BE diz que a Política Florestal do Governo Regional
é política da terra queimada
O Bloco de Esquerda deslocou-se hoje, ao Curral dos Romeiros, local este que serviu de mote para o BE, através do dirigente Ernesto Ferraz, abordar a temática da Política Florestal. À Comunicação Social, Ernesto Ferraz referiu que o local a abordar o tema suprarreferido poderia ser igualmente em qualquer outra zona da costa sul da R.A.M, toda ela florestalmente descaraterizada.
“Todos nós sabemos que o ambiente, a qualidade do ambiente que temos ou não, tem influência na nossa qualidade de vida, que este deve ser preservado o mais possível, para que não tenhamos que olhar para trás e pensar naquilo que se perdeu ao longo dos últimos tempos. A verdade é que temos 40 anos de democracia, 40 anos de autonomia e a secretaria que tutela esta pasta tem autonomia própria e passadas tantas décadas, o ambiente foi deixado ao abandono, ao descalabro e a floresta é o que se vê”, enfatizou. A Política Florestal do governo democrático de todo o sempre é a política da terra queimada.
Em toda a costa sul da ilha, a invasão de espécies infestantes, quer arbóreas, quer vegetais e uma realidade. Depois a cada verão os incêndios deflagram com grande intensidade porque estas espécies são propícias a que esses incêndios tomem proporções mais elevadas, colocando muitas vezes as populações das zonas rurais em perigo, quando não lhes retira a própria vida e a Secretaria Regional do Ambiente, com a tutela das florestas, aquilo que faz é fazer “Planos teóricos”, como em todas as outras áreas do Ordenamento. Existem planos que deveriam ser para estruturar e levar avante políticas corretas do ambiente; temos um PROF-RAM (Plano Regional de Ordenamento Florestal) que se começou a falar desde o fim do século passado, foi reerguido em 2008, revisto em 2009 e 2011, esteve em consulta pública em 2015 e passam-se décadas e olhamos para a floresta, para a paisagem, para a desproteção de espécies autóctones e o que vimos é que a degradação é constante e cada tempo que passa e que será cada vez mais difícil de a recuperar.
Portanto, temos os eucaliptos que tomaram as rédeas da Floresta, espécie infestantes e de grande proliferação e que na Madeira não se pode justificar por uma Indústria madeireira que não existe e, assim, nem o fator económico o poderia justificar minimamente esta invasão de eucaliptais. O que temos é uma incúria governativa gritante do ponto de vista da estruturação e preservação da Floresta.
O Governo Regional vai se entretendo em pequenas ações esporádicas e pontuais de recuperar a floresta perdida. Faz muitas conferências, anuncia 10M€ aqui, 5M€ ali, 4M€ acolá, para recuperar algumas partes daquilo que os incêndios levaram e nunca incrementa políticas preventivas para reflorestar e reordenar a Floresta. É urgente uma política estrutural de reflorestação de toda a costa sul da Região Autónoma da Madeira e mesmo na costa Norte, a paisagem protegida, não se protege per si. A Laurissilva está se dizimando ao longo dos tempos, ao longo das décadas sofrendo da autorregulação. É claro que o ambiente tem muito de autorregulação, mas é preciso coordenação humana, políticas concretas e sobretudo para que não caiamos neste estado daquilo que se vê do Curral dos Romeiros, o Vale da Ribeira de João Gomes em que os eucaliptos se queimam no verão, no inverno multiplicam a sua rebentação e, efeito da erosão dos solos, as enxurradas deambulam para jusante. Passados mais de 8 anos do 20 de fevereiro ainda existem no centro do Funchal resquícios visíveis dessa catástrofe junto ao Oudinot e ao Mercado do Funchal que são reveladores da incúria governativa quer a montante, quer a jusante. Não são vários metros de Ribeiras betonadas que vem resolver o problema, pois o problema está sobretudo a montante, onde tudo começa e transforma para que as populações fiquem em perigo constante.
Ernesto Ferraz acha muito bem que se plantem árvores. Na semana passada o Presidente do Governo, a secretária do ambiente, foram com a pazinha plantar uma árvore. Também concordamos e já o fizemos algumas vezes, que as pessoas voluntariamente, num ato de cidadania pura, vão plantar árvores, mas, é muito pouco para o estado de degradação a que a floresta na região chegou.
São necessárias políticas públicas que incrementem uma reestruturação e que levem a que estes planos passem do papel, depois de tantas décadas, para a prática, sob pena de continuarmos a degradar cada vez mais e a pôr quer a floresta em perigo, quer a qualidade do ambiente que cada vez é menor, quer as populações que vivem no meio dos eucaliptais e a jusante, nas Vilas e Cidades em constante perigo.
BE
8 comentários:
Sim, porque o continente também é um exemplo. Sempre pode ir para o continente pregar aos 100 que morreram o ano passado.
Gostava era de saber porque razão é que tem de ser o governo a pagar limpezas de terrenos privados com o dinheiro de todos nós. É à espera disso que ninguém mexe um cú para limpar a serra. O sr. Governo que pague... Olhem, se for para pagar, ao menos que o terreno passe para o Estado. Iam ver como apareciam logo os proprietários.
Havia de ser lindo se aparecesse uma notícia a dizer que havia mais uns milhões para plantar árvores! Apareciam logo estes palhaços a reclamar que o dinheiro podia ser dado ao pessoal do rendimento mínimo!
Mto fraquinhos estes blouistas falta de dialética política
Este de camisola verde já mudou de patrão?
Também nunca o vi fazer nada...
É um bom guarda costas do partido dito proletário
Trabalha malandro...
Comentadeiros lerdos que não percebem nada, nada têm a acrescentar e inventam historietas para continuarem a alimentar este bando de incompetentes que nos espezinham em rodas as áreas...
o professor que falou e o economista que estava atrás deles nunca na vida devem ter pegado uma foice ou uma podoa para limpar seja o que for e agora vem com lições de moral ..
O único que já deve ter vergado o serrato deve ser o Carlinhos o resto tudo queque
Uma floresta púbica é o que estes senhores recusam-se a abater. Julgo que a colega de belos air-bags está a favor dessa medida pois até a cabeça rapa
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