14 de Fevereiro 2019

Milho com telefonia 

e porrada pelos cornos abaixo

1. Se o arruaceiro Jorge Coelho avisou que quem se mete com o PS apanha, por que é que as pessoas não aprendem? Incluindo eu. P'ra que diabo fui publicar ontem uma peça sobre a fase pré-eleitoral em curso a que dei o título "Purga socialista abre vagas - Serrão e Olavo falados para lista nacional"?

Pois é. De que estava eu à espera se não de receber troco por parte de algum energúmeno de uns quantos que só conspurcam a imagem do Partido Socialista, imagem presumivelmente democrática?

O porco fez-me ler pela primeira vez um comentário anónimo ofensivo até ao fim. É que, invariavelmente, à primeira palavra suspeita esses comentários escabrosos são deletados e devolvidos à fossa onde o monte de esterco remetente costuma lidar, como é o caso. 

Depois de se queixar de que o blogue publica "todo o lixo que mandam [para cá] sobre a vida dos partidos e das pessoas", a desgraçada vítima passa ao insulto raivoso para concluir o comentário em apoteose: "Achas que brincas com as vidas dos outros mas o que está para ti ainda vai chegar e vai chegar mais depressa do que imaginas. Mais depressa e com mais força por esses cornos abaixo."
Toma que é democrático, como dizia o outro.

Não dei ouvidos às advertências do Coelho e agora eis-me com os "cornos" a prémio. Certos "socialistas" são uns valentões, sobretudo sob anonimato. O certo é que, depois de 40 anos 'armado aos cucos', agora parece que vou aprender à séria, sobretudo se o candidato a algoz deste escriba detiver dentro de meses algum poder nas patas imundas. Não me estou a armar num herói como os perseguidos jornalistas do tempo dos coronéis brasileiros, pelo contrário: perante as assustadoras ameaças, ando mas é à procura de um palheiro recôndito onde me trancar para o resto dos meus dias, que ainda por cima devem ser muitos.

O Leitor está a levar isto a brincar, mas eu é que me sinto. Ainda por cima, o merdoso ordinário da ameaça é um cobarde que ataca sem mostrar as fuças e por isso beneficia da vantagem de se poder aproximar de mim para à falsa fé me chegar "com força pelos cornos abaixo".  

Brinquem, brinquem. Só eu sei do meu estado. Ataques de pânico de quarto em quarto de hora. Ontem não consegui jantar e esta noite foi de pesadelos uns atrás dos outros, sempre a ver a mãozinha fechada com um canelo apontado à minha 'pinha', salvo seja. Ainda estou a tremer.

Na prática, vou deixar de chamar incompetentes às bestas que tratam de assaltar o PS para resolverem os seus problemas pessoais. Acha o Leitor que doravante me atreverei a indicar os analfabetos políticos e burros que tentam singrar na Praça Amarela? Da minha parte, vou deixar o comentador porcalhão na imundície de onde dispara os ataques cobardes, os insultos soezes, e as ameaças sinistras. A ver se lhe abrando a raiva e o volume do grunhido.

Portanto, Leitor, se me encontrar de capacete enfiado nos "cornos" algures na cidade, que percorro demoradamente todos os dias, não chame o Dr. Saturnino. Já sabe do que se trata.

2. Agora vou ao tema que tinha, e tenho, engatilhado para hoje. Falarei de um socialista, mas de um socialista sem aspas, como já aqui disse: Victor Freitas. Que nada tem a ver com o tema ao alto desta peça, nem por sombras.

O líder parlamentar do PS-M, de cuja amizade me prezo, teve parece que segunda-feira uma reunião com a Delegação da Anacom na Madeira. Daquilo que declarou depois à imprensa, interessou-me principalmente o seguinte: se o actual governo regional nada fizer para munir os 'furados' de cobertura radiofónica, "o PS, num governo a partir de Setembro deste ano, irá dotar os túneis com equipamentos técnicos que permitam a transmissão radiofónica". 

Victor Freitas saberá o que está a prometer. Não promete um esforço para materializar o sonho, ele diz mesmo que um governo do PS "vai dotar os túneis com equipamentos técnicos" para a gente ouvir rádio lá dentro. 

Ficarei atento para, em caso de 'empalhanço', lembrar ao nosso Amigo aquilo que das suas palavras ficou preto-no-branco.

Estou a brincar. Se a promessa falhar e alguém falar no assunto, a resposta já é conhecida, pela jurisprudência emergente estes anos da câmara municipal do Funchal, socialista. Se os rádios continuarem com os tradicionais arabescos sonoros nos túneis, Victor alegará que o problema vem de trás e que não se pode resolver em 4 anos o que o PSD não resolveu em 40. Mariola!

Falando muito a sério, que bom se tivermos em breve a possibilidade de não interromper a audição rádio a cada túnel que surge na via rápida. Logo eu, consumidor inveterado das nossas estações. Também! Sou do tempo em que a felicidade da família pobre era desfrutar diariamente de "milho com telefonia". Aquele mesmo tempo em que - o dia dos namorados traz esta inspiração - o homem se tornava mais afirmativo na aldeia se agredisse a respectiva quando ela estivesse a pedi-las. Ali! Tempos que felizmente já lá vão.