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terça-feira, 24 de abril de 2018



Os cabos de abril de Machico





João Pão



Hoje logo pela manhã fiquei estarrecido ao ler “Antigo Presidente da Câmara de Machico e deputado regional, Bernardo Martins é simultaneamente intérprete e estudioso das encarniçadas lutas políticas antes e depois do 25 de Abril, pugnando na vanguarda dos democratas de Machico. Os aniversários da Revolução de 1974 jamais passam despercebidos na cidade leste, graças sobretudo a Bernardo Martins e ao padre Martins Júnior”. 
O narcisismo destas duas personalidades da nossa cidade é tal que se consideram com plena autoridade para falar do “nosso”, quer dizer deles, 25 de abril. E que 25 de abril é esse tão deles? Que eu saiba o derrube da ditadura aconteceu em todo o país, onde se inclui naturalmente a Madeira e Machico. Contudo, esta atitude é típica e tem barbas (como os personagens em questão).
Sempre se consideraram senhores dos valores de abril, quais Donos Disto Tudo (DDT), contudo, durante os 12 anos passados e os 5 recentes à frente dos destinos da câmara pouco ou nada se tem visto relacionado com os princípios da revolução dos cravos. 
 A insistente vitimização e acusação a outros (leia-se governo regional e o PSD regional e local) pelos seus erros e incompetência, com certeza que não se coadunam com a revolução que derrubou a ditadura. Atente-se aos 12 anos em que os manos Martins estiveram a comandar a nossa terra, um autêntico desastre, Machico nessa altura parou, estagnou por birras, pirraças destes democratas da vanguarda, enquanto o resto da Madeira vivia uma verdadeira aurora de abril, dotados de infra-estruturas e equipamentos de vária ordem necessários e fundamentais para o bem-estar das suas populações. 
Por seu lado, graças aos nossos cabos de abril, a nossa terra continuava atrasada devido a uma guerra sem sentido com o poder regional, os DDT de Machico queriam tudo à sua maneira e de acordo com as suas regras. Essa sua atitude casmurra foi sem dúvida o seu 25 de abril. Sim, porque a verdadeira revolução de abril em Machico ocorre nos finais de 2001, quando o PSD fica à frente dos desígnios da nossa terra. Todas as freguesias são contempladas por infra-estruturas rodoviárias, desportivas, da saúde e segurança social, frente mar, onde se inclui a praia amarelo que nesse tempo foi tão duramente criticada por aqueles que hoje a idolatram e a elevam a cartaz de Machico. A brisa de abril bafejou assim todo o nosso concelho. Passados 12 anos, a população de Machico, como vem sendo hábito reelegeu democraticamente o PS para comandar os seus destinos. Passados 5 anos, a história parece estar a repetir-se. A vitimização impera, a dívida Herculeana que, entretanto, Milagre dos Milagres, já está paga, antes das eleições era ver projectos e mais projectos que seriam concretizados dentro em breve, até agora nada. Só fogo de vista. 
Ainda a semana passada veio o actual presidente afirmar que agora é que vai ser, o quê não sei, ou melhor, desconfio! É mais fogo de vista, é mais vitimização, é mais uma vez culpa do governo regional. 
Não, não é nada disso senhores cabos de abril. Antes é a vossa incompetência em delinear um projecto para a nossa terra, pois nunca o souberam fazer e a história não engana Sr. Historiador Bernardo Martins. Machico não precisa de uma exposição para relembrar uma efeméride tão importante para todos nós. Não necessita de estar na vanguarda da democracia ou ter plena autoridade para falar do que quer que seja. Não queremos eternos investigadores dessa causa. Queremos sim gente humilde e competente que lute e proporcione o melhor ao seu povo, pois foi para isso, graças a abril que foram mandatados.


Nota do Fénix - Caro João Pão, a propósito dos respeitáveis pontos de vista constantes do seu veemente e intenso texto, cumpre-me fazer uma observação: a peça que dá origem à sua reacção - 'Terra de Abril' - é da autoria e total responsabilidade deste Blogue, no caso minha, Luís Calisto. Mesmo que fique estarrecido, o que escrevi é aquilo que eu sinto, sem prejuízo de respeitar os democratas de ambas as correntes machiquenses que se digladiaram durante os conturbados tempos em causa. Ou seja, as expressões do texto Fénix que vem a terreiro rebater não resultam de qualquer intervenção das pessoas a quem se dirige no seu escrito. São minhas.
Intervenha sempre. 
Democracia é isto: em Abril, opiniões mil. 
E Abril sempre!

2 comentários:

José Manuel Coelho disse...

Viva o glorioso padre José Martins júnior! Viva o 25 de Abril!

Anónimo disse...

Boa camarada Coelho. Viva o revolucionário Junior.
Já agora, o camarada Coelho sabe dizer-nos quanto é que o revolucionário doa da sua reforma de deputado aos mais necessitados ?