SINDICATOS
Estimado leitor, o Estado (especialmente o Governo
Regional), e outras entidades, tais como as Ordens Profissionais[i],
são entidades públicas que deviam defender os interesses corporativos dos seus
associados e consequentemente os cidadãos, mas na realidade parece que agem em
prol de outros interesses.
Há acusações que presidentes de sindicatos recebem
avenças de entidades que possivelmente poderiam defrontar.
Também há história recente dos Sindicatos que assinaram
um contrato que faz com que os trabalhadores trabalhem de graça mais duas horas
por semana.
A outra história é a do senhor Ademir, em que um leitor
fica com dúvidas sobre a actuação do seu próprio Sindicato.
Não ouvi nenhum Sindicato falar sobre o caso do professor
do Curral das Freiras.
E sobre os aumentos na função pública na RAM também nada
li escrito pelos Sindicatos, à excepção dos dos professores.
Já ouvi dúvidas de trabalhadores despedidos sobre a
actuação do Sindicato no seu caso… mas também tal é natural.
Esta publicação é o início de
uma série sobre o tema. Começo com eleições e com os indivíduos que permitem que
situações suspeitas (que podem custar a vida aos colegas, à Sociedade e aos
cidadãos) perdurem.
Sim, quero dizer também à Sociedade e aos cidadãos pois
uma qualquer ordem injusta tem que ser implementada por vários funcionários
públicos. Se eles correrem o risco de serem prejudicados injustamente devido a
cumprir a lei ou defender os direitos dos cidadãos (como por exemplo, não
permitir a corrupção descarada), então, a Sociedade e o cidadão irão ser
prejudicados.
As eleições
A 17 de dezembro de 2017, Miguel Silva[ii]
comunicou o seguinte ao sindicato dos trabalhadores em funções públicas (cujo
Presidente é o dr. Ricardo Frade):
“(….)
estou interessado em apresentar uma candidatura à Direção do Sindicato.
Também
gostaria de saber:
1- se
e como posso saber quem são os associados deste Sindicato para formar uma
equipa;
2- data
aproximada das próximas eleições;
3- se
posso ou poderei utilizar os meios do sindicato para me dirigir aos associados;
4- como
posso obter o regulamento de eleições (para perceber se estarei em
condições de apresentar uma candidatura), e demais regulamentos (incluindo
o disciplinar) do Sindicato[iii].”
A 5 de abril de 2018 o Sindicato entrega-lhe um
boletim de voto… com uma só lista encabeçada pelo atual Presidente.
Obviamente, Miguel Silva ficou aborrecido e, no
dia das eleições, enviou uma missiva ao Sindicato para que “fosse transmitida a todos os candidatos aos
orgãos sociais do Sindicato”.
“Estou indignado
com a Direção do Sindicato.
A 17 de dezembro de 2017
pedi informações para elaborar uma lista de candidatos para o sindicato (como
abaixo mostro).
Não me responderam.
Depois não fui informado da
data das eleições no sindicato nem do período de apresentação de candidaturas...
Ontem descobri que existem
eleições a 6 de abril de 2018 e só uma lista concorrente (que é encabeçada pelo
atual Presidente do sindicato).
Isto é injusto!
Eu não estou a dizer que
não foi cumprido com:
"A convocação da
Assembleia Eleitoral será feita por meio de anúncios convocatórios afixados na
sede do sindicato, e nas Secções Sindicais e publicados em, pelo menos, um dos
jornais diários mais lidos na área do sindicato, com a antecedência mínima de
60 dias, e no dia da sua realização."
Atualmente, poucos deverão
ser os associados que vão frequentemente á sede do sindicato.
E quanto à publicação de um
anúncio num Jornal é algo manifestamente insuficiente para informar
o associado. Existem emails (que são quase gratuitos) e cartas (que o
Sindicato até envia para desejar feliz natal e feliz aniversário).
Quase que aposto que muitos
dos candidatos aos orgãos sociais do Sindicato só souberam que existam
eleições ao serem convidados para a candidatura...
O ideal seria anular as
eleições.
Os candidatos não precisam ser
coniventes com injustiça.... ainda mais injustiças em que nada ganham. Por isso
solicito que ou não assumam a posição no Sindicato que vão obter ou
assumam-na e depois imediatamente demitam-se... provocando novas eleições.”
Até hoje não recebeu resposta.
Em baixo mostro o link do Sindicato que mostra os
membros do órgãos sociais. Assim, o leitor saberá quem são os síndicos que
devem proteger os funcionários públicos da injustiça… e consequentemente a
Sociedade e os cidadãos.
Se o leitor conhecer algum, saberá avaliar a sua
verticalidade e capacidade de não se vergar perante os dirigentes da função
pública.
O programa de Miguel Silva para o Sindicato
Em vez de uma direção sóbria que quase não se vê,
a liderança do Sindicato seria pautada pela Luta Pública.
Em qualquer procedimento disciplinar imposto a um
sindicalizado, o Sindicato imediatamente tentaria interpor uma providência
cautelar no Tribunal Administrativo para que não fosse cometida uma ilegalidade
(nomeadamente, a violação do princípio da igualdade estabelecido na
Constituição da República Portuguesa), pois segundo o Ministério Público da
Comarca da Madeira mesmo que exista uma violação disciplinar não é obrigatório
que seja aberto um procedimento disciplinar.
Também apresentaria os vários casos aqui relatados
no fénixdoatlantico de situações que poderiam ser enquadradas como violações
disciplinares e que nada foi feito, nomeadamente, violação do procedimentos de
avaliação de desempenho, ameaças a trabalhadores, incumprimento de deveres
(nomeadamente de resposta a cidadãos), emissão de pareceres contra lei vigente
(i.e., a lei não precisa ser cumprida desde que exista uma argumentação razoável),
incumprimento do dever de escusa, recusa em aceitar documentos, …
O Sindicato liderado por Miguel Silva tentaria
conhecer todos os documentos da entidade pública envolvida para averiguar se os
princípios da igualdade e da legalidade são integralmente cumpridos, para
mostrar a excecionalidade e a injustiça que a entidade pública se prepara para
cometer.
Obviamente, embora não mencionando os
trabalhadores envolvidos, o Sindicato teria uma comunicação pública muito
activa e repetitiva sobre esses casos: “acamparia” nos órgãos de comunicação
social! E, isto é importante, pois na Região existem cerca de 30 mil
funcionários públicos directos, e o número indivíduos que efectivamente votam é
de cerca 100 mil[iv].
É o suficiente para ter impacto numas eleições.
Em termos de actividades não-regulares, teria
algumas palestras sobre os direitos dos trabalhadores e muitas sobre assédio
moral no trabalho, especialmente sobre a identificação desse tipo de situações e
o que fazer.
Sim, os
maus funcionários iriam ser protegidos, mas os bons também não iriam ser penalizados
por cumprirem a lei e por defenderem o cidadão.
Eu, O Santo
[i] Ordem dos Engenheiros e Ordem dos Advogados.
O dr. Bricio
continua a ter tempo para publicar no Jornal mas aparentemente não tem
disponibilidade para indigitar um advogado a um particular, embora a lei
estipule que a Ordem dos Advogados deve fazer.
[ii] Sim, é verdade Miguel Silva tentou que fossem instauradas sanções
disciplinares a dirigentes e aos técnicos que, na sua opinião, tomam decisões
ilegais.
Quem toma decisões
ilegais, faz sempre que lhe dá jeito… e prejudica seja lá quem for: seja
funcionário ou cidadão, seja homem ou mulher, seja criança ou velhinho, seja
saudável ou acamado,… e normalmente, são os funcionários os primeiros a sofrer
com a injustiça dos dirigentes… e também são os funcionários que a têm que
sofrer sistematicamente.
[iii] Os regulamentos estão publicados no sitio do sindicato.
[iv] de um universo de cerca de 250 mil eleitores.
6 comentários:
A vida é injusta Santo. Ninguém liga a ponta dum chavelho ao Miguel Silva.
Pois quando temos um presidente do sindicato da função publica que que defende os interesses do GR esta tudo feito.
Por isso o secretario arranjou umas avenças para ele na GESBA onde ele vai metendo ao bolso uns milhares.. e bico .
Quando acordar esta sozinho no Sindicato que esta os associados todos a desistir.
A Rua das Pretas alberga dois grandes "defensores" (not) dos sindicalizados da função pública...
Quem é o presidente dum sindicato que tem uma avença na câmara municipal de são vicente?
Certo, certo era o Miguel Silva ser candidato a presidente do governo no lugar do Cafofo.
Era vitória assegurada !
O Santo candidato a presidente do governo ?
Essa tá boa.
Ahahahahahahah.
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