NO DISCURSO COMEMORATIVO DO 25 DE ABRIL, GIL CANHA FALA DO NOVO POPULISMO CAFOFIANO E DE GATOS DOENTES

Hoje, que estamos a comemorar o 25 de Abril, descobrimos que chegamos ao um verdadeiro dilema, a um impasse histórico quase aterrador. Há bem pouco tempo, tínhamos um líder regional que nos oferecia um Mundo Novo, renovado, livre dos ambientes pesados e bafientos do regime jardinista e do seu populismo doentio e tirânico. As pessoas acreditaram nesse líder alaranjado, quase messiânico; acreditaram na reforma do sistema e no fim dos grandes oligopólios que parasitam a nossa economia; acreditaram que finalmente haveria mudança de comportamentos e posturas; acreditaram que se acabaria com os vícios e com os compadrios que infectam a nossa pequena comunidade. Enfim… todos acreditaram numa evolução política que nos aproximasse da Europa evoluída e civilizada. Puro logro! Puro desengano!  

Rapidamente, esse líder alaranjado rendeu-se, desistiu do seu alegado espírito renovador, e numa pirueta vira casacas, voltou para trás, mergulhando novamente no nauseabundo pântano jardinista.

Mas o pior desta tragédia política a cheirar a bolas de naftalina, foi lançar o povo madeirense num tenebroso labirinto. E agora, o que fazemos?! Como saímos desta?!

De um lado, temos os velhos populistas do passado que rebentaram com a economia da região e que tudo fizeram para que o povo se apaixonasse por eles, porque um povo movido por paixões é cego, surdo e mudo. E graças a essa manipulação das massas, o tal povo superior perdoou todos os roubos, todos os atos de corrupção, toda a falta de justiça.

Sabemos que o programa dum líder populista, não é só controlar os média, é também satisfazer certas necessidades sociais, e publicitá-las de tal maneira que o torna numa espécie de anjo providencial que cura todos os males da sociedade. E para manter esse estatuto, tem de multiplicar o emprego na função pública, tem de distribuir fartos subsídios, dar cabazes de comida, fazer grandes obras de fachada, promover grandes festas e sumptuosas inaugurações… e para manter e financiar todas estas coisas que ele diz ser grátis… necessita de muito dinheiro. A certo tempo, tudo acaba por colapsar, e é o povo enganado que acaba por pagar tudo. E quando isso assim acontece, a culpa nunca é do populista, mas sim dos inimigos internos e externos… dos cubanos, dos inimigos da Madeira… da oposição, da Madeira velha, etc…

E quando toda a gente pensava que este velho populismo jardinista estava fechado e trancado a sete chaves, ele repentinamente aparece, vestido com trajes pirosos e antiquados e embonecado com enorme cordão autonómico ao pescoço. Só que aparece tardiamente, porque  a nova moda populista, é se andar por aí de óculos escuros ao volante de uma lambreta, careca a luzir, sorriso de orelha a orelha, namorada inglesa, e com uma relação colorida e amancebada, com dois ou três tubarões monopolistas.  

É este novo populismo cafofiano que está na moda e que se prepara para substituir o velho e caduco populismo jardinista.  

Há dias uma senhora perguntou-me: eh vizinho, o que é essa história de populismo? Eu tentei explicar-lhe, mas a senhora não percebeu. Então eu disse-lhe: imagine que a senhora tem um belo gato que está doente. Você para salvá-lo, segura-o com força, e enfia-lhe uma pastilha amarga pela goela abaixo, e ele salva-se. Um político populista não faz isso… ele vai afagando o gato, vai-lhe dando carinhos, vai-lhe prometendo um vida melhor… e o gato acaba por morrer porque o populista, para não o magoar nem o assanhar,  não teve coragem de lhe abrir os queixos.

Viva o 25 de Abril