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quinta-feira, 16 de maio de 2019




16 de Maio 2019





Traquinas voltam à escola



Cafofo, no pátio de recreio, chamou coveiro a Jardim, mostrando não estar apto a tirar partido das liberdades poéticas


Talvez contagiados pela irreverência da pequenada destravada, os travessos da política que temos esqueceram-se das formalidades e portaram-se como se tivessem voltado ao passado para um dia de escola à moda dos velhos tempos. Foram iguais a si próprios. Falamos de Alberto João Jardim, Miguel Albuquerque e Paulo Cafofo, convidados para viver o Dia da Família na Escola Ribeiro Domingos Dias.
Logo de entrada, Jardim não podia ser mais genuíno. Disse para Miguel Albuquerque, ao ver Cafofo: "Ele já é o presidente do governo. Foi o último a chegar."

O sorriso de Cafofo perdeu o formato plastificado para dar corpo a uma expressão de desvanecimento.
Só que interpretou mal a observação do antigo presidente. O que Jardim passou ao chefe da câmara foi um valente arregaço em público por ter falhado no protocolo - situação recorrente em Cafofo, aliás. A pontualidade é muito bonita e a ordem de chegada é para cumprir, automaticamente. E protocolarmente Cafofo não está igual ou acima do presidente do governo.
Miguel Albuquerque entendeu a mensagem do ex-chefe, rindo como os outros. Ao longo dos anos, também ele, Albuquerque, apanhou tantos raspanetes que aprendeu como interpretar o discurso: Jardim, a brincar ou a sério, nunca dizia uma palavra que não fosse para provocar efeitos mais tarde ou mais cedo; e obrigava o destinatário a puxar pela perspicácia para aprender o segundo sentido disfarçado atrás de cada frase.

Depois desta primeira cena, e já na hora do recreio, o mesmo Albuquerque resolveu presentear os colegas com uma intervenção de Estado, debitando fundos elogios ao Ensino que se pratica na Madeira. Uma ironia grosseira, como nos seus tempos de Liceu.
Pouco depois, as coisas pioraram. Como acontece geralmente quando Paulo Cafofo pega no microfone. Talvez por há dias ter espantado as PSoas com uma boa intervenção no Porto Santo, coisa rara, o homem usou demasiado à-vontade e estatelou-se ao comprido quando enveredou por um discurso que a LPM deve proibir-lhe: o discurso humorístico. Como já se disse, uma coisa é uma graçola na rua, no porta-a-porta; outra coisa é numa intervenção de palco, com a TV a gravar.
Vai daí, Cafofo resolveu mostrar amizade e confiança com o antigo chefão madeirense, apostado em entrar no eleitorado PSD. Bem pensado, mas para quem domina o método oratório. O Mayor funchalense decidiu contar ao auditório que, minutos atrás, o Dr. Jardim lhe disse, em conversa 'tu cá-tu lá', que já se sentia um "tetravô com os pés para a cova". Então, Cafofo aproveita o discurso para tranquilizar Jardim: "Não senhor, ainda vai enterrar muita gente primeiro, o Dr. Alberto João."
Nem mais.
E a concluir o raciocínio: "Muita saúde para si, é o que todos desejam."
Olha que esta!
O Dr. Jardim ainda vai enterrar muita gente! - apregoa ele. Claro que é uma liberdade poética, já que o Dr. Jardim nem sequer é coveiro. Mas está ali uma poesia negra, mórbida. Paulo Cafofo não precisa de desejar que muita gente seja enterrada antes de o Dr. Jardim morrer (o diabo seja surdo). Dito daquela maneira, quem viu o telejornal de ontem à noite, jovem ou velho, deve ter pensado: "Porra, isto nunca se sabe quando é que chega uma doença daquelas, será que eu ainda me vou desta antes de..."
Raio de situação. 
As coisas ainda pioraram na frase de Cafofo proferida logo a seguir à premonição de que "o Dr. Alberto João ainda vai enterrar muita gente". Foi quando Cafofo desejou "muita saúde" ao antigo presidente. 
Levando em conta o que o binómio Cafofo-PS costuma dizer do Sesaram, a quem acusa de culpado de vírus, bactérias e mortes nos hospitais, fazer Jardim depender da saúde neste contexto não parece um desejo oportuno.  
Da próxima vez que o candidato a presidente do governo caia na tentação de meter horror num discurso qualquer, pois faça votos para que a pessoa a quem se dirige viva muitos anos, sim, mas sem ter de enterrar ninguém primeiro - as outras pessoas que vivam também muitos anos. Então o Dr. Jardim não pode viver muitos anos mais e os outros também viverem muitos anos mais?!
Oh Profe! Vá lá agourar para Argel!
Não é só o voto de um que conta.
Por falar em votos, chega-me aqui a novidade de que os apoiantes e os prosélitos de Cafofo andam alucinadamente eufóricos nas redes sociais a divulgar o que mais podem fotografias do Cafofo na risada com Alberto João Jardim, ontem na escola que comemorava o Dia da Família. O convívio e a aproximação entre ambos fazem esses prosélitos (oportunistas na bicha para os tachos) pressentir no velho social-democrata um apoiozinho inesperado a Cafofo, o que seria ouro para o PS penetrar, como digo, no eleitorado laranja - sem o que ninguém consegue vencer eleições.
Pois aí está mais uma explicação para 40 anos de derrotas dos socialistas. Eles passaram essas décadas sem conseguir conhecer minimamente o rei do PSD. E continuam mergulhados na ignorância. Decididamente, não conhecem a peça.
Com uma agravante, na actualidade: eles julgam-se mais espertos do que os socialistas antecessores e portanto dispensados de trabalhar. Contentam-se com realidades postiças e com ilusões fabricadas pelas agências de comunicação, em vez de se fazerem à estrada para aproveitar as vulnerabilidades que afectam os rivais e que os seus antepassados rosa não tiveram a sorte de encontrar.

O último traquina a entrar em cena ontem na Escola Ribeiro Domingos Dias foi um petiz que colocou este desafio a Jardim: que diferença existe entre o governo inglês e o governo português (governo no sentido de regime). O rapazito não esperou e avançou ele mesmo com a resposta: o governo inglês é parlamentar e o português para-lamentar.
Quem é que ensina estes exageros às crianças? Foi para agradar aos três linguarudos convidados? As escolas têm autonomia, porém aquela devia explicar rapidamente ao pequenito que não senhor, nem 8 nem 80, não há diferença entre os dois governos referidos. São ambos para-lamentar.

10 comentários:

Anónimo disse...

Para-lamentar já não comento.

Anónimo disse...

Deja vu

Drº Alberto agora com capacidades de prever o futuro, está ficando lindo sim senhor, vá toca arrumar as malas, tão cedo o PSD NÃO irá governar na Madeira e Porto Santo. Arranca que já vais tarde ... Fui

Anónimo disse...

Ó das 17.45,
É mesmo melhor ires...andando. Porque da maneira que vai, em setembro começas a pensar nas autárquicas a ver se não ficas sem o tacho.

Anónimo disse...

O professor Mentiras ao lamber as botas a Jardim mostra que é um vendido sem vergonha, e pior é que odeia o homem, mas por causa dos votos lambe-o todo!

Anónimo disse...

Este prof. mentiras é mesmo um troca-tintas! Disse cobras e lagartos de Jardim na campanha das autárquicas de 2013, e que iria ter uma postura completamente diferente! Agora para caçar os votos dos populistas laranja toca a lamber as botas a Jardim! Que me desculpem os leitores do Fénix, mas não atino com seres rastejantes!

Arlindo Oliveira disse...

Que tristeza !! Pelos vistos ainda é o reformado político que dá baile aos outros dois!! Ou muito me engano os que ao longo do tempo foram traindo Carlos Pereira terão a devida resposta no próximo ato eleitoral e penso que só o sorriso pepsodente ficará aquém do desejado!! Não fico feliz por isso, mas um partido que não consegue que o seu líder seja candidato a presidente go governo, não merece ganhar qualquer eleição, nem para uma junta de freguesia ou regedoria salazarenta!!

Anónimo disse...

Grande Alberto
O mentiras precisa de boas lições e marteladas naquela careca oca
Dali só sai asneira ou jeitinhos com os seus comparsas ...bertos, Ferver e o outro careca mais conhecido pelo desenhador de interiores e pateta sisudo

Anónimo disse...

O Padre Tony a purificar estas ovelhas antes de as mandar para o fundo dos infernos.
Grande diferença entre Alberto João e Albuquerque:
Alberto João entrou arremediado e passado 40 anos saí arremediado
Albuquerque entrou teso e passados apenas 4 anos saí Milionário.

Anónimo disse...

A sério, das 16.16?
E em que consiste essa fortuna?

Anónimo disse...

Ó das 19.27
Se os corruptos da Madeira fossem presos acabaria aí o PSD-M