudo sem motoristas, secretários, secretárias, adjuntos, assessores, especialistas de imprensa, agências de marketimg. 
Problemas graves afectavam uma população funchalense que era superior à de hoje. 
Faltava tudo na cidade, desde o saneamento básico aos acessos, luz eléctrica e fontanários, escolas, habitação - já que Salazar continuava cobrando à Madeira as despesas da Revolta de 1931. 
O espantoso manancial de obras projectadas foram realizadas durante a Grande Guerra, sem dinheiro, quando a economia regional parou por falta de navios no porto. 
O Dr. Fernão de Ornelas não tinha peneiras e era uma pessoa discreta, incapaz de falar de si próprio, dos grandes feitos das suas vereações e de exigir que os subordinados referissem minuto a minuto o seu nome quando chamados a discursar. 
O antigo Presidente da Câmara não gastava balúrdios para tratar da sua imagem na imprensa.
Não encomendava placas com o seu nome a letras gordas para se eternizar à custa de obras do passado. 
O Dr. Fernão de Ornelas era uma pessoa de palavra, não dizia agora para se desdizer no dia seguinte. 
Assumia corajosamente as suas responsabilidades e não vivia agarrado ao cargo, já que manteve a sua coerência mesmo sabendo que o governador o iria demitir, como demitiu. 
O Dr. Fernão de Ornelas simplificou a vida dos munícipes, não lhes impondo lombas nas ruas nem passadeiras loucas nem barreiras nem cortes de artérias, pelo contrário abriu ruas para facilitar o escoamento de carros, apesar de serem em muitíssimo menor número do que são hoje. 
O Dr. Fernão de Ornelas não perseguiu os cidadãos, atiçando-lhes polícias municipais às canelas, e deixou saudades. 
O Dr. Fernão de Ornelas não foi um santo, possuía virtudes e defeitos como os outros homens normais, não se julgava um deus, limitava-se a governar e a dar o seu melhor para o bem dos seus concidadãos - todos.
Afinal, em que aspectos da personalidade do Dr. Fernão de Ornelas, homem com irrepreensível sentido de Estado, se inspirou e se revê Paulo Cafofo, que vemos agir como antítese daquele grande Senhor do Funchal?

A última incoerência do actual Mayor é ter inaugurado, a meio da rua, o busto de Fernão de Ornelas, em vez de inaugurar o seu próprio busto. Fernão de Ornelas abria ruas. Cafofo trata de as encerrar, aliás como o seu antecessor Albuquerque. Se o encerramento da Fernão de Ornelas é merecedor de um busto, então que se coloque lá o de Cafofo. É merecido.

11 comentários:

Anónimo disse...

Temos de aprender com a sabedoria popular. A propósito das mentiras, de Paulo Cafôfo, aqui bem retratadas neste texto de Luís Calisto, lá diz o povo na sua infinita sabedoria, que: "quem faz um cesto, faz um cento". Portanto quem diz uma mentira na vida pública e política diz cem mentiras e muito mais. Por isso tudo como dantes, quartel em Abrantes:

Anónimo disse...

os artistas que fizeram o numero de Circo são do grupo bolo do caco (o nome é mesmo este não é brincadeira )que o cafofo financia

Anónimo disse...

Além da tontice de fechar a rua, inauguram sem terminar os trabalhos os semáforos ainda funcionam no sentido em que a rua está fechada, já fazem estacionamento nas laterais dos pins que proíbem a circulação. Falavam das obras do Alberto João, estes ainda são piores.

Anónimo disse...

Bem...neste caso e baseado no "craneo" Cafôfo o sinistro Costa vai mandar fechar a Avenida da Liberdade.

Anónimo disse...

Não sei porquê, mas a estátua dá umas parcenças com Paulo Cafôfo! Será pela calvice?

Anónimo disse...

E a falta de bancos, é para encher as explanadas?

Anónimo disse...

o autor é o mesmo que fez aquele busto criticada do Ronaldo que agora repousa no fundo mar e teve de ser substituído porque era uma vergonha

sim aquele que é camarada do partido e presidente da junta do caniçal pelo ps

cafofo pediu ao camarada para fazer o busto com as suas feições para os menos atentos pensarem que era ele a com cada 1

Anónimo disse...

O Busto parece do prof Mentiras, do Fernão de Ornelas nem um traço identificativo?! Estes socialistas são cá uns artistas!!!!!!!!!!

Anónimo disse...

Calisto, como o Cafofo abandalhou completamente a fiscalização municipal e os fiscais estão sem motivação e sem apoio, a rua fechada vai tornar-se um "bacanal" de cadeiras, mesas e menus ao deus dará! A viloada vai ter que se desviar como fazem os carros de raly nas gincanas!

Anónimo disse...

A peste da estátua tem as vendas do Mentiroso! Depois do narcisismo do Lido, este gabarolas do partido do Pinóquio volta a fazer das suas! É o narcismo sorridente do dentolas no seu esplendor. E a viloada gosta!

Anónimo disse...

Era bom verificar e tirar foto pelas 10h de hoje. Assim verificaríamos a sua evolução. Mas de certeza que não interessa pois o Martelinho de S João está já ativo e sempre para o mesmo lado.