VASSALAGEM A LISBOA CHEGA 

ÀS VERBAS DO JOGO

Daria para rir se o assunto não fosse sério. A Câmara Municipal do Funchal acordou tarde e virou virgem ofendida, tamanha a birra porque o Turismo de Portugal não ficou do seu lado na atribuição das verbas da zona de jogo e aprovou o plano de obras que já estava a ser trabalhado desde o ano passado.

Sem argumento válido, porque andou distraída, a autarquia resolve agora questionar uma lei de 1979 e avançar para tribunal. Nada disse antes, mente com os dentes todos quando diz que não foi ouvida e ainda tem o desplante de dizer que não faz sentido o Governo governar com o dinheiro dos munícipes. Haja alguém que governe para os munícipes e a favor da cidade, já que a dita autarquia está em autogestão!

Birras e ameaças à parte, o Plano de Obras para 2018, assim como as respetivas transferências para a Secretaria com a tutela do Turismo na Região – conforme decorre da Lei aplicável – foram aprovadas.

Aliás, o Governo está a cumprir uma lei que remonta a 1979. Caricato é que o legislador, há quase 40 anos, soube reconhecer o princípio da autonomia que estes senhores, em vez de defenderem, questionam.

Tudo em nome da vassalagem que se presta à Lisboa, porque sim, porque lá é que é bom, porque lá é que as receitas são distribuídas pelos municípios, porque quem lá governa, o amigo Costa, é que sabe.

Aqui somos, todos, uma cambada de pacóvios que nada sabemos mas, curiosamente, gostamos e defendemos a nossa autonomia. Não estamos para ser marionetas comandadas desde Lisboa.

É nesta vassalagem e submissão que se pretende governar esta terra? Mas quem é que quer recuar ao passado?! Mais vale entreter-se com outras coisas, que está mais que visto que pra isto não tem lá muito jeito.

R.S.