Candidatar-se a Concursos Públicos 

para contratação de trabalhadores

Estimado leitor, há sempre alguém que se chega a si a alegar que não vale a pena se candidatar a concursos públicos de contratação de trabalhadores pois os concursos estão viciados.

Também há quem alegue, que caso não se seja selecionado para um qualquer concurso público, não se deve reclamar pois o reclamante e sua família serão perseguidos pelos corruptos da Administração Pública…

Outro argumento é que essa candidatura ou reclamação poderá prejudicar eventuais oportunidades futuras.

Sobre candidatar-se e reclamar[i] esclareço o seguinte:

1.       Não se candidatar nem reclamar não melhora a sua vida nem a dos seus familiares. Por vezes, há surpresas;

2.       Não se candidatar nem reclamar permite que os “corruptos” ganhem sem luta, caso os concursos estejam viciados;

3.       Se algum dia os “corruptos” tiverem que “lixar” alguém, é sempre mais seguro “dar cabo da vida” a quem não “faça ondas”;

4.       São poucos os concursos públicos para admissão de funcionários (talvez menos do que dois por mês[ii]), pelo que um qualquer licenciado tem menos de uma oportunidade por ano.

5.       Investigar os concursos aumenta os conhecimentos…  e nunca se sabe o que se vai encontrar… nem que apoios internos existirão;

6.       Muitos dizem que os concursos são abertos para um determinado indivíduo, em vez de suprir as necessidades da Administração. Se assim for, nunca terá oportunidade… nem os seus familiares. Portanto, na realidade, nada perde em se candidatar ou reclamar…

7.       Permite conhecer em primeira mão a verticalidade dos detentores de cargos políticos, o que lhe permitirá tomar melhores decisões sobre a sua vida pessoal e profissional. Saberá em quem votar e em quem não votar. Saberá se vale a pena investir. Saberá se vale a pena ficar cá ou se é melhor emigrar.

Conclusão

Todos querem ter uma vida confortável. Quase todos alegam que é preciso lutar por essa Vida, seja por mérito seja por anilingus (que também é uma actividade dura[iii]). No entanto, na prática não sentem o que sabem, pelo que não lutam.

Quanto ao mérito, já percebemos que as oportunidades para mostrar mérito são escassas, e não voltam pois os “bonitinhos-do-regime” são sempre defendidos mesmo cometendo grandes imbecibilidades e injustiças. Agora, a realidade mostra que o mérito não é escudo protector contra perseguição política[iv]….

Presumo que nesta terra ninguém tem dúvidas que o seu futuro depende das escolhas políticas feitas por si e pelos seus concidadãos.

A Democracia só funciona com cidadania. Cidadania é conhecer e fiscalizar o Estado, e se necessário, tomar uma posição. Sim, é verdade o povo criou uns organismos e indigitou uns indivíduos para o fazer por si… mas penso que todos já perceberam que os nossos representantes (deputados, dirigentes da função pública, sindicatos, ordens profissionais, provedor de justiça, …) cuidam da sua vidinha, e não querem problemas…. E isso significa dar a “razão” aos poderosos e a outros funcionários do Estado.

A questão de não praticar a cidadania e de não lutar é transversal à Sociedade Madeirense. Já vi lideres políticos a se escusarem a praticar o que defendem publicamente mesmo sem ter nenhum tacho[v]. Há um possível exemplo público. Perguntem à Rubina Leal, pois meios alegadamente não lhe devem faltar[vi], se interpôs alguma ação no Tribunal Administrativo (ou mesmo através do Ministério Público desse Tribunal que é gratuito) para anular o PDM do Funchal…

A longo prazo[vii], se o leitor deseja uma boa vida para si e para os seus terá que lutar pelos seus direitos e para que o Estado cumpra os seus deveres… e se tiver oportunidade, terá que incentivar a luta aos seus concidadãos. O passo decisivo desta luta é votar em quem é íntegro, e repudiar quem apoia e vota em “corruptos”.

Para mim, ser íntegro significa que não se é conivente com injustiças, e quando se tem conhecimento delas, tentar diligentemente repor a Justiça.

               

Eu, O Santo

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[i] Eu não estou a dizer que se gaste dinheiro. Há muitos meios gratuitos que o cidadão tem a possibilidade de aceder.

[ii] Não estou a incluir contratação para os gabinetes dos secretários regionais, nem de cargos de dirigentes. Quanto contei foram cerca de 40 “tachos” oferecidos num mês.

Excecionalmente existem um ou dois concursos por ano em que são contratados vários trabalhadores.

[iii] Se fosse coisa fácil e boa, haveria ainda mais animais desse género.

[iv]  Querem que eu minta e que diga que vale a pena ter mérito?

[v] Portanto eles não mudarão se eventualmente tiverem um cargo de direção. Se essa eventualidade ocorrer, serão coniventes com o poder instalado.

[vi] Devido aos alegados “bons quadros” do PSD-M…

[vii] Se está escrito a longo prazo, então estou a excluir o curto e o médio prazo. Também lembro que a vida é uma história. Se morrermos hoje, muito dificilmente seremos vitoriosos amanha.

Também já disse noutro lugar que lutar implica sofrer.