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sábado, 25 de maio de 2019




25 de Maio 2019




RTP-M em dia de reflexão


Do pior TJ da história
aos não-debates

...Sem esquecer 
o pós-debate aos gritos




1. A RTP-M prometeu fazer debates e afinal não passou de simulacros de debates. Andou a engonhar para fazer a vez e justificar a sua cada vez mais triste existência.
No mundo da televisão, um debate de campanha eleitoral pressupõe a presença de candidatos a debater uns com os outros, geralmente em estúdio, com a moderação de um jornalista. Para os concorrentes mostrarem que o seu projecto é melhor do que os projectos dos rivais, que sabem argumentar melhor, que têm ideias corajosas nos temas fracturantes e que merecem a confiança dos eleitores.

Mas o debate precisa de ser bem feito, para ter audiência e levar as mensagens a quem tem o poder de votar.
Pois sim, isto é La Palice, é chover no molhado, toda a gente sabe disto. Mas não é o que se retira daquela televisão.
No caso das Europeias, houve moderador, houve estúdio e houve candidatos, dois a dois por programa. Mas faltou ali o debate.
O moderador seleccionado para os "debates", ou auto-seleccionado porque é chefe de Informação, ao que se diz, conduziu os enfadonhos tempos com um modelo de adormecer: duas perguntas a um candidato, duas perguntas ao outro candidato. Começando com a saturada pergunta 'por que é que os eleitores devem votar em si' e terminando com o saturadíssimo minuto para convencer o eleitorado a votar no artista. Sim, é o que se vê em Lisboa, em Madrid... 
Continuem a imitar.
O tempo do "debate" consumia-se com respostas a assuntos de caracacá levantados pelo moderador com ares de quem estava a levantar uma questão científica. Um debate que vimos foi formatado para que Sara Cerdas pudesse responder a todas as questões com a sua promessa de lutar em Bruxelas pela agricultura, pescas e interesses dos bananicultores. Estas alusões serviam para todas as perguntas colocadas. E o tempo passava. Só havia troca de opiniões entre os adversários por iniciativa destes, porque de contrário eram duas perguntas para cada lado e boa sorte. Entrevistas intercaladas, autenticamente.
Desastre quando se está a falar de televisão. Uma não-televisão, um não-debate.
O que de resto nada tem de novo na produção de conteúdos que vemos na Informação da Levada do Cavalo. O telejornal! Cada dia, uma sessão de enjoo. O telespectador aguarda com estoicismo pelas 21. Mas para outra vez mudar de canal ao fim dos três títulos de lançamento do "noticiário". Três assuntos sem piada nenhuma, sem interesse, uma ordem rigorosa para o telespectador perder a esperança e desaparecer do share. 
Não atribua porém o telespectador culpas daquela sensaboria ao jornalista que aparece depois do genérico a dar a cara. Longe disso. O pivot do TJ apenas apresenta os enchidos do cozido à portuguesa confeccionado pelos altos crânios da casa.

É um mistério. A Redacção da RTP-M continua preenchida por jornalistas de alta craveira, competentes, criativos, com boa presença e domínio da linguagem televisiva, com sangue novo da juventude e com o traquejo importante da experiência. E no entanto a produção daquela informação é do mais deprimente que podemos ver em televisão. Um case study. 
Os telespectadores mais antigos devem perguntar-se onde andarão rostos e vozes que conheceram com prazer nestes anos de comunicação social. Esses rostos e essas vozes estão lá dentro. Bem ao nível do resto dos trabalhadores da casa, também pessimamente aproveitados por quem manda.
Reconheço que, pelo meio, a RTP-M tem apresentado bons trabalhos na produção de programas. Bons mesmo. Como por exemplo nos '600 Anos'. Mas tenho visto outros também com boa qualidade. Estou a felicitar o Miguel Cunha e as equipas de trabalho, formadas por notáveis profissionais.  
Agora a Informação!...

É confrangedor comparar o TJ actual com aquele espaço informativo que foi marca do canal - e não me refiro apenas ao tempo dos jornalistas-apresentadores Armindo Abreu e Luís Miguel França, dos melhores, cada um na sua época, ao nível de RTP nacional, como é comummente aceite. Ainda refulgem muitos outros jornalistas cujo trabalho engrandeceu o prestígio da RTP-M.
Há quem transforme em ouro tudo aquilo em que toca, à semelhança do Rei Midas. E há quem pegue no ouro e o esconda nas catacumbas do -3 do Centro Regional para não ser ofuscado por ele.
É pena. A televisão é conhecida por 'pequeno ecran'. Mas entretanto banalizaram-se os 'ecrans gigantes', onde cabem todos.

No caso dos não-debates, afianço que nesta campanha houve partidos a implorar encarecidamente à RTP-M, durante alguns dias, que informasse a respeito do seu adversário de debate e que assuntos seriam abordados. Um tratamento abaixo de cão aos partidos políticos de pouca influência. Aliás um costume do dia-a-dia. É inacreditável, mas há pequenos partidos a quem é imposto o cargo do dirigente a prestar declarações à televisão nas suas acções políticas. Uma forma de afastar dos noticiários figuras inconvenientes. Desafio o Leitor a puxar pela cabeça.
E houve ainda nesta campanha aquele debate estrambótico participado por políticos escolhidos sem critério que cheirasse a Europa e que não sabiam para que raio estavam naquela plateia.
Mas é deste "debate" que vamos tratar no número aqui abaixo.

2. Os Leitores do Fénix leram certamente um post publicado recentemente com assinatura do habitual colaborador 'Madeirense Justo' abordando o caso do debate na RTP-M que acabou mal: com o representante do PS, o Pedro Vieira, a barafustar e a insultar o moderador Paulo Jardim que lhe recusara dar palavra no final do programa.
Assisti a parte desse estranho debate. Mais tarde, fui informado por fonte idónea dos pulos que o Vieira se pôs a dar no palco após o programa, acusando o responsável Jardim de, grosso modo, ter feito um frete ao PSD.
Achando tal procedimento anormal, procurei pormenores da triste récita. Pessoas da máxima confiança, de dentro e de fora da estação, puseram-me ao corrente da pouca-vergonha do Vieira secretário-geral do PS, assumido aspirante a ditadorzeco na desditosa Tabanca. E transmiti o acontecimento aos Leitores.
Eis senão quando dou com um sms do sr. 'Jardim dos debates' a rebater o meu escrevinhado. Dá-se uma troca de mensagens, curta, e o cavalheiro termina. "Estamos conversados".
Pronto, estamos conversados, tudo como dantes, quartel em Abrantes.
Mas ele, o moderador daquilo, afinal não estava conversado. Horas depois, enviam-me um texto do tal senhor publicado no FB (acho eu) a desmentir - publicamente, pois - o que escrevi sobre o assunto. Deixando no ar umas considerações rascas e mal-amanhadas. 
Fiquei siderado. Não pelos imbecis ataques que me dirigiu, porque nessas águas nado eu relativamente bem. Fiquei siderado, sim, por ver com os meus olhos um jornalista com cargo na Informação de uma RTP a arrastar, em nome dos seus desígnios pessoais, a estação de Serviço Público que lhe paga, aliás bom vencimento, para o patamar inferior das redes sociais, o da má língua, briga pessoal, graçola de café. Como se já não bastasse o bombo de festa que aquela televisão costuma ser em todos os conciliábulos. 
O Leitor que me conhece há muitos anos não julgue que já ando a trocar conversas e a baralhar a informação. É certo que a idade pesa, mas os parafusos ainda estão no seu lugar. Não invento filmes. Se venho a terreiro é porque o tal senhor, além de pôr a minha idoneidade em causa, arrastou miseravelmente a própria Empresa de Serviço Público para a lama. Já passei duas vezes por aquela casa e respeito-a muito. Vamos a factos.
No seu primeiro sms, o sr. Jardim repreendia-me dizendo que o Vieira não o tinha insultado nem gritado com ninguém dentro da RTP, muito menos durante meia hora (tempo que eu referi). Reconheceu que o debatente do PS apenas se exaltou por não ter falado - sublinhando porém a maiúsculas que TODOS os políticos se exaltam. Passou-me ainda uma lição de jornalismo dizendo que eu não devia especular, que era melhor perguntar antes de escrever sobre a RTP e seus programas.
Para não ser mal-educado, respondi ao senhor. Que, já que vinha por aquele caminho, eu lhe diria 3 coisas: primeiro, que não lhe reconhecia estatuto para me falar em nome da RTP e que institucionalmente não é meu interlocutor para nada; segundo, dispensava as suas aulas; terceiro, não tinha especulado.
Finalmente, informei-o de que iria continuar a escrever 'algures' sobre assuntos de que ele talvez "ouvisse dizer" alguma coisa.
O sr. televisivo voltou ao sms. Estranhou o que considerou agressividade da minha parte, disse que só queria esclarecer e que estávamos 'conversados'.
Pelo que liguei à terra. Mas, como já expliquei, o senhor afinal não estava conversado e foi conversar para as redes. E logo sobre um assunto interno da Casa que lhe paga, a Radiotelevisão Portuguesa. 
Então, chamou-me mentiroso, dizendo que não tinha sido agredido (coisa de que não falei, nem pouco mais ou menos), que não tinha acontecido nada de especial, que Vieira não tinha insultado ninguém enquanto esteve na RTP-M, que a exaltação do homem não demorou meia hora, porque meia hora depois estava a comer um empadão em casa. Enfim, parece que tudo correu às mil maravilhas.
A 'conversa' desceu a este nível coloquial, com a RTP no centro.
Já que desceu...
...Reconheço que, depois de ter confirmado melhor, os gritos histéricos do Vieira de facto não chegaram a meia hora, ficaram-se pelos 29 minutos e 17 segundos. Aí enganei-me.
Quanto à normalidade que viu nos lamentáveis incidentes, é opinião pessoal. Nalgum tempo, visitante que se atrevesse a comportamento tão baixo num estúdio da RTP-M conheceria também a baixeza de descer a Levada do Cavalo a toda a brida.
O sr. Jardim afirma que não foi insultado. Não percebo. Porque nesse caso fez mesmo o frete ao PSD e feriu gravemente as regras do jornalismo. Ah pois é. Se cumpriu as regras e não fez o frete, então é insulto afirmar que o fez. Escolha.

A defesa que o moderador de 'debates' fez do espalha-brasas do PS tem objectivos evidentes e descarados. Ele até se mostrou capaz de mentir com o rabo de fora dizendo que foi tudo normal, quando ao mesmo tempo reconhece a exaltação do convidado. Deve ter sido uma exaltação amigável, sussurrada, normalíssima.

Pela cópia que me enviaram, o dito socialista também ajudou ao arraial das redes, com a RTP exposta irresponsavelmente. O Vieira reconheceu muito a defesa que o Jardim lhe fez, a ponto de afirmar: não será esquecido.
E daqui os Leitores podem retirar a conclusão lógica da cegada. 
E eu pergunto: se é verdade o desmentido do sr. Jardim, então por que merece agradecimento tão sentido por parte do Vieira?
Vejamos: no seu escrevinhanço a contestar o que escrevi, o sr. Jardim invocou a Guerra dos Tronos, não percebi a que propósito. Agora percebi. Mas isso são guerras internas na Levada do Cavalo. Da minha parte só me interessa o trabalho que ressalta pelo ecran fora, não quero saber da luta interna de tronos.

Só para terminar este capítulo de reflexão: no único directo que a RTP-M fez no TJ do fecho de campanha, sexta à noite, lá apareceu, por coincidência, o sr. Jardim a entrevistar a candidata regional do PS num mar de bandeiras e vozes socialistas, à hora de jantar, e sempre com o cuidado de fazer as perguntas que permitissem falar de agricultura, pescas e bananicultura - ou coisas assim fáceis e empinadas.
Esta atitude do rapaz também "não será esquecida" pelos que se preparam para mandar em tudo. 


3. Como os Leitores adivinham, cruzei informações antes de falar da 'lota desvairada' em que o estúdio da RTP se transformou depois daquele debate - que já tinha começado mal, isto é, à moda RTP. Cruzei informações junto de gente respeitável e não entre garotos sem um pingo de educação e categoria.
Acrescento até que pelos corredores do Parlamento se falava, entre testemunhas oculares, da "peixarada de ontem na televisão depois do programa". 
Quem acha que as campanhas eleitorais são sempre de tratamento difícil para a RTP-M deve lembrar-se também de histórias passadas que mostram como já foi tudo muito mais difícil ainda.
Três casos que posso contar na primeira pessoa.
Numas Europeias - vem a propósito -, um dos dois candidatos interrompeu o debate em gravação dizendo-se prejudicado pela forma como estava a ser conduzido. Que era preciso corrigir a forma do debate. Mas não havia nada para mudar. Se quiser assim... Resultado: o candidato que protestava, do PSD, levantou-se e foi embora. O do PS ficou sentado, estupefacto. Quem quiser saber melhor da história, não vá eu estar a enganar-me nalgum pormenor, porque já tem anos, que pergunte ao Dr. Sérgio Marques ou ao Dr. Emanuel Jardim Fernandes.
...Mas estava a acontecer debate, aliás entre dois políticos de boa craveira - não era um enchimento de chouriço!
O líder do PSD na altura era o Dr. Alberto João Jardim.
Segundo caso. Os partidos enviaram os seus representantes à RTP-M para acerto dos debates eleitorais. Não houve acordo e a solução foi fazer entrevistas em separado. E o sorteio foi feito, um partido em cada dia.
Duas horas depois, liga o representante do PSD. Que o PSD só aceitaria o esquema acordado se o seu representante passasse a ser o último entrevistado - o que não combinava com o sorteio.
Foram três dias de guerra, antes do início das entrevistas, parecendo que os barões do Laranjal tinham decidido testar a paciência dos responsáveis pela Informação. Ameaças de processos e queixas ao CA da RTP, porque o maior partido tinha o direito a ser o último. 
Claro que não houve cedências. Nélio Gouveia e Luís Miguel França, competentes e experientes, mandavam efectivamente na Informação e não eram bons de assoar. Em cima da hora, no dia marcado pelo sorteio, e não em último lugar, o Dr. João Cunha e Silva compareceu e respondeu ao que lhe foi perguntado. Que remédio.
O líder do PSD na altura era o Dr. Alberto João Jardim.
Terceiro caso. Debate eleitoral. O PSD-M radical: não participava por não estar disposto a mandar um representante a um debate onde seria atacado por cinco adversários em fúria. E se o PSD não participava, seria ilegal fazer qualquer debate, na opinião da Rua dos Netos. A luta também foi longa. Mais ameaças de processos e queixas ao Almerindo. No dia marcado, o debate começou e decorreu acalorado, como deve ser um debate. Decorreu bem, mesmo com a cadeira do PSD vazia, voltada, encostadinha à mesa, coitada.
O líder do PSD na altura era o Dr. Alberto João Jardim.
Ou seja, valentões que esperam a sua vez: a roda já está inventada.

PS - Caro Leitor: isto hoje foi uma longa-metragem, uma série interminável de TV. Mas o que é que uma pessoa vai fazer num dia de reflexão, sempre tão chato?!

8 comentários:

Anónimo disse...

Resumindo, a canalha que disse que vinha para mudar quer fazer ainda pior que no tempo do Jardim. Já a direção de Paulos Jardins e companhia, além de alegremente ignorantes ainda fazem os fretes ao PS.

Anónimo disse...

Alguns jornalista da RTP e da RDP só chegaram aqueles órgãos de comunicação porque ostentavam cartão laranja, ou entravam com uma "Cunha" do PSD. Nessa altura quem comandava estes órgãos de comunicação social era o PSD na República e o PSD na Região. Marques Mendes actual comentador da SIC era Ministro com a tutela da comunicação social. Como agora na República está o PS, e aqui na Região tudo indica que o PS vai ser governo os jornalistas mais "frágeis" já estão a se fazer ao "terreno". No tempo de jardim, aquela casa era conhecida por tele-jardim. Agora é conhecida por RTP/sousas. E não vai demorar muito tempo que vai ser a RTP/picareta/mentiras. Façam como eu que há muitos anos recuso-me a ver a RTP/sousas.

Anónimo disse...

Nem sei o que dizer, esse picareta é uma treta...
Mas,poderão ganhar as eleições no domingo?
Ganhar não, mas, estão cada vez mais próximos do poder porque o PSD só faz asneira em cima de asneira. Vamos aguardar para ver no que vai dar.

Anónimo disse...

Uma coisa é o PS outra Cafofo e Companhia.
Diga mesmo que o PS não pisca nada neste momento, bastando ver o que o presidente do PS um tal chamado de Emanuel....Emanuel.....ah Emanuel Camara, que já nem sabia o nome porque mandado calar.

Quem manda efetivamente, quem comando estas marionetes é um cubano chamado Iglesias, esse sim que nada deixa ser feito sem o seu controle.

basta vez que até nas viagem de Cafofo ele lá está não vá Cafofo espalhar-se.

A duvida é quem paga a viagem desse senhor, que desconfio ser a Camara do Funchal.

Quando ao picareta falante ser um aspirante a ditador, bem são todos os da coligaçao.
Muito cuidado com estes Senhores que usam os cargos para lixar as pessoas que não lhes fazem as vontades.

Olhem para a Camara do Funchal e vejam a quantidade de gente a entrar que nem se sabe o que fazem e como entraram.

depois a schefias, bem as chefias são os amigos e quem pode controlar bastando pensar na ultima aquisiçao, um tal oficial policia para a fiscalizaçao municipal.

Tenham medo muito medo.

Anónimo disse...

O Cafofiano Mor já pediu a demissão do Diretor do JM por não gostar de uma peça jornalística. O quebra Costas também pediu, mas primeiro condicionou, arrasou, enxovalhou, envergonhou…
Este Cafofiano candidato foi logo à Primeira-Pediu Demissão.
Ora o Picareta não mandou pra Rua. Pelo contrário, diz que não se vai esquecer do mea culpa do moderador.
Já agora qual o citério de convidar o Picareta? sobre temas europeus? Para prevenir o futuro artístico?

Anónimo disse...

Meu Deus. Com tanta raiva contra o PSD...
O mais interessante é que alguns que estão a difamar o PSD são alguns militantes. Após o resultado ainda vão para a rua dos netos bater nas costas...
Cuidado que hoje em dia para alguns espertos é fácil chegar aos anôminos...

Anónimo disse...

17.03
É só facadas nas costas que eles dão uns aos outros. Em Setembro perdendo os tachos brigam pior do que cachorros e cada qual vai a sua vida. Este PSD está no descalabro.

Anónimo disse...

17.30,
Acertaste em cheio. Que visão.
Deves ser um analista político. Estás bom para o DN.