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domingo, 12 de maio de 2019




12 de Maio 2019





Grande Berardo!


Joe ri-se de 10 milhões de papalvos - e ainda é pouco!

O nosso amigo Joe acaba de enxovalhar os inquiridores parlamentares especialistas nesta coisa nacional em moda dos buracos financeiros. Em plena Comissão de Inquérito à Recapitalização da CGD, ele escarneceu dos clientes da banca já de si vexados por banqueiros sem escrúpulos. Bandarilhou investigadores policiais e uma Justiça que persegue os fracos e incentiva os grandes à trapaça de colarinho branco. E em última análise ridicularizou toda a Nação que se julga esperta e tem alimentado um sistema político cheio de vielas bem delineadas para desembocar na grande corrupção.  
Soube a pouco. 

Para meu gosto, Joe Berardo devia ter achincalhado com mais crueldade o País e aplicado mais vezes aquela gargalhada de desprezo com que abrilhantou o seu Português péssimo, porém suficientemente perceptível para vermos como estamos a ser... isso mesmo.
Sim senhores, ainda foi pouco.

Será mentira que o conhecido especulador ajudou os bancos? É verdade! O homem estava na sua paz de espírito e os banqueiros, na época desnacionalizadora e de arrancada para as grandes instituições bancárias, faziam fila diante dos nomes mais conhecidos do empresariado para os fazerem seus clientes. Era uma concorrência no sector sem olhar a meios.
Nessa altura, Berardo foi um dos homens do regime nascente a quem os bancos pediam que aceitasse montes de dinheiro emprestado por eles. Os banqueiros tinham de mostrar serviço. Era o tempo dos balanços empolados e sem sustentabilidade. Para aliviar os buracos, os experts da banca jogavam com despedimentos facínoras. Quem não se lembra do trabalho sujo que o Raul Capela veio fazer ao Banif, na Madeira, desgraçando a vida a tantos bancários?
Ao tempo, os vendedores de ilusões incentivavam o cidadão a endividar-se, com empréstimos para a casa, e já agora por que não para o carro, e a mobília, e uma viagem.
Depois, o crédito malparado, a confiscação, a penhora.
Bem: solidário e altruísta como é, Berardo aceitou prestar ajuda aos banqueiros que lhe bateram à porta. Ajudou recebendo milhões para se entreter na bolsa. E depois foi recebendo mais milhões no prosseguimento da sua obra caridosa, a troco de umas acções mais ou menos maradas que endereçava ao banco assistido, como garantia furada.
Para não andar com aquele dinheiro todo nos bolsos, porque Lisboa é uma cidade cheia de carteiristas, Berardo foi aplicando o dinheiro que lhe davam - literalmente. Aplicou-o em património, criando inclusivamente uma fundação para ficar com as suas coisas seguras e não pagar impostos só porque estava a fazer o bem ao próximo. Seria um exagero de bondade! 
O homem até agiu sem ganância, pelo contrário, sempre se mostrou desprendido dos bens materiais e do vil metal: para não ferir a sua modéstia, nunca pôs os bens no seu nome.
Vem depois a Mariana Mortágua dizer que ele deve isto e aquilo! Como? Pois se o homem é pobre. Não tem nada. A própria casa em que vive leva-lhe uma renda mensal. Na comissão esqueceram-se de lhe perguntar a quem pertence essa casa, ou seja, a quem é que entrega a renda da casa, mas tudo isso faz parte do sistema.
Pessoalmente, ele nada deve. Na prática, ofereceram-lhe dinheiro e agora quê?
Querem a Colecção Berardo?! Vão ter, vão. É uma colecção que faz parte da vida do comendador. Nem um quadro há-de ser vendido para cobrir dívidas que o homem não tem, pessoalmente.
Mas atenção: o homem não possui bens, mas tem de ser considerado um benemérito. O que ele fez pelos bancos, aliviando-os de lucros a mais, é uma obra que beneficia os bancários, os políticos, os investigadores profissionais e a Justiça deste País faz-de-conta. E, como digo, principalmente aos 10 milhões de inteligentes que somos. Aquela gargalhada de desprezo do comendador em plena comissão parlamentar continua a doer por dentro desses peitos? Ainda foi pouco. 

Continuemos, pois, a pagar aos político-dependentes desta Castela-a-Nova de subservientes, invertebrados e masoquistas. Aos político-dependentes devemos o estado a que esta porcaria chegou. Corram aos votos!

28 comentários:

Anónimo disse...

A Fundação Berardo é a cabeça do Polvo e tem a sede fiscal na Madeira. A Fundação foi fiscalizada pelas Finanças quantas vezes nos últimos 20 anos?

Anónimo disse...

A mim os três partidos do sistema PS, PSD e CDS não levam nem um voto! Esta camarilha de políticos corruptos, que fazem leis na Assembleia da República para a ladroagem andar à solta, e a gozar de todos nós é que são os responáveis desta pouca vergonha. Mas os vilões e os intelectuais de pacotilha merecem isto e muito mais. Continuem a votar nos mesmos!

Anónimo disse...

Calisto,
Não faço grandes comentários ao seu texto, que percebo carregado de grande ironia, com grandes verdades pelo meio.
Muitas perguntas ficaram por fazer pelos deputados da nação, que, fazem comissões de inquérito atrás de comissões de inquérito, com resultados que todos conhecemos, isto é, nenhuns com interesse, e que nunca mudam as leis, para que estas poucas vergonhas não se possam repetir.
Apenas contesto o seu título, que seria mais apropriado Grande Vigarista.
Mas o riso de Berardo pode durar pouco tempo. Porque a esperteza de alterar os estatutos da associação que detém a colecção, sem convocar os bancos que detém a penhora, e que têm assento na assembleia geral daquela associação, fazendo na hora um aumento de capital sem que estes bancos o acompanhassem, porque ausentes, pode ser considerada nula.
Os advogados de Berardo são com certeza muito espertos, e merecem o que ganham, basta ver o trabalhão do que estava com o vígaro na AR. Dizia-lhe as respostas, escrevia algumas delas, fazia-lhe uns desenhos, etc.
Mas, não será de supôr que os advogados da CGD, BCP e Novo Banco, sejam exactamente parvos.
E há uma coisa que se chama dolo. E, uma acção ferida de dolo, é anulável pelos tribunais.
Veremos o que o futuro trará. Mas pode ser que o vigarista, que nos fez a todos, contribuintes, pagar os seus calotes, deixe de rir. E se isso acontecer, dará um gozo enorme. Não obstante os bancos, com as suas administrações à época, terem tomado decisões de crédito ruinosas e criminosas.
Mas, por isso, neste país, ninguém vai preso. Se ainda tivessem roubado um quilo de arroz...

Luís Calisto disse...

14.09
Reconheço sempre os meus erros, mas neste caso acho não haver dúvidas de que o título está em sintonia com o texto: pura (e amarga) ironia.
Em todo o caso, agradeço a observação.

Anónimo disse...

O Joe devia era ter falado em inglês, o bailinho era ainda maior e mais que a gargalhada.

Anónimo disse...

Fui à banca, nada do que tinha servia de colateral, só dinheiro vivo. Acabei por pedir a amigos e familiares, pois tudo foi negado. Agora que se lixem esses administradores da teta, sim da teta. Há dias dizem que queriam cobrar os custos do multibanco, de facto essa gente incompetente ganha mais que o custo da rede multibanco. Quanto ao Berardo tiro o meu chapéu, pois era tudo bandido. Até acho estranho a CMVM nem investigar manipulação bolsista, ora a CGD emprestou para empolar ações do BCP.

Anónimo disse...

O Joe riu- se de tudo e todos.
Discurso do "benemérito" (?) Joe: eu quis ajudar os bancos!
Joe levem.me tudo cuecas roupa garagem mas a coleção Berardo isso não vão conseguir!
Joe foi um dos protagonistas da pretérita semana.
As gargalhadas do Joe Berardo estridentes e as suas declarações inverosímeis e kafkianas ficarão para os anais da história contemporânea.

Anónimo disse...

Grande Joe
De vilão a herói
Como dizia Max "O Vilão não é Tôlo"
Chamem-lhe burro de perto a ver se ele dá um valente coice
Aquela gavina mortágua, frustrada de família é da tal seita que no tempo do Salazar assaltaram o banco da figueira e desviaram o Santa Maria, mas hoje é uma salvadora da Pátria e uma virgem ofendida.
Com o facilitismo e falso riquismo que havia na época, quem não aproveitava os milhões
Lembram-se do slogan? "Queres dinheiro vai ao TOTTA".
Vejam como o TOTTA mamou o BANIF e anda o pessoal coitado a chorar pelas esquinas da Rua de João Tavira e os tais vendedores desse papel tóxico bem nutridos e reformados
Parabéns JOE
Devolve a comenda ao Banco ou à mortágua e fica com o título

Anónimo disse...

Um acto de má-fé (doloso) só é anulável em Tribunais não-corruptos. Num Tribunal Corrupto tudo é passível de ser legal... mesmo facturar 20 Milhoes de euros em obras sem ter um único recibo de despesas,nem trabalhadores nem máquinas.
È ridiculo andar a culpar os políticos pela sua própria impunidade, pois não são eles que deviam fiscalizar e aplicar a lei. A impunidade não é dada pelas leis, mas sim pelo MP e Juizes.
isto significa que podem mudar os políticos todos que o aumento de desperdício e corrupção não vai abrandar... mas se destruírem os Magistrados e os substituírem a todos outro resultado se obterá.
Se quiserem resolver o problema da pobreza, fome, falta de meios para a Saude e Educação, baixas reformas, injustiça, injustiça social, etc... i.e., todos os grandes problemas da nossa Sociedade existe uma panaceia com duração certa de uma ou duas gerações: destruição sem morte dos Magistrados e de suas famílias. Todas as outras opções políticas são meras manutenções da agonia de Portugal, e tortura de seus habitantes.

Anónimo disse...

Sabiam que este SR Berardo tem 4ª classe

Anónimo disse...

O que tem ter a 4 classe? Ha pessoas com curso superior mais burros que o Comendador Joe Berardo.

sia disse...

Esta imagem de Berardo lembra uma de Jack Nicolsen a fazer de mau e trajado de palhaço onde para ter tal imagem adaptaram~lhe na boca uma engrenagem.
O que se estranha é que certos comentadores, digo contribuintes pagantes aceitem defender e verem em Berardo um benfeitor e inteligente que goza com os Portugueses.
Enquanto todos nós andamos a contar centimos e trabalhar no duro Berardo esse tipo esperto vive noutro mundo muito melhor.
Pelo meio vai contando historias de encantar sobre si para meninos.
Parece que o que está a dar é rir, arreganhar, e levar todos na onda.
Por cá tambem temos quem dá os seus risos para uns tantos enquanto por trás lá vai fazendo tudo o que os poderosos lhe manda fazer, seja um PDM para os poderosos, umas licenças para construir, uns aumentos e andares na rua do Bom Jesus para um hotel, esses jeitos, mas se for uma varanda ou casa de banho de um desgraçado.....

Anónimo disse...

Caro Calisto, perfeita análise e reforço que soube a muito pouco.

Já vi duas vezes o interrogatório e aquilo é um must, foi um autentico bailinho da Madeira. A cada resposta dele devia soar "olé".

Um comentador diz estar preocupado com os contribuintes, quais contribuintes? Aqueles que sabem de cor a constituição de todos os planteis do futebol, das contas dos clubes e de todos os participantes nos reality shows e novelas, e nem conhecem o nome dos deputados que elegeram?

O Berardo fez aquilo que os eleitos pelos contribuintes permitiram, por isso só temos aquilo que criamos.



Luís Calisto disse...

23.08
Nem mais!

Anónimo disse...

A ideia era demonstrar as certas pessoas que por ter um canudo se julgam muito importantes em grau de inteligência ou seja melhores que os outros, ainda bem que é da mesma opinião que eu.

Anónimo disse...

Vejo que muitos comentadores gostam de ser en....dos.
Eu não. Por isso considero esse indivíduo um vigarista. Independentemente da culpa que tiveram as administrações dos bancos, que devem responder criminalmente.
Quanto a tribunais e políticos, cada um no seu lugar. Uns julgam perante a lei que existe, outros fazem e alteram as leis.
E, neste caso, veremos qual será a interpretação dada à alteração de estatutos realizada, e, ao aumento de capital para os quais nem todos os que têm assento na assembleia geral da associação que detém a colecção, foram convocados.
Quanto a contribuintes, eu como pagante de impostos sinto-me lesado, por esta e outras situações. E não sei planteis de futebol, nem vejo tele-lixo. E conheço nomes de muitos deputados.
E, por estas chico-espertices, somos um país atrasado. E se não mudamos de mentalidade e prática, continuaremos a ser. Com a minha oposição, mesmo que seja o único.
Não aceito corrupção, nem corruptos, nem vigaristas. Muito menos glorificá-los de forma apalermada.

Anónimo disse...

Os deputados nem sabiam o que perguntavam, nem percebiam as respostas do senhor da 4ª classe.
Tudo bem preparado com advogado, sem falta de memória cafofiana, dando ao País a forma como o banqueiros lidaram com a situação de angariação do cliente , à aceitação de ações comos garantias???!!!, à não execução dessas ações, enfim um regabofe esta Banca.

Anónimo disse...

Anónimo das 09:26, não julgue que está sozinho. Estou consigo. Recuso-me a tratá-lo por "Grande Berardo". Lá por um vígaro ficar a rir-se de nós não deixa de ser o que é: um vígaro.

Anónimo disse...

Se isto se passasse nos Estados Unidos da América ou na Grã-Bretenha o vigarista do Berardo já estava preso há muito tempo, já tinha sido julgado e já estava a cumprir pena pesada de prisão!

Anónimo disse...

O Bernard Madoff apanhou 100 anos de xadrez. Mas como Portugal é uma república de bananas, o Berardo continua a gozar de todos nós!

José Vicente Gomes disse...

Uma perguntita inocente:
A menina deputada Rubina, sobrinha do dito cujo Berardo, tem alguma coisa a dizer sobre relações familiares entre detentores de poder (no caso económico) e de cargos públicos. Ou já renegou o "titio Joe". A velha história das pedras nos telhados de vidro...!
Outra perguntita inocente:
Aqueles que, noutro tempo, tanto se regozijaram e aproveitaram da proximidade com o "comendador" não erguem agora um dedo a defendê-lo. Cá para mim, o vilãozito do Monte enganou-os a todos...! Só tenho pena que não tenha arrastado o sacrista do Jardim Gonçalves e a gigantesca fraude que foi montada no Millenium BCP.
Enfim, hipocrisias...
PS: Aquela de construir (no penthouse que não será, pelos vistos, dele) uma retrete com vista para o Palácio das Necessidades é magnifica!

Anónimo disse...

Berardo será sempre um dos grande

muitos que agora criticam receberam bolsas da fundação dele

obrigado Berardo pela ajuda

Anónimo disse...

Berardo sempre foi um vigarista e um especulador.
Por essa razão, e algumas outras piores, fugiu da África do Sul, e não lá pode entrar, sem que seja preso. E nada tem a ver com a história das cicas que na altura serviu para justificar essa fuga.
E, para o comentador das18.05, gostava de lhe referir que também os mafiosos são "beneméritos". Utilizam a benemerência como forma de lavar dinheiro, e também como forma de comprarem políticos, funcionários e outros de quem necessitam, e se deixam corromper.
Um vigarista será sempre um vigarista. E desgraçado país que não tem políticos com P grande, que façam leis para combater a corrupção como deve ser.
Porque é que os partidos não legislam como deve ser?
Porque é que o relatório da OCDE que tinha um capítulo sobre a corrupção em Portugal, foi desvalorizado pelo governo, que instou a comissão a retirar aquele capítulo e desconvidou o relator a apresentar o relatório?

Anónimo disse...

Basta ver o programa humorístico da TVI de Ricardo Araújo Pereira "Gente que não sabe estar" para ver a paródia nacional que fizeram com a ida do Joe Berardo à Assembleia da República! Imperdível!

Anónimo disse...

Boa noite Calisto, o texto está como quase todos 5 estrelas, mas tenho de dizer uma coisa, o Berardo tirou-lhe o lugar como humorista, este bateu tudo e todos. Nem o Ricardo Araújo consegue melhor apesar de ter um QI 50 vezes superior. Este humorismo chegou a todos desde o mais rico ao mais pobre, do mais burro sem ofensa para ninguém ao mais inteligente e assim sucessivamente...G. Abraço.

Luís Calisto disse...

21.54
Pode não acreditar, caro Comentador, mas esta tarde, ao rever a rábula do nosso amigo Joe em S. Bento, lastimei que o melhor humorista deste País, R. Araújo Pereira, tivesse perdido por negligência o 1.º lugar no ranking de fazer rir. Inesperado. Nunca se sabe onde está um grande valor. Berardo? Quem havia de dizer.
Quanto a mim, não sou daquela divisão superior.
Veja lá que quando digo 'Grande Berardo' as pessoas julgam que estou a falar a sério!
Desisto.

Anónimo disse...

Calisto,
Como já escrevi anteriormente, percebo toda a ironia da sua escrita.
Mas, para mim, atribuir o adjectivo grande a um vigarista, é mais forte que eu.

Anónimo disse...

Os que dentro da sua esfera de possibilidades, enganam clientes, ajudam a fugir ao fisco, não pagam o devido às Finanças, falsificam documentos, recebem subsídios indevidos (incluindo subsídios sociais), metem cunhas, e fazem pequenas trafulhices, saibam que do ponto de vista ético são semelhantes a Berardo. Apenas são pobres ou remediados, ou menos ricos ou dão menos nas vistas. Por isso, antes de acusarem Berardo, o que devem fazer, olhem para vós próprios. Recomendação que vale 10 vezes para quem no Governo ou na Banca , há anos, permitiu este achincalhamento previsto. E também para a miríade de banqueiros amnésicos. No Parlamento, Berardo foi Berardo, o mesmo que há 10 anos dizia que meio milhão eram "peanuts".