O Curriculum
Regressado das férias, amigo meu alertou-me para certa nota curricular publicada no Joram – Despacho nº 121/2018, do dia 2018-03-21 (http://joram.madeira.gov.pt/ joram/2serie/Ano%20de%202018/ IISerie-046-2018-03-21.pdf).
Permitam-me um parêntesis para ilustrar a estória. No ano passado, constou na AT-RAM que o senhor Carlos Veríssimo teria obtido uma licenciatura e que, por essa razão, passaria a diretor. Mesmo sem vaga ou concurso!
Como os colegas desconfiaram, questionaram que licenciatura seria essa e em que universidade teria sido obtida, já que nunca constou que tivesse sido aluno da UMA e desconhecia-se qualquer frequência em universidade fora da região.
As circunstâncias pareciam assemelhar-se a outras licenciaturas obtidas por políticos, algumas ao domingo e outras por excesso de equivalências.
Talvez devido a estas desconfianças, a AT-RAM enveredou por outro caminho – primeiro, promoveu um simples serviço a direção de serviços, mais tarde, aproveitou o orçamento da região para alterar a lei e permitir que essa direção de serviços fosse ocupada por um não licenciado e, por fim, para evitar a concorrência, não abriu concurso e nomeou o senhor em regime de substituição. Tudo perfeito.
Para evitar o normal burburinho, havia que justificar o injustificável, com a apresentação de um extenso curriculum, de quatro páginas!
Tanta página, poderia ter sido resumida a meia dúzia de linhas, não fosse a intenção pouco disfarçada de esconder o facto de tratar-se do caso já falado neste Blogue em que a lei foi alterada à medida, para que o funcionário Carlos Veríssimo pudesse ser nomeado diretor de serviços.
Segundo fonte segura, além de escrever coisas que não correspondem à verdade, o visado, na mira de autovalorizar-se, repete supostas experiências profissionais e elenca outras de importância nula, como por exemplo cursos de quatro horas e de uma dia, ou as sucessivas ações de formação sobre os diversos orçamentos do Estado, comuns a todos os funcionários daquela Direção Regional.
O senhor Carlos Veríssimo faz questão de enumerar no seu curriculum as tarefas rotineiras comuns a qualquer funcionário daquela Direção Regional, com o único objetivo de torná-lo mais extenso. Faz lembrar aquela anedota em que a professora pede aos alunos para soletrar a palavra chouriço e há um aluno que diz que se escreve como dois esses, porque assim fica mais comprido.
De estranhar o elevado número de estudos que o visado diz ter elaborado, sem que se conheça a existência ou publicação de um único!
Chega ao ridículo de afirmar que até apresentou propostas para o orçamento do Estado e da Região!
Dá para imaginar que estudos e propostas foram estes, quando o próprio sujeito confessa ter apenas o 2º ano do Curso Complementar! Talvez por isso, desconheça que quem faz tais propostas é o Governo da República ou o Governo Regional.
Com tamanha sapiência, é caso para dispensar os demais técnicos, nomeadamente os juristas!
Este curriculum endeusa a personagem! Ou, parafraseando o ex-ministro das finanças Bagão Félix, não é curriculum, é cadastro!
K-Curriculum
4 comentários:
É, na verdade, um extenso curriculum que, espremido, não tem nada!
Ainda bem que o JORAM já não é distribuído em papel!
Porque razão não é exigido o europasse curriculum como nas empresas?
Este curriculum a ser apresentado no privado, haveria de ser bonito...
Isto é a meritocracia de Albuquerque e Calado.
Quase que é melhor que o do Feliciano. Pelo menos é mais extenso.
E não se arranjava um visiting school ?
Este Albuquerque virou flop e vai andar de mota... Nao vejo hipóteses do Psd la ir.basta o Fafofo fazer.se de "morto".
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