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sexta-feira, 13 de abril de 2018


Coincidências do Arco-da-Velha



Gil Canha

Depois de várias acções de sabotagem no porto da cidade de New York que culminaram a 9 de Fevereiro de 1942, com o incêndio e destruição do famoso paquete SS Normandie, os serviços secretos da Marinha dos Estados Unidos entraram em pânico com a existência de sabotadores alemães no interior do grande porto da cidade.
Pressionados pelas opinião pública, alvoraçada e preocupada por ver sabotadores nazis a atacarem instalações vitais dos E.U.A., a marinha americana resolveu pedir secretamente a colaboração da Máfia de N. York, para vigiar com os seus bandos armados, as instalações de todos os cais da cidade. 
Desde os anos 30, que os poderosos sindicatos dos estivadores do porto de N. York eram controlados por um dos chefes da máfia local, Albert Anastasia, (relativamente à nossa realidade regional, há coincidências do arco-da-velha), e desse modo, com o auxílio deste poderoso sindicato do crime, a marinha dos E.U.A pretendia manter à distância a terrível ameaça alemã.
Negociadores dos serviços secretos da marinha entraram em contacto com Meyer Lansky (era o braço-direito do poderoso padrinho da máfia, Lucky Luciano, que estava a cumprir uma longa pena de prisão) e invocando o seu patriotismo, disseram-lhe que a situação estava difícil, pois as nazis alemãs estavam a atuar dentro das instalações navais da cidade. Meyer Lansky, fingindo-se surpreendido, tirou o chapéu e, teatralmente, deu um enorme MURRO NA MESA, e disse: - Os senhores que estejam descansados que vamos resolver o assunto! Ofereço-me para ir até Washington, sede do nosso Governo federal, e prometo que até ao fim da guerra não vai haver mais sabotagens nem greves no nosso porto!
Efectivamente, depois do acordo, a Máfia novaiorquina aumentou o seu poder, e como sinal de boa vontade e para facilitar as negociações, a Marinha pediu ao Estado de New York que transferisse Lucky Luciano duma prisão do interior, para a prisão de Great Meadow, nas cercanias da cidade. E as coisas correram tão bem que, acabada a Guerra, e em reconhecimento pelo trabalho da Máfia na proteção do porto de N. York e no apoio ao desembarque das forças americanas na Sicília, Lucky Luciano foi amnistiado da longa pena de 50 anos de cadeia, e regressou a Itália, livre como um passarinho.
Em finais dos anos cinquenta, Lucky Luciano, o mais famoso gangster americano logo a seguir a Al Capone, vangloriou-se de ter sido a sua organização mafiosa que provocara as sabotagens no porto de New York durante a II Guerra Mundial, e, inclusivamente, até referiu que o fogo que destruiu o paquete SS Normandie fora ateado por Anthony, irmão de Albert Anastasia.
Isto é, a Mafia engendrou e orquestrou tudo, enganando até o próprio governo americano, não só para se armarem em heróis salvadores da pátria, mas também para alargarem o seu imensurável poder.  Aliás, a sua influência era tão notória e avassaladora que, em 1955, o célebre realizador de cinema Elia Kazan, produziu o famoso e icónico filme “Há lodo no Cais”, com Marlon Brando no principal papel, onde de uma forma romanceada fala da Máfia e do seu total controlo sobre os sindicatos dos estivadores do porto de N. York. (Felizmente que a Madeira é um cantinho do céu e nunca tivemos de passar por estas tristes situações, que o diga a sra. Cristina Pedra e seu querido pai)

E não sei por que cargas de água, ontem, ao pegar no Jornal da Madeira, e ler que o Cafofo deu um “MURRO NA MESA e vai a Lisboa tratar dos assuntos da TAP, da mobilidade aérea, do novo Hospital e dos juros da dívida”, me fui lembrar do saudoso Meyer Lansky e sua célebre viagem a Washington DC, para tratar de assuntos complicados provocados por sabotadores sem escrúpulos.

6 comentários:

Anónimo disse...

Comparação admirável mas não verdadeira. Sr. Canha na Madeira não há máfias.

Anónimo disse...

Não sabia que nos anos quarenta do século passado já havia raposas peladas em Nova Yorque.

Edgar Silva disse...

A nova temporada é na RAM...APRAM SINDICATO...

Anónimo disse...

António Costa estrangula a Madeira a pedido de Cafôfo para depois este anunciar que resolve.

Anónimo disse...

Gil Canha o condutor do autocarro articulado não quer concorrer as eleições de 2019 que já sabe que levará nova banhada como aconteceu no ano anterior para a Camara. Ninguém o liga e mais um aninho já está fora da Assembleia Regional. Criticas só destrutivas nada de construtivo.

Edgar Silva disse...

Diria ao Sr. anónimo que o Gil "não leva banhada nenhuma"...levamos nós povo ignorante, cego, surdo e mudo, junto com os que se vendem por um copo de vinho-seco e uma espetada de "espelho da pá"...carne boa tenra e com osso, enquanto os eleitos e os grupos que os apoem se alimentam sucessivamente À décadas dos OM e dos OR...vão a Paris comer "filé mignon" passando pelo Folies Bergère...e sim nós é que levamos as "banhadas"....