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terça-feira, 14 de maio de 2019




14 de Maio 2019



Campanha elevada ou na fossa?


1. Quer-me parecer que o líder de uma formação partidária concorrente às Europeias do dia 26 optou por arrastar a campanha eleitoral para os caminhos excrementícios da política. Não digo já o nome da personagem porque pode ter sido má interpretação minha e não pretendo exercer influências erradas no rumo dos acontecimentos.

O que ouvi foi esse chefe, sem mais nem ontem, fazer uma referência absolutamente gratuita e bem nojenta a um adversário, assente no boato e na maledicência que são peças relevantes na idiossincrasia de Zé Povo Ilhéu. Porque o boato, enquanto não é promovido a verdade-verdade, não passa de uma reles arma dos imbecis, dos desesperados e dos vermes parasitas desta vida.
Mas atenção que esta interpretação minha não pretende limitar a liberdade que cada força concorrente possui para escolher caminhos de acordo com os seus interesses. Há quem defenda que política é guerra, que guerra é guerra e que em guerra vale tudo menos tirar olhos. 
Uma campanha disputada dentro destes parâmetros não é menos campanha democrática do que uma campanha norteada pela elevação, pela convivência cavalheiresca entre os partidos rivais, pelo debate superior entre adversários.
Ou seja, cada um é como cada qual, como diz o outro. 
...Sem esquecer porém que quem vai à guerra dá e leva. Impondo-se perceber rapidamente, uma vez que a campanha oficial acaba de entrar na estrada, em que avenidas ou vielas a corrida deve mostrar-se ao eleitorado. 
A intervenção partidária e pública a que aludi ao alto da página chamou-me a atenção por emergir de uma área política sempre muito queixosa com a baixeza que marcou tantas campanhas eleitorais do passado. Houve eleições vergonhosas na Tabanca que mereceram lamentos e justas críticas por parte de várias cores partidárias. De maneira que agora causa estranheza ver os outrora queixosos puxarem a luta eleitoral para um nível abaixo de ralé. 
É jogo, jogo válido. Mas, como digo, que se perceba depressa o toque da música para todos acertarem o pé-de-dança. Quem não sabe dançar, cuidado com a afoiteza. 
Se o mote é a boataria, como antigamente, então as forças partidárias apontarão baterias segundo esse plano de fogo, aproveitando para disparar também verdades que, parecendo inicialmente boatos, afinal são verdades puras e bem comprometedoras. Material de guerra não falta nesse capítulo.

Portanto, se a guerra é para travar na fossa, seja, que a democracia continua. 
Admito ter percebido mal. Pode ser que eu esteja a ver demasiados filmes e a julgar que as regionais já estão a tirar o juízo a esta gente. Em breve o perceberemos.


2. Um dia destes, vi o destaque a negro num artigo de opinião de Guida Vieira com esta ideia: "Para que não existam dúvidas, eu votarei na lista do BE."
Por que será que se põe sequer um problema de dúvidas sobre o sentido de voto da antiga dirigente da UPM, UDP, BE e, já agora, do Sindicato das Bordadeiras? 
Às tantas, alguém admite algumas hipóteses de Guida se enganar na hora da cruzinha deixando a esferográfica escorregar para o quadrado correspondente a Paulo Cafofo - perdão, correspondente ao PS.
São os que pensam ter a histórica udêpista gostado de um certo cheiro a poder, agora nas suas andanças próximo dos corredores municipais.
Ainda por cima, ainda não vi Guida Vieira numa campanha do candidato bloquista à Europa. Se antes era exagerada a sua presença na TV a falar ou ao lado de quem falava nas acções de rua diárias, agora quase ninguém a vê.
O que foi que mudou?
Tenho notado outras ausências na pré-campanha e na campanha. A social-democrata Cláudia Monteiro ainda não teve a seu lado - que eu visse - nenhum dos antigos eurodeputados Sérgio Marques e Nuno Teixeira. Talvez porque já sejam demasiado antigos. Será?
Acontece que o PS não hesitou em trazer a iniciativas suas o ex-eurodeputado Quinídeo Correia, que andou na Europa há muitos anos. Já Liliana Rodrigues, que deixa o lugar para Sara Cerdas, ninguém ainda lhe pôs a vista em cima. O que nada tem de espantoso, como se sabe, atendendo à estratégia de extermínio que se tornou marca dos actuais dirigentes do PS. Nem falo do ex-líder Carlos Pereira, porque posso também ir bater à fogueira pela heresia, mesmo sem ter religião nenhuma.
Cada um manda na sua casa e ninguém tem nada com isso.
É a democracia a funcionar.
Esperemos então pelo mote definitivo desta campanha.

2 comentários:

Anónimo disse...

Desculpe srº Calisto, mas como há vários anos me recuso a ler e a ver a imprensa regional, e a televisão dos sousas por estar totalmente controlada pelos grandes tubarões do dinheiro, e sem nenhum credibilidade, fiquei sem saber que tipo de boato foi dito por um líder partidário! Não sei se alguém me consegue esclarecer?

Anónimo disse...

É de facto incompreensível que essa Guida, mais conhecida por tirana de metro e meio, que foi a principal responsável pela traição feita ao Almadinha (após o careca do Bloco lhe dizer que ela não era dona da agremiação) não apareça nas coisas do partido. Já brigou com o trafulha ou já percebeu que as facadas que enfiou nas costas do Almadinha foram o maior erro da sua vida política?!